Novelo
Por António Lourenço Marques Gonçalves | 19/05/2014 | PoesiasAS PALAVRAS DAS IMAGENS 21
NOVELO
(ilustraram mais algumas das minhas fotografias publicadas no facebook)
Céu
Entendo-te, sei lá,
Deslumbras-me,
Ó céu roliço e translúcido.
Hoje vi-te como em Judá.
Fugiste? Pois tanto dá!
As nuvens eram galantes
Douradas: Jerusalém;
Os telhados flamejantes
Lá... aqui... Caranzalém.
25 de Abril
Estava a guardá-lo p'ró dia,
Mas gritou-me: "quero estar perto."
Não resisti. Era o guia
Dum povo que quer ser liberto.
Novelo
Para alguns é um novelo!
Talvez.
Certinhos.
Oh que pureza!
Dividem o passado ao meio:
Não estavam eles.
Fineza!"
A gatinha, emboscada, sob as cerejeiras em flor:
O que em verdade vê o gato?
O verde que eu não vejo exato
Por estar triste e algo farto
De ver viver - mundo chato -
Injustiças.. sensu lato...
Ou o tenro clarão de um rato?"
Barquinho, em abril - Souto da Casa
Que arte tem teu caudal
Que traz vento, espuma e bruma
E água pura ou cristal
Que o seixo subtil apruma?
Deslumbramento da paisagem com cerejeiras em flor
Onde seria enfim o paraíso
à vista de um Jardim
assim desperto?
Oh como é belo:
terreno e céu!
Que é mais preciso
pr'à fortuna
não ser
daqui ao perto!?
Senão
Um pequeno senão:
A flor branca vive bela
E é bela até ao seu fruto
Que a morte retornará.
Vê o branco desta casa:
Que pena! Cobra o tributo
De uma obra em si rasa."
Seminário do Fundão
Casa grande pontilhada
De flores, como um rosário.
Teu fio é duro, partindo
De lições... meu Seminário.