Novas Técnicas De Ensino

Por Rosângela da Glória Santos | 08/05/2009 | Educação

Cada tecnologia modifica algumas dimensões da nossa inter-relação com o mundo, da percepção da realidade, da interação com o tempo e o espaço. Antigamente o telefone interurbano -por ser caro e demorado- era usado para casos extremos. A nossa expectativa em relação ao interurbano se limitava a casos de urgência, economizando telegraficamente o tempo de conexão. Com o barateamento das chamadas, falar para outro estado ou país vai tornando-se mais habitual, e ao acrescentar o fax ao telefone, podemos enviar e receber também textos e desenhos de forma instantânea e prazerosa.
A tecnologia de redes eletrônicas modifica profundamente o conceito de tempo e espaço. Posso morar em um lugar isolado e estar sempre ligado aos grandes centros de pesquisa, às grandes bibliotecas, aos colegas de profissão, a inúmeros serviços. Posso fazer boa parte do trabalho sem sair de casa. Posso levar o notebook para a praia e, enquanto descanso pesquisar, comunicar-me, trabalhar com outras pessoas à distância. São possibilidades reais inimagináveis há pouquíssimos anos e que estabelecem novos elos, situações, serviços, que, dependerão da aceitação de cada um, para efetivamente funcionar.
Para atualizar-me profissionalmente posso acessar cursos à distância via computador, receber materiais escritos e audiovisuais pelo WWW (tela gráfica da Internet, que pode captar e transmitir imagens, sons e textos). Estamos começando a utilizar a videoconferência na rede, que possibilita a várias pessoas, em lugares bem diferentes, ver-se, comunicar-se, trabalhar juntas, trocar informações, aprender e ensinar.
Em tempos de mudanças com o ensino que se transforma a todo tempo e novas técnicas de ensino, o que se esperava dos alunos era uma vontade de aprender passiva para mudar a realidade em que vive. Porém com a introdução das novas tecnologias e as diversas técnicas e inovações principalmente na área educacional, o pefessor ganhou novos aliados para instigar nos seus alunos a vontade de aprender.
Segundo Luckesi,

a educação propõe um repensar o conhecimento, pois ela é muito mais do que desenvolver no aluno a capacidade de aprender, é a escola que redefine o papel da sociedade atribuindo novos objetivos estimulando e aprofundando as novas habilidades cognitivas do aluno.

Dessa forma, educar requer participações ativas do aluno. Educar é ouvir, falar, ler, discutir, escrever, raciocinar, trocar idéias, debater crescer com os erros e acertos, uns dos outros.
A escola deve estar sempre se atualizado e acompanhando as mudanças da sociedade, pois a dimensão filosófica conduz o aluno a uma lógica formal e ao desenvolvimento de valores tornando-se uma base sólida na formação da cidadania. Dessa forma o papel do educador hoje esta mais para instigador do educando na aventura de sua busca pelo conhecimento, não só na sala de aula, mas em toda parte, proporcionando ao aluno condições para que este amplie seu relacionamento com o plano social, semântico e virtual.
Visando o caráter construtivista da escola, contamos com a colaboração e participação dos alunos em todos os sentidos das aulas, esclarecendo dúvidas e buscando novas hipóteses.
A práxis educacional segundo Marx compreende uma atitude humana não meramente casual, mas capaz de transformar a natureza e a sociedade sendo subsídios para essa atitude à junção de conhecimentos teóricos e práticos.
Paulo freire, mestre neste sentido, nos informa que quem ensina aprende e quem aprende ensina ao aprender.
O uso dos computadores nas escolas é uma alternativa para despertar o interesse do aluno, desenvolvendo habilidades de leitura, interpretação, interdisciplinaridade e interação social que contribuem com a sua formação.
As novas tecnologias que estão surgindo deixam cada vez mais no passado os métodos antigos e tradicionais de dar aula, e dão lugar a um novo aprendizado proporcionado pela instalação de computadores nas escolas.
O letramento digital surgiu com a necessidade das pessoas utilizarem a informática nas situações do cotidiano como, por exemplo, utilizar o caixa eletrônico de um banco, o qual exige que a pessoa compreenda as informações emitidas pela máquina para que consiga o seu objetivo. Sem entender o texto que está escrito não é possível realizar nenhuma transação bancária no caixa eletrônico, tornando mais complicado e demorado este procedimento.
Segundo Maria Aparecida Garcia Lopes-Rossi em seu artigo sobre “Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos:

Cabe ao professor, portanto, criar condições para que os alunos possam apropriar-se de características discursivas e lingüísticas de gêneros diversos, em situações de comunicação real. Isso pode ser feito com muita eficiência por meio de projetos pedagógicos que visem ao conhecimento, à leitura, à discussão sobre o uso e as funções sociais dos gêneros escolhidos e, quando pertinente, à sua produção escrita e circulação social.

Conclusão


As tecnologias de comunicação não mudam necessariamente a relação pedagógica. As Tecnologias tanto servem para reforçar uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista. A pessoa autoritária utilizará o computador para reforçar ainda mais o seu controle sobre os outros. Por outro lado, uma mente aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias ferramentas maravilhosas de ampliar a interação.
As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria o conhecimento com ética.

O professor deve usar tudo que estiver ao seu alcance para propiciar ao aluno um aprendizado completo, para assim, garantir ao educando condições de conhecer e experimentar toda tecnologia para o beneficio de sua educação e crescimento educacional e profissional. Dessa forma, educar requer participações ativas do aluno. Dessa forma o papel do educador hoje esta mais para instigador do educando na aventura de sua busca pelo conhecimento, não só na sala de aula, mas em toda parte, proporcionando ao aluno condições para que este amplie seu relacionamento com o plano social, semântico e virtual,
As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente na rede para quem quiser. Alunos e professores encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, revistas on line, com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno. Pode receber mensagens com dúvidas, pode passar informações complementares para determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno. Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem, novos programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitada.
O re-encantamento, em fim, não reside principalmente nas tecnologias -cada vez mais sedutoras- mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças e que nos solicita a um consumismo devorador e pernicioso. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias. O re-encantamento, em grande parte, vai depender de nós.