NOSSO LAR ? ANDRÉ LUIZ

Por SILNEY DE SOUZA | 09/09/2010 | Religião

NOSSO LAR ? ANDRÉ LUIZ
Assim como parte significativa dos simpatizantes e praticantes da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec eu também estava ansioso para assistir ao filme "Nosso Lar" que relata a "saga" do retorno ao Plano Espiritual, de um médico brasileiro, que se utiliza do pseudônimo "André Luiz".
Igualmente à maioria da platéia presente à sala de cinema neste final de semana, confesso que também chorei. E chorei muito, em vários momentos do filme. Esse é um daqueles filmes que podem mudar o rumo das nossas vidas.
É emocionante o reencontro de mãe e filho (André Luiz) no Plano Espiritual; demonstração clara do que esse sublime amor, talvez a expressão mais próxima do amor que o Cristo nos ensinou, pode realizar. É de arrepiar o momento em que a família reunida em volta do piano relembra a música preferida de André Luiz, enquanto ele ali presente a tudo assistia e se emocionava.
Difícil conter as lágrimas. Cada etapa do filme toca profundamente os nossos sentimentos. Cada um derrama suas lágrimas em razão diretamente proporcional ao seu momento de vida, lembranças e experiências que caracterizaram nossa existência atual. Impressionante!
Única a oportunidade de assistir ao filme ao lado do meu filho de 12 anos e poder esclarecer suas dúvidas e seus questionamentos, conforme o filme seguia seu curso.
Embora tenha sido angustiante ver André Luiz naquela planície tenebrosa e escura, repleta de seres em estado de sofrimento, como é gratificante, por outro lado, a certeza de que a vida continua para todos nós. E se a semeadura é livre a colheita é certa. A certeza de que somos todos responsáveis pelos nossos atos e que colhemos exatamente aquilo que plantamos.
De médico quando encarnado a "repórter do além túmulo", André Luiz nos leva a profundas reflexões sobre o real sentido da existência humana. A produção é impecável. Apesar de muito difícil, em razão da beleza do maravilhoso cenário que parece ter servido de inspiração às obras do nosso grande Oscar Niemeyer, recomendo menor atenção aos aspectos cosméticos do filme e mais atenção à sua mensagem.
A lição do amor, palavra tão pequena que sintetiza todo o ensinamento do Cristo. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Extirpar de nós todo egoísmo, todo orgulho; exercitar o perdão; praticar a caridade. Ações tão difíceis em nosso atual estágio evolutivo.
A importância dos nossos pensamentos, nossas ações, nossas vibrações e a responsabilidade que temos sobre elas. O despertar da importância de fazermos bom uso desta encarnação, nos despojando, pouco a pouco, das nossas ações desalinhadas ao ensinamento do Cristo, dos nossos vícios e de tudo que nos escraviza quando não bem administrado (o álcool, as drogas, o sexo etc.), com a certeza de que somos seres imortais em constante evolução e aprendizado.
A certeza de que a nossa sorte não está irrevogavelmente fixada após uma existência e de que teremos a oportunidade, como, aliás, estamos tendo, de nos melhorarmos intelectual e moralmente pelo processo das reencarnações sucessivas.
A conscientização da importância do respeito e das orações destinadas aos nossos irmãos que se foram. Enfim, a relevância da prática do Cristianismo em sua mais pura essência, o Cristianismo primitivo.
Como disse o Cristo, a felicidade não é deste mundo. Ela realmente não pode ser encontrada em nada que a esse mundo pertença. A verdadeira felicidade nasce de dentro para fora, principalmente quando nos empenhamos em acumular aqueles tesouros que o tempo e as traças não corroem aqueles verdadeiros tesouros que levamos conosco no momento da partida para o outro plano, o amor, o respeito, a gratidão etc.
Essas são algumas das mensagens que o espiritismo, a terceira revelação, veio trazer ao mundo. Mensagens de paz, de amor e de esperança, independentemente das práticas e das crenças religiosas de cada ser.
O filme traz essa mensagem intrínseca de paz, de amor e principalmente de esperança. Amor do Pai Maior a toda a humanidade; esse Pai que não abandona nenhum dos seus filhos.
Para aqueles que ainda duvidam, pergunto. E se, "por acaso" a vida futura for exatamente da forma relatada por André Luiz em Nosso Lar? Quanta dor e quantos rangeres de dentes podemos evitar nos esforçando para estarmos preparados para ela, a vida real.