Nossas crianças não são mais as mesmas
Por FRANCISCO SILVA JÚNIOR | 29/04/2016 | ResumosNossas crianças não são mais as mesmas
Ao passar numa determinada rua, me deslumbrei com dois meninos jogando bila (Bolinha de gude). Cena rara, e bem diferente da observada no dia anterior, quando ao passar observei uma criança sentada na calçada e quase hipnotizada diante do celular. Mais adiante um grupo de meninos e meninas cercavam um coleguinha, por um momento, até imaginei que fosse uma brincadeira do tipo adivinhação, porrinha, bate mão...etc. Nada disso! Novamente estavam interessados, fissurados no celular, quem sabe um vídeo (des)interessante, um joguinho (desin)formativo, talvez uma selfie da hora. O fato é que a configuração das nossas crianças não é mais a mesma. Meninos e meninas correndo, gritando, brincando de amarelinha, pular corda, cai no poço, bolinha de gude(bila), jogar pião, pular elástico, esconde esconde, queimada, adoleta, são coisas do passado, estas brincadeiras ficaram obsoletas, são quase como peças de museu. É, as nossas crianças perderam ou estão perdendo a oportunidade de serem mais dinâmicos, criativos, saudáveis, estão se transformando em homens e mulheres com sentimento e performance de máquinas. Sentimentos e sensações são demonstrados(a) através de carinhas e imagens previamente implantadas no seu computador ou celular, competições são realizadas a distância, crianças são acalentadas e postas a dormir aos cuidados da galinha pintadinha, Patati Patatá, baby hits...etc. Enquanto isso, papai e mamãe (quando vivem juntos) descansam conversando e respondendo aos duzentos grupos do whatsapp ou talvez postando o que estão fazendo no facebook. Precisamos acordar! Gerar um filho(a) é biologicamente fácil, basta um envolvimento casual, despretensioso, diria até irresponsável que a prole vem. Mas filho(a) vai muito além de um momento de prazer pelo prazer! Filho(a) é para ser amado, cuidado, acompanhado, educado por aqueles que de forma planejada, pensada, o trouxe ao mundo. Os pais!
Ainda ha tempo de salvar as nossas crianças e adolescentes. Ainda podemos resgatar a sua inocência, sua simplicidade, sua essência. Ainda ha tempo de mostrarmos que somos pais de fato e de direito.
Professor Francisco Silva Júnior