Nós somos responsáveis pelos idosos?
Por Rafael De Conti | 31/10/2008 | Filosofia
ARE WE RESPONSIBLE FOR THE OLD PEOPLE? Rafael Augusto De Conti[1] When we are children, we don't have any kind of natural protection and, unlike the others animals, we need to stay with our parents for many years, what, into the contemporary society, is, basically, the necessary time until we can have money to live by ourselves.
In the same way which we do not have conditions to be guided by our own understanding and physical conditions in the firsts ages, the old age takes away from us any intellectual and corporal capacity's species that we have of be conduced by ourselves. By losing these capabilities we lose the independence into the contemporary society because, basically, we lose the production's capacity that is required by the market. Consequently, we lose our income.
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Rafael Augusto De Conti Quando nós somos crianças, não possuímos nenhuma proteção natural e, diferentemente dos outros animais, nós precisamos ficar com nossos pais por muitos anos, o que, na sociedade contemporânea, é, basicamente, o tempo necessário até que nós tenhamos nosso dinheiro para viver por nós mesmos. Este primeiro fato nos mostra a necessidade de toda a sociedade tomar conta das pessoas velhas e, precisamente, nos mostra a similaridade entre pessoas velhas e crianças. No mesmo sentido que nós não possuímos condições para nos guiarmos pelo nosso próprio entendimento e condições físicas nos primeiros anos de vida, a velhice arranca de nós qualquer espécie de capacidade intelectual e corporal que temos de ser conduzidos por nós mesmos. Pela perda destas capacidades nós perdemos a independência dentro da sociedade contemporânea porque, basicamente, perdemos a capacidade de produzir que é requerida pelo mercado. Conseqüentemente, perdemos nossa renda. Este é o mecanismo que justifica a Previdência Social para a velhice e que mostra para nós a importância que as condições materiais possuem, não apenas para o desenvolvimento de nossas potencialidades mentais e corporais naturais, mas, também, para minimizar as perdas destas potencialidades na velhice. Por um ponto de vista ético, é possível dizer que a máxima "fazer aos outros, aquilo que nós queremos que nos façam", uma prescrição de conduta existente em todas as religiões e defendida por alguns filósofos (como Hobbes no Leviatã, Parte II, Capítulo XVII), embasa a responsabilidade que a sociedade precisa ter pelos idosos. Um bom exemplo desta conduta ética é um vídeo na Internet que mostra um filho (que é um adulto e tem problemas físicos sérios) ser, literalmente, carregado por seu pai em uma competição de triátlon. Por último, nós podemos dizer que a importância da experiência de vida que os idosos tem é muito significante para nós construirmos o futuro, ao menos, sem repetir os erros do passado. Então, sim, nós somos responsáveis pelos idosos.RDC. Agosto, 2008. _____ § _____ |
[1]Bachelor in Philosophy by the Philosophy Department of University of São Paulo (USP) and Bachelor in Law by the Law School of Mackenzie University (Mackenzie). Lawyer in São Paulo, acting, principally, in Brazilian Corporate and Finance Law. Researcher at USP (Master Degree) in Ethical and Political Philosophy, with emphasis in Sovereignty and Humans Rights Theories (October, 2008);
Bacharel em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie (Mackenzie). Advogado em São Paulo, atuando, principalmente, em Direito Brasileiro Societário e Financeiro. Pesquisador da USP (Mestrado) em Ética e Filosofia Política, com ênfase em Teorias da Soberania e Direitos Humanos (outubro, 2008).
* "For the Lawes of Nature (as Justice, Equity, Modesty, Mercy, and (in sume) doing to others, as wee would be do to,) of themselves, without the terrour of some Power, to cause them to be observed, are contrary to our naturall Passions, that carry us to Partiality, Pride, Revenge, and the like". HOBBES, Thomas. Leviathan. Part II. Chapter XVII.
* "Porque as Leis de Natureza (como a Justiça, Equidade, Modéstia, Piedade, ou em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder que as faça ser respeitadas, são contrárias as nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes)".