Ninguém foge às suas raízes! Família Torres
Por Ricardo Jorge de A. Menezes Cajó Menezes | 19/11/2021 | FamíliaFrancisco José de Torres, nasceu em 1838, filho de José Feliciano de Torres (1810 / 1904) e Joana Francisca da Conceição (1815); era casado com Leonor Paulina dos Santos (1847), que era filha do português Pedro Alcântara – apelidado de “Marinheiro”, que era, construtor de igrejas – com Dona Teodoza, uma das filhas de Joaquim Amorim descende de uma das mais antigas famílias do Pajeú, os Amorim, descendentes dos índios ou mamelucos da Serra do Jabitacá, proprietário da fazenda Volta; Dona Teodoza era cunhada do Inglês Richard Breitt, .
O fato é que o Coronel Francisco José de Torres, não só nas versões familiares, mas na própria historiografia local, com em Nunes Filho (1997) é tido como um visionário, foi responsável por instalar o primeiro maquinário de processar algodão movido a vapor em Alagoa do Monteiro, nos primeiros anos do século XX, mas já negociava com algodão e possuía bolandeiras movidas à tração animal desde antes da década de 1870. É tido também, como um dos precursores da administração pública da Vila de Alagoa do Monteiro, por ter sido o segundo prefeito que a cidade teve.
Se Alguns de seus descendentes dizem que Francisco José de Torres era oriundo da cidade do Cabo e que de lá veio, para o Cariri, por causa de uma desavença que teve com dois irmãos. Não sabem informar com precisão sobre sua origem social, a que grupo social ou profissional fazia parte, mas acreditam que ele chegou ao Cariri, “no lombo de burro” porque já tinha experiência de comércio; na minha pesquisa chego a outra conclusão tendo em vista relatos da certidão de óbito do seu Pai, Francisco Feliciano de Torres que em certa passagem diz a certidão “que no dia 28 de janeiro de 1904, às sete horas da noite, faleceu de reumatismo, José Feliciano de Torres, de 91 anos de idade, viúvo que foi de Joana Francisca da Conceição, agricultor, natural da Cidade de Caruaru, Pernambuco, e residente nesta vila, filho legítimo de José Feliciano da Silva e Maria da Conceição Silva, natural também de Caruaru, deixando dois filhos legítimos, Francisco José de Torres, com 66 anos de idade, natural e morador desta vila e José de Torres, com 64 anos de idade, natural e morador desta vila e foi sepultado no cemitério público desta vila (alagoa do Monteiro) “. Portando conforme a certidão de óbito (em anexo), O Coronel Francisco José de Torres, nasceu e residiu na vila Alagoa do Monteiro, os seus Pais e Avós é que vieram de Caruaru-PE.
São filhos do casal Francisco José de Torres e Dona Leonor:
Antonia Francisca Raphael de Torres (minha bisavó, casada com o cel. Manoel Raphael) 1866–1949
Guilhermina de Torres 1868–
Tereza de Torres 1869–
Francisca Torres 1871–
Francisco de Alcântara Torres 1872–1941
Francisco Torres 1872
Pedro Torres 1874
Eusebia Torres 1876–
Odocia De Torres 1877
Leopoldina Pereira Lafayette Torres - 1883–1947
Francisco de Alcântara Torres, nasceu em 1872 e faleceu em 01 de junho 1941 (na certidão de óbito a causa mortis Diabetes) , Filho de Francisco José de Torres (1838) e Leonor Paulino dos Santos ( 1847); casou-se em 30/01/1894 com Maria Gomes dos Santos (1875) na fazenda Carnaíba, ele com 22 anos de idade e ela com 17 anos, deste casamento não houve filhos e a mesma faleceu pouco tempo, o segundo casamento na ocorrido na fazenda Caiçara, com Philomena Gomes dos Santos (vovó Filó) (nascimento1882), em 27/12/1897, (ela com 15 anos de idade e ele com 25), filha de José Gomes dos Santos e Honorata Arcelina de Jesus (Honosata Avelina de Jesus, filha de pais judeus austríacos, de sobrenome Brauler), são os filhos do casal: Isauro Torres, Isaura (faleceu com 4 meses) José Torres, Antônia de Torres, Leonor de Torres, Sebastião de Torres, Maria do Carmo Torres, Icila de Torres.
Fazendas:
À fazenda Carnaíba, ( foi de João da Luz, segundo seu inventário e partilha procedida em 1883, não teve filhos e deixou suas mais de 10 propriedades para seus sobrinhos de sobrenome Alves dos Passos) próxima à Jabitacá - PE, que foi comprada por Francisco José de Torres, vindo da Paraíba e casado com uma neta ( Leonor) de Joaquim Amorim. Também encontrei dados que a Fazenda Jatobá município de Sertânia pertenceu a ele, além do sítio hoje rua da Várzea e parte do Engenho Velho em Monteiro.
Os Pais de dona Philomena (Vovó Filó) e os enlace da família Gomes, segundo a minuciosa pesquisa de Doutorado de Aldo Branquinho, que assim narrou:
“José Gomes dos Santos, de família originária da Mata e Agreste pernambucano, dos municípios de Goiana, Bezerros e São Caetano (PE); era comerciante de tecidos, um típico caixeiro-viajante, entre o sertão e o litoral, tendo como ponto de apoio e morada, os municípios de Bezerros e São Caetano, casou-se com uma moça (Honorata Arcelina de Jesus) filha de pais judeus austríacos, de sobrenome Brauler, moradores no Recife, que também eram comerciantes itinerantes, vendedores de jóias e ouro. Sua profissão permitiu que ele não só transitasse no mundo social dos grandes proprietários de terra do sertão, mas permitiu-lhe acumular capital para se tornar um proprietário. Numa de suas viagens deparou-se com uma boa oportunidade de negócio. Seus parentes não sabem informar, com precisão, se ele comprou ou se recebeu, como pagamento de alguma dívida, as terras da Fazenda Caiçara, localizada no atual município de Iguaraci (PE). O certo é que entre as décadas de 1870 e 1880, ele e sua família, com filhos nascidos em Caruaru, foram morar na Caiçara. Comprada ou recebida como pagamento de dívida, provavelmente, ou a João da Luz – ou aos seus sobrinhos de sobrenome Alves dos Passos – que comprou boa parte dos bens de Clemente Correia, como as Fazendas Carnaíba e Santa Tereza, ou aos próprios herdeiros de Clemente Correia. Era criador e plantava algodão com seus moradores, ocupou cargos administrativos como conselheiro da câmara de Afogados da Ingazeira (PE). Seu filho, João Ferreira de Lira Sobrinho, casou com uma filha do Coronel Paulino Rafael, Aurea Rafael. Seu filho Olímpio Gomes, que também foi dono de lojas (padaria, ferragens) em Monteiro, casou com Joventina filha do Coronel Manoel Joaquim Rafael. Uma outra filha casou-se com o proprietário das terras da Fazenda Carnaíba, negociante, industrial (dono de máquinas de descaroçar algodão e de engenho de moer cana) e prefeito de Afogados da Ingazeira (PE), Francisco de Alcântara Torres, filho, como a esposa do Coronel Manoel Joaquim Rafael, de Francisco José Torres. E outra filha, Leonila, casou-se com Manoel Rafael Sobrinho, filho de José Rafael (Cazuza) que também seguiu o ramo comercial com lojas em Afogados da Ingazeira (PE) e Sertânia (PE). Uma outra, Joana Gomes, casou com Napoleão Santa Cruz de Oliveira e foi morar na Fazenda Jatobá, hoje pertencente a Ednaldo Torres, seu descendente. Ana Nazaré de Jesus, casou-se com João Augusto Ferreira, o filho bastardo do Coronel Paulino Rafael, já referido, foram morar na Fazenda Santa Teresa, que provavelmente deixaram para Gonçalo Gomes, pois outros filhos foram estudar e trabalhar em outras regiões, como José Augusto que era funcionário do Senado Federal. Outra filha, Maria Gomes Torres, foi casada com José Gomes dos Santos, provavelmente, seu primo, residentes em Caruaru. Vitor e Possidônio Gomes dos Santos, depois de casados, provavelmente ficaram cuidando da Caiçara, pois seus outros irmãos foram morar fora para tocar seus próprios negócios. Por fim, José Gomes dos Santos e dona Honorata Arcelina tiveram os filhos Manoel Gomes dos Santos, de quem não tenho maiores informações e Felismina Gomes de Jesus, que morava em Afogados da Ingazeira (PE) e era solteira à época em que foi realizado o inventário de seu pai”.
Assim narrou Fererinha “Meu Bisavô paterno, José Gomes dos Santos, nasceu em São Caetano-PE em 01/01/1845 e faleceu na Fazenda Caiçara - Jabitacá-PE em 21/20/1923, foi comerciante e vaqueiro, em 07/08/1867 casou com Honorata Argélia de Jesus, ela foi batizada horas antes do casamento, se convertendo ao catolicismo, já que era judia Austríaca, e chamava-se Thereza Braynee, um linda história de amor. Tiveram doze filhos, Maria (Liquinha), Antônio, Manuel (Né), Olimpio, João Ferreira (meu avô, esse sobre nome Ferreira Lira, ninguém sabe a origem), Ana de Nazaré (Nana), Joana Amélia (Santa), Filómena (casou se com Francisco de Alcântara Torres, meu bisavó por parte de mãe, são os pais de vovó Lozinha, meu pai e primo em segundo grau da minha mãe), Vitor, Felismina, Léonila, Possidônio".
Resumo de informações:
Francisco José de Torres (1838) (o velho Chico de Torres) – cassado com Leonor Paulina dos Santos (1847).
Os Pais de Francisco José de Torres era José Feliciano de Torres e Joana Francisca da Conceição.
Leonor Paulina dos Santos, era filha do português Pedro Alcântara – apelidado de “Marinheiro”, com Dona Teodoza, uma das filhas de Joaquim Amorim descende de uma das mais antigas famílias do Pajeú, os Amorim, proprietário da fazenda Volta; Dona Teodoza era cunhada do Inglês Richard Breitt ( que era avô do cangaceiro Adolfo meia noite).
Francisco José de Torres e Leonor era os Pais de Francisco de Alcântra Torres, cassado com Philomena Torres (vovó Filó).
Vovó Filó era da família Gomes, sua mãe era filha de judeus austríacos, o seu Pai José Gomes dos Santos dona da fazenda Caiçara.
Pesquisas Transcritas das certidões de Batismo, Casamento ou óbito:
BATISTÉRIO de Antonia de Torres, esposa de Manoel Joaquim Raphael.
"Aos 11/nov/1866, nesta Igreja Matriz d'Alagoa do Monteiro, baptisei solennemente e pus os Santos Óleos em ANTONIA, branca, nascida em dois (02) deste corrente mez, filha legítima de Francisco José de Torres e Leonor Paulina dos Santos, desta freguesia, e foram padrinhos José Feliciano de Torres e sua mulher Joanna Francisca da Silva, desta mesma freguesia de Monteiro. E para constar, fiz este assento em que me assigno. Vigário Alípio Emiliano Cordeiro da Cunha".
CERTIDÃO DE CASAMENTO de Manoel Joaquim Raphael & Antonia Francª de Torres, em Monteiro/PB.
"Aos 24/06/1881, nesta Matriz, procedendo os proclamas, confissões, Exame da Doutrina Christã, e tudo quanto dispõe o Concílio Tridentino e as Constituições do Bispado, em presença das testemunhas PAULINO RAPHAEL DA CRUZ e Francisco Gomes da Silva, não tendo apparecido impedimento algum, o Reverendo Alípio Emiliano Cordeiro da Cunha, de minha licença, uniu em matrimônio solenne aos meus parochianos MANOEL JOAQUIM RAPHAEL e ANTONIA FRANCISCA DE TORRES, brancos, elle com vinte (29) annos de idade, e ella com quinze (15); de que para constar fez o dito padre assento que assignou com as referidas testemunhas; e pelo qual presente fiz este que assigno". Vigário Luis Marinho de Freitas.
Bodas de Ouro de pai Faé & mãe Toinha (23/06/1931).
Da esq.p/a direita, 1ª fila, sentados: Alcindo, tia Mariquinha (com Beza no colo), Olympio Gomes, Joventina, Sunção (1ª comunhão), mãe Toinha (com Zica), pai Faé (com Marly, 1ª comunhão), Ana Raphael Ventura-Nana, Tércio Rafael, Lydia Rafael e Luizinho. À frente, as crianças José Gomes, Nuncinha, Gai, Orlando, Maura e José Torres Mayer.
2ª fila: Stela, Mª do Carmo, de Lira, Áurea Ventura, Antª Ventura, Antª Rafael, Stefânia, Toti, Clóvis, Desembargador Antº Feitosa Ventura, Teonas, Laura Rafael.
3ª fila: João Gomes, Abel Ventura, Elísio Rafael, Aurélio Ventura, Darcílio Gomes, Altino Ventura, Marcolino Mayer (com Carminha no braço) e Antº Rafael.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENEZES, José Rafael de. Patriarcas de Alagoa do Monteiro. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1993, 148p.
NUNES FILHO, Pedro. Guerreiro Togado: Fatos históricos de Alagoa do Monteiro. Recife: Editora Universitária UFPE, 1997, 572 p.
Nunes, Aldo Manoel Branquinho. Currais, cangalhas e vapores : dinâmicas de fronteira e conformação das estruturas social e fundiária nos “Sertões da Borborema” (1780-1920) / Aldo Manoel Branquinho Nunes. –Campina Grande-PB, 2017. 429 f. il. ; color.
Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Humanidades, 2016. "Orientação: Prof. Dr. Luis Henrique Cunha”.
Referências. 1. Ocupação do Semiárido. 2. Mudança Social. 3. Propriedade da Terra. 5. Situações de Fronteira. I. Cunha, Luis Henrique. II. Título. CDU 314.15(043)
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