NEUROCIÊNCIA APLICADA À EDUCAÇÃO: TEORIAS DA APRENDIZAGEM

Por KARINE NERI | 20/06/2017 | Educação

Resumo

Neurociênciae educação se fundiram de forma eficaz na pedagogia contemporânea.Ambas ciências complementa-se e transformam a antiga realidade ondeos alunos eram rotulados ou segregados simplesmente pelo falta deconhecimentos específicos das entidades escolares sobre o assunto emfoco.

Diantedas informações adquiridas no tocante ao funcionamento do cérebroe suas especificidades fica mais compreensível sanar algumassituações problemas que por tanto tempo foram negligenciadas. Aintenção central dessa pesquisa através da pratica simulada éfomentar sobre neuroplasticidade, história da neurociência,elucidar sobre cognição e consciência, apresentar teóricos e suasteses sobre aprendizagem, entre outras situações concernentes aotema.

INTRODUÇÃO

Achamada “época do cérebro” entre 1990 a 1999 permitiu maiorvisibilidade e interesse aos estudos em neurociência no mundo. Noinício desta década, o então presidente dos Estados Unidos GeorgeW. Bush aprovou a lei que determinava que órgãos governamentais enão governamentais norte-americanos que pautassem suas pesquisas emestudos sobre o tema obtivessem maior parte dos recursos parapropalar as novas informações que fossem importantes para ahumanidade. As pesquisas avançaram tanto, que tão logo oscientistas perceberam que essa gnose poderia estar inserida em outrasesferas incluindo a educação. Esta interdisciplinaridade tem sidogradativa, porém bastante revolucionária na perspectivaeducacional.

NoBrasil, a falta do domínio sobre sistema nervoso em sala de aulapelos professores é um empecilho para que haja a inserção maiseficiente e célere desta temática na pedagogia nacional. Por faltade sapiência relacionada ao assunto, incentivos para a pesquisa e apropagação deste saber, os profissionais de educação acabam porignorar algo tão valoroso para a construção da identidade dosujeito social e pensante numa sociedade cada vez mais exigente. Apesar dos encalços, existe um avanço considerável através depoucos profissionais que tentam colocar essa informação emevidência, a exemplo do projeto Neuroeduca coordenado pelaprofessora Leonor Guerra da UFMG.  

Pormeio dessa pesquisa enfatiza-se a importância do professor conhecersobre a ciência que estuda o sistema nervoso, entender a fisiologiae estrutura cerebral, enfocar no estudo comportamento edesenvolvimento humano para auxiliar os discentes em situaçõesrecorrentes. Pois, o profissional de educação é um dos principaisagentes na formação do indivíduo.

Atravésde uma vasta investigação sobre as teses de Piaget e comparando-ascom pensamento de Vygostky percebe-se que existe um campo atual epropício a ser explorado. A dialética entre os teóricos tornamesta análise embasada e compreensível.

2INTRODUÇÃO À NEUROCIÊNCIA

Neurociênciaé um conjunto de disciplinas que buscam informações sobre osistema nervoso, propõe-se a esclarecer sobre os mistérios dosprocessos cerebrais, as ações do meio externo e interno que podemcomprometer o pleno funcionamento desta enigmática estrutura.

MartaPires Relvas (2012, p. 34) define a neurociência como: “ É umcampo de estudo entre Anatomia, Biologia, Farmacologia, Genética,Patologia, Neurologia, Psicologia, Psiquiatria, Química, Radiologiae os vislumbrados estudos inerentes à educação humana no ensino ena aprendizagem”. 

Existeuma ponte entre os entendimentos da ciência com a educação?Esforços são necessários para compreender como se aprende, tendocomo principal processo a interrelação do sistema nervoso, asfunções cerebrais mentais e o ambiente. Por isso, a questão éprovocar nas ciências da educação essa possibilidade de queaprendizagem e comportamento começam no cérebro e são mediadas porprocessos neuroquímicos. 

Essamaneira encontrada nesse diálogo, por uma Pedagogia maisneurocientífica, compreendendo que os cérebros humanos sãodiferentes por meio de seus processamentos e procedimentos, e que aNeurociência é, assim um conjunto das disciplinas que estudam pelomais variados métodos, o sistema nervoso e a relação entre asfunções cerebrais e mentais. (Relvas, 2012, p. 35)

Nãoobstante, seria estulto afirmar que a neurociência e pedagogiaremotamente responderiam e solucionariam pela totalidade dosproblemas atinentes às crianças no processo de ensino-aprendizagem,pois, as questões socioemocionais e até conflitos intrínsecosprecisam de outras áreas correlatas que colaborem para oaperfeiçoamento humano. Exige-se toda uma conjuntura para que hajaum desenvolvimento natural, sem grandes perdas cognitivas.

Asinterações familiares são fundamentais e podem dar suporte para acrescente necessidade de edificação do eu, na direção de maioresreconhecimento, consciência e diferenciação. Por exemplo, no grupofamiliar, a criança aprende a perceber em relação aos outrosintegrantes, passando a ocupar um lugar singular na medida em quepode certificar-se de ser o irmão mais velho, a única irmã e aindaa caçula, o filho único e etc. Ao estabelecer essa diferenciaçãoé possível estabelecer uma referência única e imutável, capaz deauxiliá-la na conquista da própria consciência de si. A escolatambém tem um sentido importante para a aprendizagem e para evoluçãopsíquica, pois além de ser um ambiente diversificado promove novasoportunidades de troca e propicia a identificação e diferenciaçãoem relação aos demais integrantes do grupo. (Barreto, 2009,p.43)

3 NEUROPEDAGOGIA EM SALA DE AULA

Autilização dos conhecimentos da neuropedagogia contribui para que oprofessor consiga fazer uma análise biopsicológica e comportamentaldos seus alunos. Podendo avaliar mecanismos neuronais que perpassampela motricidade, afetividade, emocionais, cognitivos da aprendizageme assim caso haja necessidade saiba como solicitar ajudaprofissionais  especializados que compõem a equipe multidisciplinar.

Aneurociência na práxis educacional é mais uma ferramenta em favordo professor em suas atividades cotidianas e pode ajudar a solucionarquestões que outrora eram obscuras ou até mesmo infundadas. 

Desteponto de vista educacional, conhecer o processo de aprendizagem setornou um novo desafio para os professores, e o ambiente destaespecificidade é a sala de aula. É preciso configurar este lugar deforma que se possa promover uma maior convergência entre ciência,aprendizagem, ensino, educação. (Relvas, 2012, p.54)

Umnovo conceito de educandos tem se fortalecido em meio à educaçãomoderna. o “sujeito cerebral”, esse novo olhar para o alunomediante a descobertas da neurociência denota que o cérebro é oator fundamental no processo contínuo de aprendizado. O serpensante, argumentador e antes de tudo que possui emoções e queprecisam ser respeitadas e valorizadas são características do alunocontemporâneo.

Sobessa nova perspectiva, o professor que não atua mais empiricamente esim respaldado pela ciência pode possibilitar uma educação maisconceituada e estruturada ele é capaz de compreender facilmente queo aluno é um ser que possui dificuldades, anseios, identidade eculturas próprias. Esse profissional dotado dos conhecimentosneuronais e suas singularidades poderá despertar o interesse daaprendizagem nos seus discentes ativando as emoções e afetividade,ajudando na produção de neurotransmissores como serotonina edopamina que são substâncias naturais liberadas e que sãodiretamente relacionadas ao prazer. Em contrapartida, uma aulamonótona e sem atrativos libera a adrenalina e cortisol que naprática são os bloqueadores da aprendizagem.

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