Nem Vento Nem Fogo no Dia de Pentecostes
Por Paulo de Aragão Lins | 20/11/2008 | BíbliaApesar do Capítulo 2 de Atos dos Apóstolos ser um dos mais conhecidos de toda a Bíblia, seria interessante analisarmos alguns fatos a ele relacionados que poderão torná-lo ainda mais notório.
É comum afirmar-se que os quase 120 discípulos estavam reunidos em um cenáculo. Vejamos se isto é exatamente correto. Em Atos 1.12-24, Lucas afirma que os apóstolos voltaram do monte chamado das Oliveiras para Jerusalém e, "entrando, subiram ao cenáculo", onde reuniram-se os 11 apóstolos com as mulheres e a mãe e irmãos de Jesus. Esta reunião, na qual oravam em torno de 20 pessoas, foi feita realmente em um cenáculo de Jerusalém.
A narração continua dizendo que, NAQUELES DIAS, Pedro levantou-se no meio da multidão de pessoas que era composta de QUASE 120. Será que estes quase 120 ainda estavam reunidos no mesmo cenáculo? O cenáculo era a peça da casa onde se comia a ceia ou jantar. Esta multidão estava, por acaso, no cenáculo, ou em outro local da casa no momento?
Outra coisa. Quando os discípulos começaram a falar em línguas e uma grande multidão das várias nações que estavam em Jerusalém ficou atônita com o fenômeno, eles todos, incluindo os quase 3.000 que se converteram, ainda estavam em uma sala de jantar de uma casa?
Quando Atos 2.1 diz que. "Estavam todos reunidos NO MESMO LUGAR", significa apenas que estavam juntos. Não quer dizer que estavam no mesmo lugar onde estivera antes aquele grupo de em torno de 20 pessoas. Sem qualquer dúvida, tinham que estar em um lugar maior para comportar a grande multidão de quase 3.000 que se converteram, mais um grande número dos que não se converteram.
Eles estavam numa casa (2.2), a qual devia ser um lugar mais espaçoso, sem dúvida. E, dali, após a descida do Espírito Santo, devem ter saído à rua, falando em línguas que, naquela ocasião, não foram línguas estranhas, e sim, todos, apesar de galileus (2.7), estavam falando nos diversos idiomas representados, "as grandezas de Deus". (2.11).
Apesar de o Espírito Santo ser comparado, por inferência, com o vento (v. Ez. 37.9 e Jo. 3.8), no dia de Pentecostes NÃO HOUVE VENTO. Veja, você mesmo, o que diz a Bíblia.
"E, de repente, veio do céu UM SOM, COMO DE UM VENTO veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados". (2.2). Vê? O que encheu a casa foi o SOM, não algum vento. Aquilo foi apenas uma comparação. Comparação semelhante encontramos em Apocalipse 14.2 e em várias outras passagens. "E ouvi uma voz do céu, como a voz de MUITAS ÁGUAS..".
Deus é também chamado de FOGO CONSUMIDOR (Hebreus 12.29), porém, para sermos literais, temos que entender que as línguas repartidas que pousaram sobre cada discípulo no dia de Pentecostes, eram COMO QUE DE FOGO (2.3). Isto quer dizer que eram parecidas aos olhos humanos com o fogo provocado pela combustão de algum material inflamável, mas eram algo diverso, transcendental, divino.