Natação Adaptada para Deficientes Visuais na Escola
Por Alesandra Silva | 06/04/2010 | EducaçãoAlesandra Silva de Lima
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NATAÇÃO ADAPTADA PARA CEGOS NA ESCOLA
Resumo
A natação é uma modalidade esportiva benéfica para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos em geral. Para o deficiente visual pode ser um dos melhores meios para a inclusão social e esportiva. Para isso, tanto para o deficiente visual quanto para as pessoas não portadoras da referida deficiência, é necessário trabalhar as etapas de familiarização ou adaptação, desenvolver habilidades básicas e específicas. Sendo assim, por meio de uma revisão bibliográfica, o objetivo do estudo foi identificar a possibilidade da criança com deficiência visual praticar natação.Os resultados obtidos indicam que o deficiente visual pode praticar esta modalidade de atividade física como qualquer pessoa, desde que sejam realizadas as devidas adaptações.
Palavras-Chave: Deficiência visual, Inclusão, Natação.
abstract
Swimming is beneficial sporting activity for the improvement of the quality of life of the individuals in general. To those with visual impairment, it might be one of the best ways for social and sporting inclusion. For that to happen, as much for the people that have the disability as for the ones who don't, it is necessary to work the stages of familiarization or adaptation, develop basic and specific abilities. Thus, by the means of bibliographic review, the objective of the study was to identify the possibility of thevisually impaired child to practice swimming. This way, it was possible to verify that there are no differences between the teaching of swimming to the visually impaired and to the regular learners, although it demands an adequate planning, adapted to the necessity of each student.
Key Words: Visual impairment, Inclusion, Swimming.
1.Introdução
Atualmente, a preocupação relacionada à busca de meios para promover a melhoria na qualidade da vida dos indivíduos é constante. Nesse contexto, verifica-se que a prática de qualquer atividade física é benéfica.
De acordo com o Colégio Americano de Medicina Desportiva (2003), atividade física é definida como o movimento corporal produzido pela contração do músculo esquelético que eleva substancialmente o dispêndio de energia. Por outro lado, o exercício físico é uma subclasse da atividade física e é definido como o movimento corporal planejado, estruturado e repetitivo executado com a finalidade de aprimorar ou de manter um ou mais componentes da aptidão física.
Por outro lado, referindo-se à qualidade de vida é preciso levar em conta alguns pontos a serem considerados. Para o doente, qualidade de vida significa devolver, se não plenamente, aproximá-lo, o mais próximo possível do padrão original antes do adoecer, após uma intervenção (clínica ou cirúrgica). O conceito em questão leva-nos a entender que, além de aspectos objetivos, mensuráveis, deve-se obrigatoriamente incluir aspectos subjetivos que são individuais e mutáveis ao longo da vida de uma mesma pessoa, segundo aponta Fernandes (1996).
Levando-se em conta que segundo Rey (2002) todos os indivíduos portadores de algum tipo de deficiência são reféns de atribuições e configurações sociais que os desconsideram como sujeitos ativos e construtores, é importante buscar meios para proporcionar ao deficiente visual melhorias na sua qualidade de vida.
Nesse sentido, cabe lembrar que a definição de deficiência visual tem sido revisada constantemente. De acordo com Veitzman (2000) é definida como uma disfunção com alterações funcionais que incluem as limitações de acuidade visual, campo visual, sensibilidade aos contrastes e visão de cores causadas por uma doença ocular, cujo critério foi estabelecido para fins epidemiológicos.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que a classificação da funcionalidade da visão de um indivíduo será obtida a partir dos valores de acuidade visual no melhor olho, com a melhor correção óptica, classificando a deficiência visual em categorias, que compreendem desde uma perda visual leve até a ausência total de visão, conforme será exposto no decorrer do estudo.
Conforme aponta Daltro (2004) os conceitos de deficiência, incapacidade e desvantagem, de acordo com a Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens, elaborada pela OMS, deficiência é definida como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Incapacidade para a referida autora é toda restrição ou falta (devida a uma deficiência) da capacidade de realizar uma atividade na forma ou na medida em que se considera normal para um ser humano, ao passo que, desvantagem, de acordo com Veitzman (2000) é uma situação de menor prontidão (capacidade) do indivíduo, em função de sua deficiência.
Diante do exposto, pergunta-se: existe a possibilidade de inclusão do indivíduo portador de deficiência visual por meio de uma modalidade esportiva, promovendo assim melhoria na sua qualidade de vida?
Considerando a natação uma modalidade esportiva benéfica para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, o objetivo do estudo foi, através de uma revisão bibliográfica, identificar a possibilidade da criança com deficiência visual praticar a modalidade em questão.
A elaboração do estudo é importante porque busca adquirir novos conhecimentos e aprimorar os existentes no que se refere melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiência visual, além de possibilitar uma reflexão sobre temas atuais e muito debatidos atualmente, como inclusão social, por exemplo.
2.DEFICIÊNCIA VISUAL
De acordo com Veitzman (2000) deficiência visual é a acuidade visual menor ou igual que 20/200 ou 20 graus após a melhor correção. A OMS classifica-a em categorias, ou seja, baixa visão LEVE está compreendida entre 20/60 a 20/80 pés; a MODERADA, entre 20/80 e 20/160 pés; a SEVERA, entre 20/200 a 20/400 pés; e a PROFUNDA entre 20/500 a 20/1000 pés. Para fins epidemiológicos, a cegueira, está compreendida na faixa de acuidade visual inferior a 20/400 pés.
Segundo Veitzman (2000) várias doenças oculares crônicas causam um déficit visual permanente e irreversível, afetando a qualidade de vida do indivíduo. Abrange uma situação de diminuição da visão, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de lentes convencionais.
Cabe apontar ainda que, grande parcela da população infantil é portadora de deficiência visual congênita, definida como cegueira absoluta, adquirida por meio de doença infecto-contagiosa, como toxoplasmose, sífilis, rubéola, dentre outras, acarretando enormes prejuízos à criança. A mãe adquire principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois o transporte placentário não possui nenhuma filtração, ou seja, não ocorre nenhuma seletividade das substâncias transportadas para o bebê. Assim, substâncias nocivas podem ser levadas até a criança, causando seqüelas que podem ser irreversíveis, como é o caso da cegueira congênita.
As atividades de vida diária estão relacionadas às atividades de auto manutenção, higiene pessoal, alimentação, vestuário, locomoção, tanto na habilitação como na reabilitação, instrumentalizando as pessoas portadoras de alguma deficiência a administrar e qualificar essas atividades com autonomia e o máximo de independência. São tarefas de desempenho ocupacional que elas realizam todos os dias, desde o momento emque acorda, até quando vai dormir, cujo desenvolvimento assegura o máximo de independência e satisfação frente às necessidades do cotidiano e promovem a auto confiança na realização destas atividades, proporcionando condições de conquistar o direitode cidadania.
Durante a realização das atividades em questão, o indivíduo portador de deficiência visual vai explorar a natureza de seus interesses, suas necessidades, capacidades, limitações, desenvolver habilidades percepto-motoras, e, aprender atitudes e comportamentos pessoais e sociais, conforme apontam Hugonnier et al (1989).
É importante lembrar que, todo indivíduo portador de qualquer tipo de deficiência tem direito a um tratamento especial de saúde ou à criação de programas que favoreçam melhorias em sua qualidade de vida, cuja promoção promove-lhes o direito de inclusão social.
Levando-se em conta que a natação pode ser um meio capaz de promover a inclusão social do deficiente visual, conforme cita Oliveira (1993), Ribeiro (2002).
3.INCLUSÃO SOCIAL
O homem é um ser eminentemente social, conforme aponta Oliveira (1993) ressaltando que o mesmo só pode ser pensado pela e na relação com outrem, levando-nos a entender a importância da inclusão social.
Todo cidadão tem direito à inclusão social, evidenciando assim a missão de promover a realização de qualquer atividade de lazer envolvendo a satisfação de aspirações dos seus praticantes, uma vez que tais atividades procuram atender as pessoas no seu todo. Para tanto, é necessário conhecer as opções que o lazer oferece.
Diante disso, políticas e leis têm sido elaboradas, criando programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de portadores de deficiência nos últimos anos, cujo parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os mesmos aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados, de acordo com Ribeiro (2002).
Refere ainda que, a legislação garante às pessoas portadoras de deficiência o direito à educação, à saúde, ao lazer, à previdência social, ao amparo, à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Levando-se em conta que é possível promover a integração do indivíduo portador de deficiência através de atividades lúdicas, culturais, esportivas e recreativas, proporcionando-lhe, desta forma, divertimento, desenvolvimento pessoal, psíquico e social, cabe à família, escola, autoridades e comunidade garantirem espaços e oportunidades para que os mesmos possam usufruir de tais direitos.
Desta forma, verifica-se que é importante oferecer à criança portadora de deficiência a oportunidade de praticar algum tipo de modalidade esportiva, como por exemplo, natação, uma vez que, através disso, é possível priorizar aspectos relacionados ao seu desenvolvimento global, ou seja, formação integral (aspecto cognitivo, pessoal e social).
Conforme aponta Betti (1991 e 1999), alguns princípios devem ser considerados para inserir o aluno na Cultura Corporal de Movimentos: inclusão, (não-exclusão), diversidade, alteridade, equifinalidade e formação/informação plena.
O principio da inclusão ou da não-exclusão, indica que nenhum aluno pode ser excluído de qualquer aula procura garantir o acesso de todos os alunos às atividades propostas e o principio da diversidade, que propõem uma Educação Física com conteúdos diversificados, não privilegiando, por exemplo, nenhuma modalidade esportiva, de acordo Darido (2005).
Nesse sentido, ainda de acordo com a mesma fonte, é preciso propor uma Educação Física na qual sejam considerados os princípios apresentados por Betti e levar em conta também os alunos portadores de necessidades especiais como, por exemplo, motoras, auditivas, visuais, respiratórias e etc., presentes no ambiente escolar.
4.NATAÇÃO
Uma retrospectiva histórica permite-nos observar que desde a Antiga Grécia, o saber nadar era visto como importante meio, não só de ascensão social, como também mais uma arma de que o homem dispunha para sobreviver dentro de uma sociedade que tanto valorizava as práticas esportivas, de acordo com Sousa Sobrinho (2005).
Destaca ainda que o culto à beleza física, colocado em prática pelos gregos, fez da natação um dos exercícios mais importantes dentre as mais variadas modalidades esportivas dos jogos olímpicos gregos. Na grecia antiga a natação fazia parte do treinamento dos soldados do imperio. Platão (428-7 a.C a 348-7 a.C) afirma que quem não sabia nadar não era educado.
É ressaltado também que muitos dos estilos de natação conhecidos e praticados hoje em dia não são exclusivamente de origem dos antigos gregos, pois algumas modalidades da natação atual são oriundas também dos estilos praticados pelos indígenas da América e da Austrália, nos primeiros jogos Olimpicos no sec. XIX.
Ainda de acordo com Sousa Sobrinho (2005), os indígenas australianos nadavam agitando as pernas perpendicularmente a superfície da água, onde foi adotado como o (crawl australiano) por Richard, já os indígenas americanos utilizavam o estilo da braçada de peito, este nado recebeu o nome de Trudgeon.
Conforme meniconado, a natação, é um dos esportes mais completos que existe, razão pela qual tal modalidade esportiva tem sido parte fundamental nas aulas de Educação Física.
Com relação a natação para pessoas com diferentes níveis de deficiências visuais, incluíndo-se os cegos, cabe ressaltar que, inicialmente a aceitação foi muito difícil, dev ido ao grau de dificuldade de se colocar na água alguém que pouco ou nada enxerga.
No entanto, felizmente esse tipo de prática esportiva foi gradativamente sendo incentivada por meio de muitos profissionais pertencentes a alguns institutos, entidades, escolas e associações que realizam atendimentos às pessoas com deficiências visuais.
A metodologia e as práticas de ensino da natação para deficientes visuais a serem utilizadas dependerão de diferentes fatores, dentre os quais estão os objetivos que se pretende atingir; a idade do aluno; e, suas condições físicas mentais e afetivas. Parte-se, portanto, do pressuposto de que os objetivos gerais da natação podem ser diversificados, tais como: reabilitador; utilitário; educativo; recreativo; social; e, competitivo, conforme orientações do Comitê Paraolímpico Brasileiro e aponta Cabestre (2008).
Embora a natação para os deficientes visuais nas escolas regulares possa ser praticada em conjunto com as turmas normais, não sendo necessário, portanto, a separação de turmas, Veitzman (2000) refere que é importante considerar a necessidadede se ter conhecimento de avaliações clínicas relacionadas a visão residual, para realizar adaptações de recursos ópticos especiais e/ou adoção de modificações no ambiente.
Por outro lado, Daltro (2004) refere que a disponibilização de atividades físicas adequadas, considerando os devidos cuidados depende da elaboração de um planejamento. Tal atitude pode ser benéfica não apenas para o educando portador de deficiência visual, mas para o conjunto de alunos, visto que a interação entre os indivíduos é um dos melhores meios para a inclusão e a reabilitação educacional, social e esportiva. No entanto, ressalta que é importante considerar as necessidades individuais, os interesses e habilidades presentes e as que se pretende trabalhar.
Assim sendo, de acordo com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (2006), antes de iniciar um trabalho de natação com alunos portadores de cegueira e/ou deficiência visual, o professor deve realizar uma avaliação específica e atenta para determinar o nível atual de desempenho do aluno. Durante tal avaliação deve-se tentar responder aos seguintes questionamentos:
● O que o aluno consegue enxergar? Qual é o nível de sua visão?
● Quando (com que idade) ocorreu a perda da visão?
● Durante qual período ela evoluiu?
● Continua evoluindo?
● Qual é a patologia?
● Como se pode estimular e utilizar o resíduo visual?
● Existe alguma atividade física contra-indicada?
● Já praticou a modalidade?
● Pratica ou praticou alguma outra atividade física?
● Qual o objetivo que o aluno busca atingir com a prática da natação?
Ainda com relação à natação, é exposto que muitos foram os benefícios já confirmados por técnicos, especialistas educacionais e médicos em função da prática de tal atividade. Dentre os benefícios, são citados os seguintes: o melhor aproveitamento do tempo livre, de forma sadia e divertida, evitando-se o sedentarismo; a ampliação das relações interpessoais por meio de atividades em grupos; melhoria das condições física gerais; a melhora da coordenação e orientação espacial; a superação pessoal e melhora da auto-estima, e além de tudo isso, ainda pode-se evitar e prevenir doenças secundárias.
A natação para os cegos trabalha as etapas de familiarização ou adaptação, desenvolvimentos e habilidades básicas e especificas da mesma forma que para as pessoas normais.
Trata-se de uma modalidade esportiva capaz de proporcionar desenvolvimento afetivo, ou seja, desenvolvimento, restabelecimento e melhoria do autoconceito e da auto-estima, conforme relata Daltro (2004).
Refere ainda que, segundo Mazarini (1992), a autoconfiança na água adquirida pela criança, resulta em um comportamento mais sociável com seu professor de natação, com seus colegas e em suas atividades de vida diária.
A atividade física, de acordo com Gallahue e Ozmun (2001) proporciona força, resistência, coordenação e flexibilidade, entre outros componentes podendo afetar a qualidade de vida de maneira geral. Referem ainda que, os fatores que interferem no controle motor do equilíbrio e na coordenação, em conjunto com os fatores de produção de força, de agilidade, velocidade e energia, tendem a surgir como componentes que influenciam de maneira significativa o desempenho motor. Os fatores de controle motor possuem importância no início da infância, quando a criança está realizando a aquisição do controle de suas habilidades motoras fundamentais, que são manipulação, estabilidade e locomoção.
Diante disso, cabe ressaltar que de acordo com Daltro (2004), as atividades físicas são benéficas à saúde e prolongam a vida da população de maneira geral, pois possibilitam que se mantenham bons níveis de condicionamento físico.
Da mesma forma, Rosadas (2000) realizou um estudo de caso, cujos dados colhidos indicam os benefícios do esporte para a pessoa com deficiência visual, relatando que quando se proporciona maior condicionamento físico para o desempenho diário do corpo, a vida se torna mais longa para a mesma. Refere que a prática esportiva da natação para deficientes visuais consiste em adaptações e modificações nas regras, materiais e locais para as atividades, possibilitando a participação das pessoas portadoras de deficiência nas diversas modalidades esportivas.
Conforme aponta Ratey (2002) todos os indivíduos utilizam as mesmas áreas do cérebro que estarão sendo utilizadas no momento da execução do movimento. No entanto, segundo Kerbej (2002) a criança cega aprende melhor devido ao fato de orientar-se pelas vibrações do ar e da água, além de ter uma audição privilegiada.
O desenvolvimento motor, de acordo com Daltro (2004) ocorre em ambientes sociais, acontecendo, na maioria das vezes, por meio de brincadeiras, jogos, atividades e esportes, cujas atividades são importantes para a socialização das crianças e adolescentes.
Relata ainda que, a atividade física possibilita o desenvolvimento moral, uma vez que possui regras e normas de condutas que devem ser seguidas pelos indivíduos participantes. Salienta que em 1981, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) lançou um guia de ensino pedagógico contendo várias informações sobre as principais disciplinas esportivas para pessoas com deficiência de forma geral, entre elas também a deficiência visual, sendo que uma das orientações contidas no referido documento se refere à adequação das atividades propostas, mencionando que o instrutor deve estruturar sua aula de tal forma que, dos exercícios fáceis e conhecidos, vai-se passando, devagar, para os mais difíceis e desconhecidos.
Conforme menciona Oliveira (2004) existe uma grande demanda de produção e intervenção dos profissionais de Educação Física em vários campos de atuação, tais como, escola, clínicas de reabilitação e re-educação, organizações não governamentais (ONG's), como APAE e similares, relacionados ao esporte adaptado e de rendimento, assim como nos cursos de formação de professores, cuja preocupação concreta envolve a pessoa deficiente e sua inclusão social.
Enfim, através do exposto é possível verificar que a natação é uma atividade física que pode trazer benefícios para a formação integral do indivíduo, principalmente para os que possuam deficiência visual, no entanto, a elaboração de um planejamento é primordial, conforme mencionado no decorrer do estudo.
4.1.Metodologia de ensino das aulas de natação para deficientes visuais
No contexto escolar deve-se trabalhar de forma adaptada em função de cada etapa do aprendizado, ou seja, de forma interpretativa que pode ser realizado no dia-dia da criança na escola. De acordo com várias referências bibliográficas de mestres e doutores especializados na área do estudo, foi constatado que a criança com deficiência visual não tem que passar, obrigatoriamente, por cada etapa do aprendizado, mas, primeiramente, é preciso respeitar a limitação de cada criança. No entanto, para um melhor desenvolvimento, a mesma deve passar por procedimentos técnicos, o qual é dividido em cinco etapas.
As cinco etapas são: adaptação ao meio líquido; imersão e domínio respiratório; flutuação; propulsão; e, mergulho.
Cabe ressaltar ainda que, antes de serem aplicadas tais etapas, é necessário preparar a criança com deficiência visual em três etapas: exercícios preparatórios; exercícios específicos para o meio líquido e exercícios de relaxamento
4.2.Conteúdos a serem trabalhados nas aulas de natação para deficientes visuais
Os conteúdos a serem trabalhados nas aulas de natação para deficientes visuais, na faixa etária dos sete aos dez anos, de ambos os sexos envolvem aulas com duração de 60 a 75 minutos, no nível denominado iniciação.
O objetivo é trabalhar o desenvolvimento motor da criança com deficiência visual, criando atividades lúdicas e adaptadas para o melhor desempenho dos exercícios, sem que a mesma faça por obrigação mais sim por puro divertimento, transformando a aula num ambiente saudável e descontraído, o qual devemos sempre lembrar que devemos sempre adaptar a aula para esta criança.
Fazem parte das estratégias de ensino, os jogos e diversas brincadeiras. Referindo-se ao conteúdo, o aquecimento, parte inicial da aula, cujo tempo é de 5 a 10 minutos envolve exercícios preparatórios, exercícios específicos para o meio líquido e exercícios de relaxamento. O tempo de 45 a 50 minutos é dedicado à parte principal.
5.CONCLUSÃO
Pode-se dizer que o objetivo do estudo foi alcançado, pois conforme demonstrado, de acordo com a revisão bibliográfica o deficiente visual pode praticar natação, cuja atividade física traz benefícios relacionados ao desenvolvimento integral do mesmo, além de fornecer subsídios para a sua inclusão social.
Não resta a menor dúvida quanto à importância da elaboração do artigo, uma vez que foi possível adquirir novos conhecimentos assim como aprimorar os existentes, obtidos no decorrer do curso de graduação.
Foi possível verificar que são vários os benefícios proporcionados ao deficiente visual, em função da prática de tal atividade física, isto é, natação, desde que sejam consideradas as adaptações necessárias. A motricidade, por exemplo, pode ser estimulada e aprimorada por meio de atividades na água. É possível ainda, promover a existência de um clima onde o mesmo possa ampliar sua auto-estima, por exemplo.
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