Nasce uma nova estrela a 171
Por Jorge Leite | 01/09/2010 | Crônicas"O CÉU GANHOU A ESTRELA NÚMERO 171"
Boa tarde senhoras e senhores, meu nome é Enio Manso, o maior 171 do Rio de Janeiro, aquele que vendeu o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, dá nó em pingo de éter e vendeu o bondinho de Santa Tereza. Quem é que quer a cartela do bingo?
Com certeza foi dessa forma que nosso saudoso amigo chegou para se apresentar a São Pedro, mostrando ainda sua carteira e contra-cheque de Federal, exigindo assim um lugar privilegiado na organização dos bailes da tarde até então realizados pelo amigo Edison Prates e apresentados pelo não menos Emílio Jorge Paolino. Mas como ainda era calouro, da mesma forma quando começou a aprender com os dois, contentou-se, a princípio em cantar apenas o bingo. Chamou a amiga Diva para vender as cartelas e rodar o bolário , não esquecendo sua 45 novinha guardada na bolsa, o número dos mentirosos 69, dizendo para a Diva tudo embaixo 66 e alardeando hoje o prêmio é de duzentos reais, um relógio a prova cem metros longe d?água e duas garrafas de champanhe importadas de Nova Iguaçu.
Esse é o nosso amigo Enio, amado por muitos e odiados por outros tantos, parceiro de fé, contador de dinheiro e de estórias, criador de ilusões e mestre de cerimônia como poucos. Fazia do microfone uma arma a seu favor e contra, brigava com muitos e fazia as pazes como poucos, mas acima de tudo era o maior realizador de bailes para a terceira idade que já apareceu por aqui. Seu público era fiel, o amava e o acompanhava para onde ele ia. Recebia como poucos e se despedia deles melhor ainda. Como ele mesmo dizia, só havia no mundo três marcas conhecidas, "cerveja antártica, coca-cola e Enio Manso".
Enio deixou uma lacuna que não irá ser preenchida nunca, pois dificilmente aparecerá outro promotor de eventos com tanto carisma, tanta imaginação e arrojo.
Descanse em paz amigo, dê um abraço nos irmãos Emílio e Edson e nos aguarde, pois não tem outro jeito, teremos que ir querendo ou não e vamos reviver o trio do América : você, Emílio e eu, sob a batuta do nosso mestre Prates.
Em tempo não se esqueça de mandar o Dimar tirar o chapéu pra te receber.
Obs.": O céu informa os primeiros cem terão direito a uma skol geladinha".
Jorge Leite