Não satisfeita com o tema duvidoso em 2012, Porto da Pedra fala sobre calçados em 2013

Por Débora Soares | 13/09/2012 | Sociedade

Após fazer um dos desfiles mais patéticos da história do carnaval carioca, em 2012, ao falar sobre iogurte, em um desfile com tema comprado, a escola de samba Unidos do Porto da Pedra, de São Gonçalo, estreia no Grupo de Ouro, antigo acesso, com o tema “Me digas o que calças, que eu te direis quem és”. Não parece um enredo convincente para uma escola que tenta se reerguer após a penúltima posição no carnaval 2012 e uma troca de comando direcional.

O polêmico iogurte e o desfile mais sonolento de 2012 no carnaval carioca

Na madrugada do dia 20 de fevereiro deste ano de 2012, a Porto da Pedra entrou na Marquês de Sapucaí sob olhares desconfiados por carregar em seu nome, um dos enredos mais controversos da história. Foi uma estratégia para captar recursos e dessa forma, a escola teve seu carnaval patrocinado por uma empresa de laticínios. O desfile transcorreu de forma normal, mas não chamou a atenção do público, que não cantou nem se empolgou com a vermelho e branco de São Gonçalo.

Para o carnaval 2013, a esperança é de uma completa mudança de postura, mas o enredo sobre calçados chama a atenção da crítica carnavalesca acerca da forma como são escolhidos os enredos das escolas cariocas. Ainda não há a informação se o tema é mais um fruto de patrocínio, mas já abre discussão no mundo do samba. Afinal, é mais um tema de difícil identificação emocional com o público presente à Sapucaí.

Escolas têm sambas-enredos cada vez mais caros

O carnaval do Rio de Janeiro é de fato um megaespectáculo e disso ninguém duvida. Assim como ninguém duvida que comprar ingressos do carnaval carioca é algo fantástico e que, certamente, faz uma pessoa ter boas histórias para contar. Mas o que chama atenção é o fato do carnaval do Rio de Janeiro necessitar cada vez mais de recursos externos devido a cada vez maior, transformação do samba em megaevento de luz, cores e, principalmente, tecnologia, o que vem deixando muitas agremiações fora do páreo. Bons sambas como o da São Clemente, deste ano, são suprimidos pela eloquência do que é trazido pelos patrocínios e riqueza adquirida pelas escolas do primeiro escalão.