Não me vias, agora me percebes?
Por tatiane andrade | 08/02/2010 | EducaçãoHodiernamente, a questão racial vem sendo e tendo um amplo enfoque devido às problemáticas envolvidas neste campo, entretanto, em nosso país ainda existe discriminação contra os negros, em boa parte da nossa sociedade.
Dentro desta perspectiva, o preconceito racial é um entre os mais variados temas que podem ser discutidos, levando em consideração a extrema importância que a figura do negro tem na história como um todo. Sendo que a problematização sobre a questão racial é algo que abrange o contexto social e histórico em que vivemos, pois nenhuma reforma ou mudança terá o devido valor se o respeito ao negro e toda a sua legitimidade não for encarada como prioridade. Igualmente se faz presente (ainda que velado) a prática do racismo, tendendo a ser praticado pelos indivíduos em nossa sociedade que colocam o negro em uma situação quase que subalterna, estigmatizando-o e excluindo.
O preconceito racial acontece em diversos setores da nossa sociedade, um deles é o espaço escolar, local este que deveria promover a inclusão de todos os indivíduos e objetivar transmitir conhecimentos aos mesmos, se tornou um local que reproduz os preconceitos vigentes, pois segundo Rodrigues, 2003 p.2:
“A escola, dentro da sociedade, tem o papel de combater o preconceito, preocupando-se em não reproduzir estereótipos que rotulem para desqualificar grupos raciais e étnicos, sendo um espaço democrático onde todos possam ser iguais tendo os mesmos direitos. Contudo, a escola vem legitimando a exclusão racial e, sutilmente, violentando e destruindo sonhos, oportunidades de muitas crianças.”
A escola vem perdendo o foco do seu objetivo principal, que é ensinar e preparar os indivíduos para a vida, pois reproduz em seu interior o preconceito racial. Sendo a escola um agente socializador, pois tem o papel fundamental no processo de desenvolvimento de seu educando,podemos observar que tais práticas estão sendo realizadas no cotidiano escolar, e verificando que o preconceito pode afetar os indivíduos psicologicamente e na sua aprendizagem. Observamos também que a questão racial não é discutida como se deve, e que muito professores se encontram despreparados para realizar tal debate, pois segundo Kramer, 1995, p. 69:
“Encontramos racismo e preconceito nas coisas da escola? Sim, e muito; e como poderia ser de outro modo? Estamos falando de uma instituição que: busca homogeneidade (remanejamentos, etc.); tem um perfil de bom aluno, do bom professor; acredito que existe o melhor método, uma única melhor maneira de ensinar isto ou aquilo; que tem especial apego a escolas de desenvolvimento, a padrões de aprendizagem...; que padroniza que tem nas grades (curriculares) a base de seu trabalho: que separa, se agrega, desagrega, valoriza a delação, desunião, a premiação e o castigo. Destaco ainda, que os profissionais da educação precisam discutir o racismo e seus próprios preconceitos, temas que, com freqüência, não tem sido reconhecido como legitimamente pedagógica.
Centrando o olhar sobre esta temática, surgiu o desejo inquietante de pesquisar sobre o preconceito racial no interior do cenário educacional. Tendo como pressuposto (re) pensar como se deu a entrada o negro na escola, e como se apresenta nos dias atuais a questão do estigma e preconceito, pois ao abordar esta temática, visamos levar aos futuros professores a refletirem sob tal aspecto e colaborar na construção de uma “escola” que respeite os indivíduos, independente de cor, raça, ou credo. Encontramos em Souza, 2004 p.5, a seguinte afirmação: “A construção da identidade negra é de responsabilidade política. É necessário e urgente romper com uma educação excludente da cultura negra, a fim de humanizar as questões raciais”.
Muitos questionamentos sobre a temática do preconceito racial podem ser realizados e debatidos, devido à suprema relevância no panorama atual, entretanto, consideramos partir da (re) leitura de outros trabalhos acadêmicos que também se utilizaram da mesma temática, sendo reforçados pelos referenciais teóricos adquiridos e compreendidos na graduação. Esta pesquisa enfocará a relação da escola com a figura do negro, se ainda existe algum tipo de preconceito ou estigma sobre o mesmo, e como se colocam os professores sobre este assunto, se em suas práticas conseguem identificar algum tipo de preconceito racial e se trabalham a cultura negra no ambiente escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KRAMER, Sonia. Questões Raciais e Educação - Entre Lembranças e Reflexões. In:
Cadernos de Pesquisa, São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1995, Maio, nº 93.
RODRIGUES, Dayse Berenguer. PRECONCEITO RACIAL: uma violência que influencia a democracia na escola. In: Revista Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003.
Versão em pdf disponível em:
SOUZA, Yvone Costa de. DEIXEI MEU CORAÇÃO
Versão em pdf disponível em: <
Sites acessados:
< http://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito - Data de acesso: 07/07/09>
<http://pessoal.educacional.com.br/up/580001/508188/Quais%20os%20tipos%20de%20 preconceito - Data de Acesso: 07/07/09>