Não há contrato mais definitivo que o de liberdade
Por Bruno Santos | 21/06/2014 | FilosofiaNão há contrato mais definitivo do que o de liberdade, ser bom e amar sem esperar nada em troca.
É difícil, mas aí está o mérito... Alcançar a paz – aquele estado de espírito em que se é, dentre outras coisas cabíveis, plenamente convicto de suas capacidades existenciais e ao mesmo tempo se permite ser altruísta, equilibrado, atuante e desejoso de que todos possam um dia estar na mesma condição – é questão de esforço, de desprendimento da coisa comum, do egoísmo. É uma escalada árdua, um processo de ampliação de consciência, de rompimento de paradigmas, de auto aceitação que se dá de maneira conjunta, posto que ninguém chegará a esse estágio sozinho. Digo de antemão que ainda estou longe dele, que tenho ignorâncias a trabalhar, mas enxergo, mesmo que um pouco embaçado, a direção correta. Vejo por todos os lados pessoas em condições próximas às minhas, muitas vezes conscientes mas sem vontade de abandonar velhas emoções ou hábitos ou desejos torpes, outras vezes perdidas em seus próprios labirintos e incapazes de visualizarem algo melhor com os olhos da mente; pessoas muitas das quais não hesitam em destruir coisas bonitas por causa de estigmas primitivos, cobranças, exigências, interesses próprios em detrimento do equilíbrio conjunto, ignorância em detrimento de bons questionamentos filosóficos, impulsos em detrimento da calma e da reflexão. Eu não sei se minha visão está mais próxima da verdade ou não, eu apenas tento mostrá-la, tento também perceber as mais variadas visões.
Claro, eu nunca vou exigir que as pessoas se livrem daquilo que eu considero desnecessário, mas nunca deixarei de dizer que considero desnecessário e por que motivo. Não vou privar alguém de fazer aquilo que acredita ser necessário para si, e isso é apenas por consciência e desejo de que todos possam viver todas as experiências que considerarem imprescindível, sem juízo de valor, para se realizarem ou aprenderem algo na escola eterna da existência, seja com ótica límpida ou distorcida, com êxitos ou fracassos, com euforias ou depressões, alívios ou culpas...
Eu posso afirmar com muita convicção que todos, eu disse todos, os males vêm para bem. O que no começo é desesperador e causa aflição, angústia, pânico profundo, medo de nunca mais se recuperar, pensamento monótono e destrutivo de culpa ou de rancor, no decorrer do tempo apenas se transforma em engrandecimento, sabedoria.
Enfim, eu já tomei muitas decisões erradas que não voltaria a tomar, mas sempre estarei sujeito a tomar outras decisões erradas... Todos estão! O bom é que sempre aprenderemos algo. E da auto-percepção de erros e imperfeições nasce a compreensão. E da compreensão nascem novas percepções, que levam a outras cada vez mais elevadas.
Nunca há "tempo perdido", há apenas o "tempo necessário".