NÃO FUJA DAS IGREJAS PENTECOSTAIS, SALVO DAS QUE PRATICAM A MACUMBARIA EVANGÉLICA
Por Leila Gonçalves Oliveira | 21/08/2011 | ReligiãoNÃO FUJAM DAS IGREJAS PENTECOSTAIS
SALVO DAS QUE PRATICAM A MACUMBARIA EVANGÉLICA.
Tive que reagir e revidar o texto que uma escritora e tradutora, com sites na internet escreveu, como sempre, contra as igrejas Pentecostais. Ela se dirige aos que as freqüenta com o tom pejorativo de "PENTECAS".
Não ignoro que haja igrejas que mais parecem centros espíritas, do que Igreja Evangélica. Defendo aquelas Pentecostais e Neopentecostais que não se contaminaram com os ventos de doutrina; Cair pelo poder, Riso Santo, falso Dom de Línguas, Dança Santa, Sapateados, etc. Não podemos colocar todas as igrejas que não são tradicionais num mesmo saco.
Não consigo ficar omissa quando leio as acusações, muitas vezes verdadeiras, mas ofensivas em demasia. Concordo, mas não totalmente.
Ela diz, por exemplo:
Em vez de colocarem sua fé exclusivamente na Bíblia e em Cristo, os crentes imaturos passam a confiar em óleos, lenços e outros objetos supostamente ungidos, culminando agora com esses pares de meias baratas, que não devem ter custado mais de R$2,00 por peça ao pilantra religioso, que agora os está vendendo a peso de ouro.
Aqui ela se refere aos diversos recursos utilizados pelos pastores para provocarem a fé em seus membros.
Os profetas carismáticos continuam pregando curas, sinais e maravilhas, prometendo salvação e arrebatamento a todos os que "contribuírem com a obra do Senhor". Observem o grande número de jovens pastores que estão seguindo profetas da mentira, como Joel Osteen, Eugene Peterson, Rick Warren e muitos outros facilitadores da graça. A maioria deles até endossa o profeta mentiroso Todd Bentley, o qual transformou a sua igreja num jardim zoológico. Ele e os que o aprovam conseguem levar os incautos a um lamentável engodo religioso.
Aqui, ela deixa claro, não crer em milagres, no entanto eles povoam o universo pentecostal.
Um irmão que mora na África tem contado coisas de arrepiar. Os falsos profetas carismáticos, lá na África, comportam-se de modo mais vergonhoso do que os próprios macumbeiros, explorando a boa fé dos africanos. O sucesso religioso desses meliantes tem ofuscado todo o amor à verdade bíblica.
Penso que no fundo, toda a sua irritação contra aos pentecostais, seja agravada por causa das grandes somas envolvida. E claro que não aprovo também a MACUMBARIA EVANGÉLICA, mas existe um meio termo.
O texto dessa autora é pesado. Muito pesado mesmo. Insustentável. Abominável. Revoltante.
Mas quando vejo a carinha desse povo sofrido, ignorante, mal ajambrado, analfabeto, cheio de doenças,muitas vezes por falta de higiene , desnutridos, reunidos pela fé em busca de solução para seus problemas, tenho enorme piedade.
Encho-me de dó.
Não quero justificar as armações mentirosas existentes, principalmente nas Igrejas que praticam a MACUMBA EVANGÉLICA.
Não fecho os olhos para isso. Sei que estão misturando tudo numa panela só, mas o desespero, e a falta de conhecimento, nos faz correr atrás de alívio para as nossas dores. Só quem sofreu, conhece o desamor, o abandono e a falta de esperança. Me dói muito e me deixa confusa, mas o meu lado amoroso, impede-me de ser tão dura.
Não sei o que dizer por que me reporto ao Monte das Oliveiras e vejo o mesmo povinho, ignorante, pecador, com suas mazelas, correndo aos montes em enorme multidões atrás de Jesus, e não vejo diferença.
Vejo, com horror, Jesus cuspindo na terra, fazendo lama e besuntando os olhos dos cegos. Reporto-me à Paulo, enviando seus lencinhos, retalhos de seu avental, aos enfermos. Ou o cajado do profeta Elizeu que deveria ressuscitar a criança, filho de Sarepta.
O importante é a unção, mais a fé posta em ação. Jesus nada pôde fazer milagres em Nazaré, porque a maioria não teve fé. Sem fé é impossível agradar a Deus.
E eu sempre me reporto a Fil.1:18, "mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda maneira, ou com fingimento, ou em verdade..."
Gostaria de dar minha opinião particular sobre esse assunto. Geralmente o povo que chega a essas igrejas, vem do mundo com uma carga de sofrimento muito grande. Fruto dos pecados cometidos; vícios, roubos, adultério, prostituição e até assassinato; algumas dessas pessoas recebem a visitação do Espírito Santo de Deus nos presídios, nos hospitais, nas clínicas psiquiátricas, até mesmo em casa, através de uma pregação televisiva. Aceitam Jesus e saem desses lugares libertos pelo poder de Deus.
Essas pessoas viviam, em sua grande maioria, em estado de completa miséria, doença, fome, rejeição, doenças mentais, depressão, ausência total de amor. Mesmo os antes reconhecidamente "ricos e famosos", chegam destruídos, destituídos de qualquer valor em que se apoiar. O mundo já não as quer. Os amigos e a família as renegaram. É o momento de buscarem Deus. Precisam muito de Sua misericórdia. Precisam de se sentir amadas. Precisam estar incluídas em algum grupo que as aceite. E pertencer ao Povo de Deus é um bom início para a cura que só Jesus pode oferecer pelo seu tremendo sacrifício na cruz. Ali reunidas já não se sentem marginalizadas. Sabem que, como elas, essa multidão é de sofredores. Compartilham da mesma dor. Tudo o que desejam ouvir é que Deus em Nome de Jesus vai libertá-las do sofrimento. Que elas vão ser consoladas pela presença de Seu doce Espírito. Desejam ouvir uma pregação de Libertação de seus males, e terem seus corações preenchidos de Esperança e Amor.
Faz-lhes bem saber que Jesus as ama. Que Ele as escolheu, que Ele deseja cuidar delas. Desejam ouvir que são muitos, muito especiais mesmo, para Jesus.
Os pastores fazem, na sua grande maioria, um excelente trabalho com essas ovelhas feridas, machucadas e doentes. Elas chegam às vezes até mesmo andrajosas, sujas, ávidas por Deus. São tratadas amorosamente pelos obreiros e membros dessa Igreja. Algumas igrejas desenvolvem o ministério de socorro a essas pessoas. Os próprios obreiros, os ministros desse ministério, sabem o que é a dor e o sofrimento, pois um dia chegaram à igreja nestas mesmas condições. Porque sobrecarregá-las ainda mais pregando Jesus como um caminho de sofrimento e dor?
O sofrimento com Jesus é doce e suave. Tem um caráter discipulador. É o jeitinho todo especial que Ele tem de nos moldar. Não dói. A mão do oleiro é suave. Não é o mesmo tipo de sofrimento que o diabo nos impõe. Não! É diferente.
A natureza terrena e as ações que geralmente os seres humanos praticam são fortes demais quando influenciadas pelo diabo. Somente pelo poder de Deus, essa natureza é enfraquecida e a nova criatura passa a dominá-la (2 Cor. 5:17). É obra do Espírito Santo de Deus que vai nos moldando, transformando com o amor que só ele pode nos dar.
Ficamos felizes quando somos libertos da influência maligna. Passamos a sentir a paz de Cristo que excede a todo entendimento.
O cristianismo neopentecostal é mostrado de forma otimista, para que os sofredores se encham de esperanças. Não são mentiras. Essas esperanças estão apoiadas nas promessas de Deus escritas na Bíblia. È dado maior ênfase a elas.
O caminho da cruz como instrumento de Santificação não está tão evidente nas pregações pelos motivos já mencionados. Enquanto o crente carrega a sua cruz seus olhos deslumbram a vitória por meio da fé em Jesus.
O importante nas pregações é levantar o homem caído, dando-lhe o máximo de esperança, aumentando-lhe a fé. Ele não pode voltar para casa triste e abatido, do mesmo jeito que chegou. Ele tem que sair transformado, pelo toque de amor liberado pela Palavra na pregação do pastor. Jesus é amor. Ao ouvir a Palavra o crente precisa sair do culto com o espírito cheio, pleno. Alimentado e Feliz.
Não sejamos duros, cruéis em nosso parecer. Talvez você não faça idéia como certas pessoas sofrem nas mãos do diabo até chegarem a Jesus. Enquanto elas resistem ao chamado, o diabo luta violentamente para destruir suas vidas. O tempo vai passando e só após a destruição quase completa de suas vidas conseguem ouvir a Sua voz. Sofremos porque resistimos ao seu chamado.
Quanta dor! Quanto sofrimento! Quantas perdas! É um verdadeiro massacre. Um holocausto. A conversão pode ser às vezes uma experiência brutal, digo sem exagero.
Costuma-se dizer no arraial evangélico que aqueles que não se entregam a Jesus por amor, terão que se entregar pela dor. Mesmo resistindo a sua voz, Ele insiste. Porque Ele nos quer. Insiste em que O conheçamos. Ele escolheu revelar-se a nós, queiramos ou não. Essa é a manifestação do seu amor. Ele nos amou primeiro.
Cegos do jeito que estávamos como podíamos escolhê-lo como Caminho? Não tínhamos nenhuma condição, pois estávamos em profunda escuridão, espiritualmente mortos, separados de Deus.
Só quando Ele nos abre os olhos é que somos vivificados. Ganhamos vida terrena e no Dia do Juízo ganharemos a vida eterna.
Leila Oliveira
21 de agosto de 2011