Namorada Burra

Por Sérgio Lisboa | 18/05/2008 | Crônicas

Quando Deus a fez ele caprichou tanto em sua beleza e em seus detalhes, que ele deve ter ficadoolhando fascinado e acabou esquecendo de colocar alguma coisa a mais em seu cérebro.

Mas eu não o culpo por isso. Também fiquei a maior parte do tempo, paralisado com o fascínio de sua beleza e seu jeito meigo e envolvente de se mover, falar e andar.

A gente sempre se amou e foi muito feliz muito embora você sempre dissesse que "nóis nos amêmo".

Passeávamos no parque, de mãos dadas e você adorava ver as "morfigas" que construíam seus formigueiros.

E a gente era muito feliz.

Eu sempre achei um charme você, ao invés de condicionar você adicionar, ao trocar o "mas" por "mais".

Adorava sua boquinha quando tinha de dizer "questão" e dizia "questã". Que coisinha lindinha.

E o meu amor por você só crescia.

O meu cabelo compridinho atrás, no estilo "mullets", você adorava dizendo que era fascinada pelos meus "munnets". Ainda bem que quando se enroscavaneles, não os chamava de Donuts, pois acabaria comendo-os com doce de leite.

Que coisa mais linda!

Me fascinava seus pequenos deslizes gramaticais, quando eram trocados por deslizamentos sensuais nas colchas de cetim.

E eu amava tudo isso.

Quando queríamos fazer uma lista de compras você achava que deveríamos "alencar" todas as prioridades e acabávamos indo ao cinema ver um filme que tivesse um "alenco" de bons atores.

Eu achava tão bonitinho aquilo tudo que nunca tive coragem de corrigir. Se eu soubesse que você iria embora de repente, eu teria começado a corrigir todas as coisas erradas que ouvi de você.

Levaria pelo menos três meses, é verdade.

Hoje você foi embora e eu não posso deixar de te dizer pelo menos, a palavra que me dizias cujo som mais me doía, que o termo correto do registro de entrada com um codinome se chama 'Login" e não "Longuim".

"Longuim" é o tamanho do ... é o tamanho do .....

Ah! Deixa para lá!

Sérgio Lisboa.