NA PASSARELA, O LIXO
Por Maria Estela Ximenes | 05/05/2011 | CrônicasNA PASSARELA, O LIXO
O caminhão do lixo não passou no dia previsto, para os moradores, houve um simples atraso na coleta de lixo.
No segundo dia, porém, os vizinhos questionaram o atraso, passaram a vigiar constantemente a rua para verificar a chegada do caminhão.
O terceiro dia, os moradores estavam indignados, onde já se viu tamanha negligência, e as autoridades competentes?
No quarto dia souberam através da TV que um aterro sanitário foi interditado após um desmoronamento de terra, seguido de explosão, algumas cidades ficaram sem o serviço de coleta. Os moradores ligaram para a prefeitura em busca de maiores detalhes, como de hábito, a linha estava ocupada. Procuraram até os representantes da Associação de Moradores do Bairro para discutir o problema, " É preciso ter paciência, a nossa calçada também está com lixo acumulado, diziam."
E o bairro, que não era um exemplo de limpeza, virou um lixão a céu aberto, era lixo em terrenos baldios ou nos quintais dos vizinhos (sujar o quintal do vizinho não é novidade).
No quinto dia, a sujeira generalizou-se, os vizinhos só queriam livrar-se dos dejetos que agora não só acumulavam as ruas e calçadas mais também os muros de casas e árvores, além dos insetos e o mau cheiro.
E assim sucedeu nos dias subsequentes, dizem que o povo brasileiro tem a fama de adaptar-se a tudo, não é que é verdade?!