Na Metrópole (Resenha)
Por Emanuel Alisson Damasceno | 15/04/2012 | EducaçãoPalavras – Chaves: Antropologia, Urbana.
- O texto resenhado é obra de José Guiulherme Magnani, (2008), que trata de descrever e analisar alguns aspectos da dinâmica cultural urbana a partir de uma abordagem particular, a da antropologia. Como pesquisador seus estudos tem como modelos sobre modalidades de lazer, lugares de encontro, formar de ser e atuar de personagens que, com seu comportamento, se apropriam de determinados espaços da cidade ( no caso a cidade de São Paulo), dando-lhes novos e surpreendentes significados.
- A obra ao longo de suas 18 páginas está dividida em 7partes.
- José Guilherme inicia sua primeira parte com uma abordagem sobre a trajetória dos estudos na área da antropologia urbana e discute os principais problemas que propicia. Em seguida ele apresenta a canção que identifica a cidade de São Paulo, música Sampa, que nela traz as imagens vivas em uma linguagem poética, os dilemas e possibilidades que caracterizam, e, outro registro, a reflexão antropológica. Mais se dizer que São Paulo e seus moradores comparando o texto da canção, assim como outros paralelismo poderiam igualmente ser explorados entre o discurso poético e a pesquisa antropológica.
- Na segunda parte, o autor aborda a questão dos estudos sobre a Cidade: Antecedentes. Nesse aspecto a pesquisa de campo do autor ressalta sobre às voltas com questões e problemas característicos das modernas sociedades urbano-industriais, cujo campo é a cidade: da janela de seu apartamento, não tem diante de si o espetáculo da vida social em sua totalidade, e mesmo que conviva mais intensamente com o grupo que está estudando, nem sempre gasta todo o seu tempo em sua companhia. No mesmo contexto traz a idéia até o presente, a antropologia, a ciência do homem, tem-se preocupado principalmente com o estudo dos povos primitivos.
- O autor reflete sobre a Antropologia urbana em São Paulo para entender a reduzida produção de trabalhos relativos à cidade de São Paulo: Os objetos privilegiados da antropologia brasileira, como eram constituídos pelas populações indígenas.
- É expresso com vitalidade que o autor traz o Folclore, talvez seja essa uma das chaves de mapeamento de trabalhos da área de antropologia sobre São Paulo. Sem entrar em na discussão sobre as diferenças entre folclore e antropologia, a cidade de São Paulo, por conseguinte segundo o autor, não forneceu temas e objetos de interesse para a pesquisa antropológica, isso só vai ocorrer mais tarde, na década de 70.
- Para o autor as profundas transformações pelas as quais os país vinha passando desde o final dos anos 50 em sua base econômica, no esquema de poder e na composição social foram temas de importante produção das ciências sociais, principalmente da sociologia, economia e ciência política:tratava-se de explicar o modelo de desenvolvimento em curso para entender suas conseqüências no sistema produtivo, as mudanças nas instituições políticas e as contradições que se acirravam na estrutura social.
- Magnani fala também do Lazer e a lógica do pedaço, isso entre os temas que começavam a despertar interesse. A época da realização da sua pesquisa em bairros da periferia da cidade de São Paulo, entre 1978 e 1980, ainda foi preciso argumentar em favor de sua pertinência: porque tratava-se de uma atividade que não era muito valorizada, e no caso pensava-se em considerar um lugar canônico da formação de consciência da classe, no caso dando prioridade aos estudos mais sérios como o trabalho e a política.
- A argumentação de Magnani era de que a atividade marginal, instante de esquecimento das dificuldades cotidianas, lugar, emfim, de algum prazer - trazia talvez por isso mesmo um oferecimento de um ângulo inesperado para a compreensão de sua visão de mundo.
- O pensamento de Magnani, expresso nesse texto, leva-nos a refletir sobre a forma como o conceito de cultura e o Estudos das sociedades Complexas numa perspectiva abordagem Antropológica.