Na Escola

Por NERI P. CARNEIRO | 15/03/2008 | Filosofia

Lá na minha rua encontrei um menino, sapeca, parecendo Pererê: pulava, pulava... e pela rua corria e corria... e sorria!

Só que o danado do menino não queria saber de entrar naquele enorme prédio, bem grandão! O danado do menino tinha medo da escola! Isso cola?

Acontecia que ele via a molecada que vivia lá dentro deixando de ser menino. Desmolecando! Desaprendendo a fazer coisa de menino. Desaprendendo a brincar! Desaprendendo a correr! Desaprendendo a pular... e incomodar, coisa própria de menino!

Desaprendendo a ser do jeito que são os meninos que brincam livres! E o menino, parecido Pererê, não queria ser sem Ser! Ele só queria ser! Ele só queria ser menino e correr! E se sobrasse tempo, um dia crescer!

Mas um dia a bola, logo ela, lançada de trivela, pulou o muro e a janela. Não tava escuro, mas foi duro de encarar!

Enfim decidido, o menino, parecido Pererê, também correu, também pulou o muro e a janela...

E lá, procurando a bola que rola e rola... ele entrou naquele mundão de paredes e pilares e portas e corredores e salas... e aparelhos que nem sabia como funcionavam nem pra que serviam. Mas lá estavam! Desafiando o sapeca!

A bola se escondeu. O menino estremeceu!

Mesmo assim, meninamente, o menino, sapeca, parecendo Pererê, entrou na sala! Silenciosamente!

Sentou!

Curiosando, sorridente se postou diante duma máquina daquelas. Curioso, molecou!

A maquininha, toda desengonçada, parecia televisão. Só não tinha os mesmos "desenhos animados" que ele costumava ver. Nem as mesmas cenas de explosão. Era só uma coisa meio pisca-piscante.

E o menino, sapeca, parecido Pererê, posicionou-se. Apertou botões e teclas. Mais botões e outras teclas... e a imagem era viva, veloz, vibrante... Virtual! (e não é que também tinha desenho e explosão!)

E não é que o menino, parecido Pererê, parou... e num cantinho, escondida, a bola ficou... e espiando e analisando e pensando viu acontecer!

Tantas teclas, tocadas, tecladas, digitadas, convenceram mais do que outras tantas chamadas, broncas e chineladas.

E a imagem viva, virtual, deu nova vida ao menino Pererê. Tanto que o danado do sapeca começou a gostar do computador.......

Neri de Paula Carneiro - Mestre em Educação

Filósofo, Teólogo, Historiador

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