DXXVII – “RESISTÊNCIA E CONSCIÊNCIA OU TUPY OU NOT TUPY NO JOGO 'DELEGLACIAL'? ENCONTROS E DESENCONTROS NA 'MANCHESTER CATARINENSE' (JOINVILLE)!”     

Por Felipe Genovez | 16/08/2018 | História

PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 28.07.2011, horário:  09:00 horas:  

Postei na rede (PC Delegados) uma mensagem entitulada: “Prioridade Máxima”, com o seguinte teor:

“Senhores,

I - Por primeiro, agradeço às inúmeras manifestações reservadas que recebi  sobre meu texto “Tupy or not Tupy” (veiculado na rede “PC” no dia 27.07.2011), o que demonstra que existe uma grande parcela de Delegados de Polícia  indignada, inconformada, frustrada, desesperada e revoltada com a nossa condição, sobretudo, salarial e institucional.

Aproveito para lembrar que nesta nossa efêmera existência não devemos ser muito forte com os fracos e nem tão fraco com os fortes. Lamentavelmente, no reino ditado pelo “poder econômico”, os fracos (com  exceções) costumam se curvar ante os fortes que subjugam aqueles enquanto o poder impõe suas regras, até que o passado transforme os homens e as suas ações em pó.

Lutar por nossos ideais no plano institucional de maneira permanente/intransigente (respeitados os valores humanos e os princípios democráticos) e resistir contra toda sorte de opressão é nossa condição básica de sobrevivência.

Portanto, resistamos (e não nos apequenemos) para que nossa instituição continue de pé e que não percamos o foco nas nossas verdadeiras aspirações (como um salário digno).

Uma instituição não se constrói só com dirigentes visionários, preparados, comprometidos, legitimados nos seus cargos, intrépidos, experientes e probos, mas, também, por uma classe consciente dos seus destinos e que proporcione como contrapartida condições merecedoras (dirigentes fracos = dirigidos frágeis: instituição fraca).    

II - Considerando que os Delegados de Polícia se constituem carreira jurídica e essencial à Justiça, qualquer caminho nesse sentido passa antes de tudo POR MELHORIAS SALARIAIS JÁ!!!  Eis aí a nossa prioridade máxima para o momento: incorporação de vantagens pecuniárias ao vencimento-base (adicional permanência, abono salarial e horas extras) com a reposição/composição das perdas nos últimos anos.  

Reenvio o texto para aqueles que não tiveram a oportunidade de ler/refletir (...)”.

Recebi alguns retornos no mesmo dia, dignos de registro, pela ordem de chegada:

“Caríssimo Felipe,   Muito bom.  Forte abraço.  “S.” (2ª DP/Capital)

“Felipe

Gostei da colocação, é bem assim, vivemos a discutir tudo com todos e sempre na esperança de um "gran finale" que nunca acontece.

Quem nos gerencia/administra, durante a existência desta nossa mãe PC, com uma visão eminentemente político partidária, faz de conto de que tudo sabe, mas na realidade nada faz para olhar para o futuro e vislumbrar uma PC,  que deveria ser PJ, forte, competente, capaz e organizada.

E assim já me passaram vinte e tantos anos de esperança, muita, mas muito mais desilusões, que me marcaram profundamente e algumas alegrias, que faço com que supera as demais.

Obrigado.

C. A. C. R.
Delegado de Polícia Judiciária
DPCo de Imaruí”.

“Tu és "froid", mesmo! Rsrsrs

Bj saudoso."Euzinha", sua fã nº 01 (S. A. – 2ª DP/Capital).

“Dr. Felipe...muito bem escrito... mas o título, no atual momento, poderia ser R$ ou not R$! Abraço, “C.” (DRP de São Miguel do Oeste).

“Sensacional o texto Dr. Genovez.

“R.F.V.F.”
Delegado de Polícia
DPCo Bal. Piçarras/SC
4ªDRP-Itajaí”

" Não me pergunte por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti!. " 

Delegado “E. S.” (Saer)

Já no dia 28.07.2011, fui consultar a “rede” e colhi algumas pérolas:

“Caros Associados, 

É com muita honra que a Adepolsc informa que Santa Catarina sediará, pela primeira vez em sua história o Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária.

O evento foi confirmado em reunião realizada nesta segunda-feira entre a diretoria da Adepolsc e da Adepol do Brasil.

Assim, o XXVI Congresso Nacional será realizado  entre os dias 12 a 15 de outubro do corrente ano no Resort Costão do Santinho em Florianópolis.

Cumpre registrar que realizar um evento deste porte em SC, só foi possível com o apoio da Prefeitura de Florianópolis e do Dep. César Souza Junior que se empenhou pessoalmente através da Secretaria de Turismo do Estado para a sua concretização.

Na próxima semana já estará disponível no site da Adepol as informações completas a respeito do Congresso.

  Você não pode deixar de participar!

  Att,

“C. D. de A”.

  Vice-Presidente “A.”

A sempre guerreira Delegada “S. A.” tratou de dar o troco:

“... E nós, aqui, estamos muito satisfeitos. Para comemorar, vamos até sediar o Congresso Nacional dos Delegados de Polícia do Brasil !!!  Haja festa !!! Que nojo !!!

“S. A.”

Delegada de Polícia há 12 anos com o mesmo salário

Em 28/07/11 11:35, “R. A. P. de F.” escreveu:

"PF, Receita e Advocacia da União paralisam hoje

Os fiscais da Receita Federal e do Trabalho, os advogados da União e os peritos e delegados da Polícia Federal fazem hoje uma paralisação nacional, chamada Dia Nacional pelo Direito a um Serviço Público de Qualidade. O objetivo é forçar o governo federal a reiniciar as negociações com a categoria, paralisadas desde maio deste ano. No Pará, haverá concentração na frente da Superintendência da Polícia Federal, na avenida Almirante Barroso, a partir das 8h.

À tarde, a categoria vai fazer panfletagem no Aeroporto Internacional de Júlio César, para chamar a atenção da população para as reivindicações da categoria, que exige do Ministério do Planejamento o fim imediato dos cortes contingenciais orçamentários na Receita Federal e do Trabalho, na PF e na Advocacia-Geral da União

Eles também querem a retomada dos concursos públicos e a reestruturação das carreiras para valorização profissional dos servidores; o fim da terceirização nas atividades próprias de carreira e a valorização das funções de apoio administrativo. Pedem ainda que o governo se manifeste sobre as negociações em torno do reajuste salarial das carreiras.

As entidades nacionais representativas da fiscalização da Receita Federal e do Trabalho, da Advocacia Pública Federal, dos Peritos e delegados da PF divulgaram nota em que afirmam que não obtiveram uma resposta do governo até agora, “apesar da importância do trabalho desenvolvido por essas carreiras para as principais políticas sociais do governo, como a garantia da arrecadação, o combate à sonegação, ao tráfico de drogas e ao trabalho escravo, as obras do PAC e para o sucesso dos grandes eventos mundiais que o país vai sediar nos próximos anos (Copa do Mundo e Olimpíadas).”

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal do Pará, delegado Clidemir Amoras, informou que a paralisação não deverá afetar os serviços essenciais como flagrantes e fiscalização no aeroporto. “Não queremos prejudicar a população, mas abrir um diálogo com o governo com o objetivo de melhorar o serviço público”, garantiu.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e ainda Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal, Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal e União dos Advogados Públicos Federais do Brasil prometem fazer novas ações, caso não obtenham uma resposta positiva do governo. O que não para na Polícia Federal.
Os serviços essenciais, como flagrantes e fiscalização no aeroporto, não serão prejudicados. É o que assegura a Associação dos Delegados de Polícia Federal no Pará. Fonte: (Diário do Pará)".

Data: 28.07.2011, horário: 22:10 horas:  

Resolvi ligar para a Delegada Marilisa para saber se existia alguma novidade e para variar, perguntei se ela estava sabendo de algum fato novo na ‘rede’ e a resposta foi simples:

- “Não, não estou sabendo de nada”.

Lembrei que no nosso último encontro tive que abrir o “site” da “Alesc” e  mostrar para ela a tramitação do nosso projeto a respeito da “indenização aposentatória” que foi apresentado em maio de 2008. Marilisa ainda soltou uma daquelas suas máximas:

- “Ah, agora já sei como acessar”.

Apesar disso, Marilisa era um “triunfo” e pela primeira vez pude sentir da sua parte muita mais sinceridade nos gestos, nas palavras e nos sentidos. Conversamos sobre pessoas, e pude ouvir dela algumas pérolas:

- “O Delegado ‘L. F.’ é um ‘f.’, a Mulher dele é outra... O ‘D.’ é ‘i.’. O ‘Z.’  é outro...”.

Acabei externando algumas opiniões ácidas sobre a última “Assembleia-Geral da Adepol:

- “O ‘B.’ parece muito ‘afetado’ ainda pelo poder. Não senti muita firmeza por parte do Isaias, acho que ele passou a apoiar os projetos da Adepol...”.

Marilisa ainda falou sobre o Delegado "A". , perseguido por ‘D.S.’ e que agora integrava a “Força Nacional”. Como não havia novidade alguma, acabamos nos despedindo naturalmente. 

Data: 03.08.2011, horário: 16:25 horas:

Era uma tarde chuvosa, tinha acabado de chagar na “Manchester Catarinense” (Joinville) e resolvi fazer uma visita ao amigo Delegado Regional Dirceu Silveira. Antes de entrar no seu gabinete fui informado pela recepcionista que Dirceu estava sozinho e por conta e risco resolvi ir entrando. Dirceu estava na compania do Escrivão Raul e logo que me viu – como já era seu costume - fez sinal para que eu fosse entrando. Aguardei alguns momentos e depois Dirceu veio ao meu encontrou e soltou uma de primeiríssima:

- “Me abandonasses, até tu me abandonasses, mas como, me abandonasses nestas horas”.

Achei engraçado aquela consideração e pude notar no seu semblante um quê que deveria estar relacionando ao caso policial “Neto” que foi absolvido por unanimidade no júri. Argumentei que isso não era verdade e que jamais o abandonei, porém, também levando na esportiva... No ato seguinte, conversamos sobre a situação da Polícia Civil e para minha surpresa Dirceu fez uma narrativa:

- “Felipe, eu, o Renato (Hendges) e o Nilvaldo Rodrigues estivemos com o Presidente do Tribunal de Justiça em audiência na semana passada. Tu precisavas ver o atendimento do Presidente do Tribunal. Imagina, éramos só nós três representando a Polícia Civil, o resto desapareceu. O Renato me surpreendeu neste momento, eu fiquei impressionado com o comportamento dele, defendeu bem nossos interesses. E o Desembargador Trindade dos Santos nos atendeu muito bem, foi um encontro muito bom”.

Interrompi para falar do artigo que tinha publicado na rede (Tupy or not Tupy?) e Dirceu fez o seguinte comentário:

- “Pô, tu pegasses pesado com o pessoal!”.

Dirceu estava se referindo à cúpula da Polícia Civil. Quando me dei conta já passava das dezoito horas e estava eu e Dirceu ali conversando sobre os mais variados assuntos do momento, especialmente a questão dos “BOs” que estava ocupando a mente dos nossos dirigentes e pares. Fiz o seguinte comentário:

- “Pois é, Dirceu, a assembleia dos Delegados aprovou um movimento pró salários a partir de nove de julho e rapidamente o Secretário e o governo bolaram um plano para inviabilizarem qualquer mobilização da classe. Visses, a Adepol rapidinho mudou o foco, agora não é mais salário, ninguém fala mais nada, colocaram o assunto na 'geladeira', a questão passou a ser o ‘BO’, um absurdo...!”

(...)”.