DXVI – “ACADEPOL E ADEPOL: AFINAL, MAURÍCIO ESKUDLARK ESTÁ COM QUEM? O DELEGADO KOCH FAZ ‘JOGO DUPLO’? UM PLEITO DE MARILISA BOEHM?” 

Por Felipe Genovez | 03/08/2018 | História

PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 22.03.2011, horário: 19:30 horas:

Estava na Academia da Polícia Civil (Florianópolis) para mais uma palestra aos Delegados de Polícia recém nomeados, mas que ainda estavam concluindo seus respectivos cursos de formação. Logo que cheguei encontrei o Delegado Alber que já estava me aguardando. Na sequência fomos para o auditório e começamos a palestrar a cerca de cinquenta formandos, em cujo momento fui surpreendido com a chegada dos Delegados Bini, Isaias, Marcel e Godoi. Fiz uma explanação a respeito da nossa isonomia salarial com o Ministério Público que veio a se viabilizar no final da década de oitenta e a sua extinção logo no início do governo Vilson Kleinubing.  Depois, cada um dos membros da mesa fez uso da palavra...

Data: 23.03.2011, horário: 10:30 horas:

Estava a caminho da cidade de Rio do Sul para mais uma reunião com os Delegados daquela região. Julio Teixeira já tinha me telefonado para nformar que estava me aguardando no prédio da DRP, isso quando eu ainda estava em Ituporanga. Logo que cheguei fui até o gabinete da Delegada Regional Patrícia Zimermann D’Ávila (esposa do Delegado-Geral Aldo Pinheiro) que também se fazia presente. Para minha surpresa o Delegado Luiz Carlos Gonçalves teve que se ausentar porque naquele horário tinha uma consulta médica. Participaram da reunião, além dos já citados anteriormente,  os Delegados Isomar Amorim, Denis (namorado da Delegada Bricia), Karla Bastos, dentre outros. Procurei historicizar resgatando fatos desde a época da luta pela isonomia com o Ministério Pùblico (Lei n. 7.720/89), na sequência, abordei à perda de salários no governo Kleinubing. Também, argumentei sobre a importância da introdução do sistema de entrâncias e o fim dos policiais militares nas Delegacias de Polícia exercendo funções de “autoridades policiais” (LC 55/92), sem contar a  luta pela “autonomia institucional”. Julio Teixeira usou da palavra e falou que nos conhecíamos desde a época da faculdade. A seguir, fez uso da palavra o Delegado-Geral Aldo Pinheiro D’ Ávila que colocou a Delegacia-Geral a nossa disposição.

Finalmente, a Delegada Patrícia me acompanhou até  meu carro, sem que ninguém externasse seu voto. Durante a reunião a Delegada Karla comentou que não sabia que eu era candidato e que “Renatão” a colocou na chapa antes que soubesse da minha candidatura, mas que o voto era secreto.... Brinquei dizendo que em nome da rosa (referência a “H. Eco”) que ela se mantivesse fiel, que votasse na chapa do Renatão, mas que continuasse apoiando nossos projetos. 

Horário: 15:05 horas:

Estava em Blumenau e me dirigi até a DRP localizada em frente da Prefeitura Municipal, quando recebi um telefonema do Delegado Maurício Eskudlark que logo se identificou e disse que havia conversado com o Delegado Alex Boff Passos de Chapecó que teria feito comentários sobre minha pessoa. Durante a conversa Maurício primeiro fez questão de relatar que o Delegado “Renatão” havia feito muito pouco na Adepol para ajudá-lo nas eleições e que por quinhentos votos não se elegeu titular da cadeira de deputado, ficando apenas na suplência. Maurício me disse que se a Adepol tivesse se empenhado mais certamente que teria sido eleito, o que era de se lamentar. Depois Maurício argumentou que estava comprometido com minha eleição à presidência da Adepol e que caso viesse a ganhar que estaria a minha disposição na Assembléia para dar todo apoio necessário. Agradeci dizendo que precisaria muito da sua ajuda.

Horário: 16:20 minutos:

Estava na DRP/Blumenau para reunião da nossa chapa com os policiais daquela região, quando o encontrei, além do DRP/Marquetti, também os Delegados Henrique, Darolt, Rose Serafim, Francisco, dentre outros. Lamentei que os Delegados Gilberto Azevedo e Cilião Crippa de Timbó não estivessem presentes. Na verdade o Delegado Henrique tinha me relatado que durante a reunião do Delegado “Renatão”  na DRP/Blumenau teria perguntado para os presentes se estava faltando alguém e que o Delegado Cilião Crippa teria dito que estava faltando o Delegado Klock da DPCo/Indaial que mandou avisar que era para ficar tranquilo que apesar de estar na outra chapa votaria com ele.

Se aquela informação procedesse o Delegado “Klock” não valeria mais do que um monte de... Mas não poderia acreditar que aquela informação fosse verdadeira, muito embora as Delegadas Ester, Karla e até Valter Claudino já tivessem me afiançado que pretendiam votar na nossa chapa ou fazer campanha para nós, mas eu pedi que não fizessem isso, que se mantivessem fieis, mas que apoiassem nossas propostas... Já quase no final da reunião o Delegado Francisco de Ascurra me questionou sobre o episódio envolvendo o Delegado Carlos Diego de Imbituba e eu tive que prestar os esclarecimentos, além de rebater falsas informações... Quando terminei a reunião observei que a Delegada Rosi veio se despedir deixando uma energia muito boa, de grandeza, apesar dos procedimentos disciplinares que acabei protagonizando contra a mesma e que geraram reprimentas a seu desfavor...

O Delegado Darolt fez questão de fazer o seguinte registro:

- “Puxa, muito bom, que trabalho, heim...”.

Logo que ficamos a sós o DRP/Marquetti veio me relatar sua preocupação com o Delegado Henrique Stodieck por conta de uma investigação envolvendo o Ministério Público (Promotor Flávio) e a Corregedoria da Polícia Civil, cujo procedimento estava sob meus cuidados. Marquetti pediu que eu fosse conversar com o Promotor Flávio para mostrar depoimentos que coletei e que comprometiam as pessoas que estavam denunciando o Delegado Henrique. Argumentei que na segunda-feira próxima estaria em Blumenau...

Data: 24.03.2011, horário: 11:00 horas:

Cheguei na DRP de Criciúma a fim de conversar com os Delegados daquela região. Para minha surpresa encontrei apenas o DRP o Delegado Regional Jorge Kloch, o Delegado João Loss e os Delegados Fernando e Márcio Neves. Durante o curso da conversa fiz o relato de sempre, desde a década de oitenta (sobre a  conquista da isonomia salarial dos Delegados com o MP), depois, a extinção desse direito por meio da LC 36/91 (Governo Kleinubing e Secretário Sidney Pacheco). Também, aproveitei para tecer alguns comentários sobre a minha luta para fortalecer a carreira de Delegado de Polícia por meio do sistema de entrâncias, além do fim da usurpação de  função de “autoridade policial” por parte da PM, e, ainda, sobre a busca da autonomia institucional.

Horário: 16:30 horas:

Estava na DRP de Itajaí, em cujo local fui recepcionado no “COP” pelo Delegado Regional Rui Garcia. Imediatamente fui imediatamente conduzido até o seu gabinete onde se encontravam diversos Delegados (Sílvio Gomes, Renato Ribas, Tatiana, Carriço, Ivo Kleine, dentre outros).

Horário: 21:15 horas:

Recebi um retorno da ligação que havia feito anteriormente à Delegada Marilisa Bohem de Joinville. De início ela se desculpou porque não atendeu a minha ligação, depois me questionou sobre o porquê da proposta “vinte e dois” que encaminhei a todos os Delegados solicitando a quantia de cem reais em vinte quatro vezes a título de desconto extraordinário, caso viessemos a ganhar as eleições para a Adepol. Segundo Marilisa essa proposta tiraria votos da nossa chapa e que muitos Delegados iriam dizer: “olha, nem assumiram e já querem botar a mão no nosso bolso”. Argumentei:

- “Não é bem assim, Mariilsa, vou te confidenciar, esse negócio dos cem reais é apenas simbólico, se nós ganharmos eu nem sei se vamos realmente propor esse desconto extraordinário. É para ver o grau de comprometimento dos Delegados. Eles não querem que a gente vá para o sacrifício? Tudo bem, vamos, mas eles vão juntos, vão ter que fazer a sua cota”.

Marilisa me interrompeu:

- “Ah, mas tu poderia ter deixado isso para depois, não precisava ser justamente agora”.

Continuei:

-  “Marilisa, como eu te disse, foi uma forma de desafiar os Delegados, se for para ganharmos as eleições que seja assim...”.

Marilisa me interrompeu, quase que suplicando:

- “Eu sei, eu sei meu querido, eu sei, mas tu tens que entender como é que é o nosso pessoal...”.

Ao que pareceu, acabamos a ligação sem que nos convensessemos de nada, vezes nada...