DXI – “A ‘AGONIA’ DE ‘WILMAR DOMINGUES’! OS DELEGADOS (DE LAGES) JOÃO ROBERTO CASTRO E ADEMIR TADEU DE OLIVEIRA: GOVERNADOR ‘RAIMUNDO COLOMBO’”.
Por Felipe Genovez | 20/07/2018 | HistóriaPROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA
Data: 08.02.2011, horário: 17:30 horas:
Recebi uma ligação do Delegado Vilmar Domingues. Já tinha ligado várias vezes para ele que não tinha atendido as chamadas, porém, como ficou registrado no seu celular... Vilmar não sabia que as chamadas eram minhas, fazia tempo que tínhamos conversado, aliás, foi no ano passado quando eu o encontrei saindo da “Cassol Center Lar” do Bairro Campinas (São José – SC), onde o mesmo costumava frequentar. Logo de início me identifiquei e ele replicou:
- “Sei, sei, é o Garcez, e daí Garcez, tudo bem?”.
Logo corrigi, dizendo:
- “Que Garcez, Vilmar? É o ‘Genovez’...”.
Na verdade queria fazer uma sondagem sobre as eleições da Adepol, saber com quem ele estava, se já havia se decidido e Vilmar me deu uma notícia nada boa:
- “Olha rapaz, para mim o mundo desabou. Não sei se tu soubesses, estou com um tumor bem encima do pâncreas. Vou fazer uma cirurgia no final do mês em Campinas, é de alto risco, vamos ver. Mas como eu estava te dizendo, o mundo desabou, não sei se tu soubesses também que a minha filha está com câncer...?”
Bom, aquilo foi como se me jogassem de um arranha-céu e acabei emprestando minha solidariedade, com um pressentimento nada bom. Lembrei que tinha encontrado o filho de Wilmar - que também era Delegado – dias antes na Corregedoria da Polícia Civil e senti que estava indiferente, aéreo, distante. Diante das circunstâncias, desisti de tratar sobre assuntos institucionais, Adepol... e acabamos a conversa daquele jeito, desejando boa sorte para meu amigo na sua cirurgia.
Data: 14.02.2011, horário: 14:40 horas:
Estava na DRP/Lages para realizar a ouvida do Delegado Roberto Castro numa sindicância como testemunha de defesa. Depois da audiência, juntamente com a Delegada Ester, permaneci conversando sobre a chapa para a Adepol-SC. Roberto fez algumas ponderações que mereciam registro histórico:
- “Nós poderemos até não fazer nada, mas só pelo simples fato de estarmos lá e evitarmos que continue esse pessoal que há anos prejudicam nossa instituição... Eu tenho certeza que nós vamos dignificar a carreira de Delegado. Felipe, você tem o apoio dos Delegados novos e muita gente antiga vai contigo, essa é uma vantagem que tu tens. Precisamos mudar, não dá mais para ficar assim. Eu sou amigo é do Cassimiro, o irmão do Raimundo (Colombo). O Cassimiro é mais novo, é da minha geração, ele é amigo, nele eu confio, é bem diferente do Raimundo. Eu durmo na casa do Cassimiro, os pais deles também são pessoas muito boas. Agora o Raimundo, meu Deus, bom, quando ele passou aqui pela Prefeitura de Lages só queria saber de passar a m. toda, ele não engana, a reputação dele aqui é ‘p.’ Tudo bem, o pessoal votou nele, mas não tinha outra alternativa. Mas uma coisa eu te digo, o Raimundo não gosta de pressão. Então, se nós colocarmos uma campanha institucional na rede de valorização dos Delegados tu vais ver que começa a mudar. As pessoas não sabem o que faz um Delegado, então vamos mostrar isso. Vamos mostrar através de ‘bonequinhos’ na ‘TV’ o que faz um Delegado. Outro dia eu estava conversando com um advogado e ele me disse que o Delegado lá de uma DPMu tinha conversado com ele. Eu disse que não era Delegado e ele insistiu que era Delegado, então eu tive que argumentar que em DPMu não existe Delegado e ele nem sabia que para ser Delegado tinha que ser formado em Direito. Não adianta, o Raimundo não vai dar nada de melhoria salarial, é pura bucha, ele não vai dar nada para nós, ele vai tocar só enrolando...”.
Durante o curso da conversa perguntei para Roberto se ele queria participar de algum conselho ou se pretende ficar na linha de frente, ou seja, na “Executiva” e ele sem o mínimo de hesitação pediu que colocasse na linha de frente.
Data: 15.02.2011, horário: 10:40 horas:
Estava na DRP/DPCo/Joaçaba e depois de ouvir uma testemunha de defesa num procedimento policial, me encontrei com o Delegado Ademir Tadeu de Oliveira que também fez alguns comentários a respeito das eleições para a Adepol:
- “Felipe eu te conheço há tantos anos, mas conheço mais o ‘Renatão’. Tu preparas uma calculadora, papel e começa a contar quantos votos tu tens. Se tu chegares à conclusão que dá para chegar lá tudo bem, mas se tu sentires que vais perder, então cai fora, essa é a minha opinião, tem que entrar para ganhar. Tu queres perder as eleições? Nós não temos um deputado que tenha adotado a Polícia Civil. Nós precisamos desesperadamente de um deputado que adote a Polícia Civil. Eu te conheço, sei que tu não és de ir para a Assembleia para puxar o saco de Deputados, mas nós precisamos. Todo dia o Presidente da Adepol tem que ir para a Assembleia lá puxar o saco dos deputados, se tu não fizeres isso nós estamos mortos. Tu sabes que os Delegados só querem saber da questão salarial, só isso! Institucional? Não! A questão é salarial, noventa e nove por cento que é que a Adepol lute por melhorias salariais. Eu vou contar uma coisa aqui para vocês, que fique aqui, porque ninguém sabe, vocês sabes quem é que era para ser Secretário de Segurança, o primeiro nome escolhido pelo Colombo? O Gercino lá se reuniu com os Promotores e fizeram ‘dossiês’ de vários Delegados. E aí entregaram para o Colombo. Começou assim, o primeiro Promotor convidado, o Gercino, não aceitou porque tinha outros interesses, aí convidaram um outro Promotor que também não aceitou, aí foram para o terceiro, o Andrey, que também não aceitou porque está na Presidência da Associação do Ministério Público, então passaram para o nome do ‘Grubba’ que aceitou o convite. O ‘Grubba’ foi o quarto nome. Eu conheço o ‘Colombo’ lá de Lages, nós jogávamos futebol de salão juntos toda semana, a gente sabe que todos os nomes que estão aí comandando o governo foram escolhidos lá do time de futebol de salão, lá de lajes, é a turma do futebol de salão. Não esperem nada do Colombo, esses dois primeiros anos ele não vai dar nada para ninguém, mas ele não gosta de pressão...”.
Horário: 12:35 horas:
Estava chegando na cidade de Curitibanos e marquei um encontro com o Delegado “Toninho” num restaurante no centro da cidade (em frente à Praça). “Toninho” chegou logo em seguida, quando eu, Ester e Silvane já estávamos almoçando. Durante o curso da conversa “Toninho” argumentou que JulioTeixeira era um bom nome para compor a chapa e que eu não deveria deixar passar a oportunidade de ser candidato, mesmo que perdesse, pois me credenciaria para as próximas eleições. Disse que pensaria seriamente sobre o caso.
Horário: 16:00 horas:
Liguei para Julio Teixeira para saber como que estavam as coisas e ele pediu para que agendássemos um encontro na próxima quarta ou quinta-feira, a fim de conversarmos sobre a chapa para a Adepol.