MUNDO DE PROVAS E EXPIAÇÕES

Por SILNEY DE SOUZA | 09/03/2010 | Religião

Mundos de Expiações e de Provas Vez por outra nos deparamos com essa afirmação, qual seja, vivemos em um mundo de expiações e provas. Mas o que isso significa? De uma forma bastante simplista, expiações são por assim dizer compromissos por nós assumidos por termos interferido no livre arbítrio alheio em outras oportunidades. Um exemplo bastante simples é: quem matou não necessariamente precisará ser assassinado numa outra encarnação para se redimir dos seus atos; poderia, visando reparar o mal realizado, dedicar-se em outra encarnação a uma atividade que vise agora resguardar a vida das pessoas. Obviamente cada caso é um caso onde a justiça Divina certamente é adequadamente considerada. Em outras palavras são aquelas situações que passamos na existência atual fruto de erros em existências passadas. Já as provas decorrem de escolhas por nós realizadas. Elas não estão necessariamente pré-definidas, mas são representadas por situações que podem ou não nos servir de oportunidade de aprendizado. No capítulo 3 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", há uma comunicação de Santo Agostinho, datada de 1862 que diz: "Que vos direi, que já não conheçais, dos mundos de expiações, pois que basta considerar a Terra que habitais? A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz. Não obstante, não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação. As raças que chamais selvagens constituem-se de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados. Vem a seguir as raças semicivilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em progresso. Essas são, de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo algumas atingir a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos Os Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação do mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram relegados, por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão fazê-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos. È por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem mais sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso. A Terra nos oferece, pois, um dos tipos de mundos expiatórios, em que as variedades são infinitas, mas têm por caráter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus. Nesses mundos, os Espíritos exilados têm de lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. È assim que Deus, na sua bondade, torna o próprio castigo proveitoso para o progresso do Espírito." ?