MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL - 2003 A 2008

Por BR | 15/12/2010 | Crescimento

Bruno Ribeiro Silva de Carvalho

RESUMO
O presente texto tem como objetivo demonstrar as principais diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho, como: salário, ocupações, e escolaridade.
Palavra-chave: Mulher, Mercado de Trabalho, Trabalho no Brasil

ABSTRACT
This paper aims to demonstrate the main differences between men and women in the labor market, such as wages, occupations, and schooling.
Keyword: Women, Labor Market, Labor in Brazil

INTRODUÇÃO
Com a ascensão atual da mulher no mercado de trabalho, possibilitou-a de adquirir cargos cada vez mais elevados nas empresas, e obter sua independência financeira, entretanto a mulher ainda é minoria no mercado de trabalho e alvo de preconceitos pelas organizações.
O objetivo deste artigo é por meio da pesquisa de mulheres no mercado de trabalho no Brasil entre janeiro de 2003 e janeiro de 2008, realizada pelo IBGE apresentar os motivos das diferenças de salário entre homens e mulheres, em quais empregos específicos as mulheres predominam, a escolaridade das mulheres em relação aos homens, e a porcentagem de mulheres no mercado de trabalho.

MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO EM RELAÇÃO AOS HOMENS

As mulheres hoje em dia são a maioria na população (De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais -2007, a população brasileira em 2006 era em torno de 51%), entretanto são minoria no mercado de trabalho.
No primeiro mês de 2008 havia 21,2 milhões de pessoas ocupadas no total das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, desse contingente as mulheres representavam 44,4%, o equivalente a 9,4 milhões. Em relação à População Economicamente Ativa (PEA), elas eram 45,5%, e na População em Idade Ativa (PIA), eram 53,5%, enquanto que na População Desocupada (PD), representavam 57,7%. (Em:<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1099&id_pagina=1>. Acessado em: 20/11/2010).
Com a estabilidade que vem sendo observada no país, em vista de um governo sólido, novas vagas foram disponibilizadas no mercado de trabalho, reduzindo assim a taxa de desocupação. A taxa de desocupação das mulheres de janeiro de 2003 até janeiro de 2008 caiu de 13,5% para 10,1% uma diferença de 3,4%, já a taxa de desocupação dos homens passou de 9,4% pra 6,2% no mesmo período, uma diferença de 3,2%. Apesar da taxa das mulheres ter caído mais, as mulheres são a maioria no campo dos desocupados.
Essa diferença no mercado de trabalho se dá por motivos históricos do Brasil e do mundo em que as mulheres eram vistas como inferiores aos homens em diversas épocas como na antiguidade e na idade média, essa visão resistiu ao tempo e é visível até hoje na sociedade. Entretanto algumas mulheres se destacaram na história como Anita Garibaldi e Joana D´Arc, que serviram de inspiração para as mulheres à luta pela igualdade, uma das conquistas das mulheres, é o índice de escolaridade, que se encontra maior do que a dos homens no Brasil, segundo a pesquisa realizada, 51,3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008. Entre os homens, esses mesmos níveis de escolaridade eram de 41,9% e 51,9%, respectivamente, nos meses de janeiro de 2003 e de 2008. (Em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1099&id_pagina=1>. Acessado em: 20/11/2010).
FIGURA 1- Distribuição das mulheres ocupadas segundo os anos de estudo em janeiro de 2003 e de 2008 (%)



Apesar das mulheres brasileiras estarem com o índice de escolaridade superior ao dos homens, as mulheres ainda são maioria nos serviços domésticos: 16,5%, já a porcentagem de homens no serviço domestico é apenas de: 0,7%, estes dados comprovam a resistência da sociedade em achar que as mulheres tem o dever de ficar em casa servindo seus parceiros, entretanto essa visão vem sido mudada gradativamente, mesmo que pequena há uma porcentagem de homens no serviço domestico, fato inaceitável antigamente. Outra área em que as mulheres são maioria é na administração publica, atingindo cerca de 60% dos mais de 494 funcionários dependentes dos diferentes ministérios. Entretanto nos cargos de remuneração mais elevada e de presidência, a porcentagem é de apenas 32% como revela um estudo do Instituto Nacional da Administração, e por que isso acontece? Segundo a coordenadora do estudo Eloisa Rato:

Porque as mulheres têm menos disponibilidade de tempo, porque a carga das tarefas familiares concentra-se sobretudo sobre elas e porque elas se sentem mais responsáveis por não dar assistência à família. Ou seja, mesmo quando a oportunidade existe, as mulheres desistem muitas vezes de evoluir na carreira porque ser dirigente implica uma disponibilidade de tempo total. (Em:<http://www.administradores.com.br/informese/informativo/administracao-publica-mulheres-em-minoria-nos-cargos-de-topo/11099/>. Acessado em: 26/11/2010)

Em relação aos salários, o da mulher brasileira está bem abaixo em relação ao do homem, sendo equivalente a 71,3% do recebido pelos homens, (o salário das mulheres em janeiro de 2008 foi de R$ 956,80, enquanto que o dos homens foi de R$ 1.342,70 para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego).

FIGURA 2 ? Rendimento Médio de homens e mulheres em janeiro de 2003 e de 2008 (%)


Comparando trabalhadores com nível superior completo a diferença entre homens e mulheres é ainda maior, observando que os salários das mulheres equivale a apenas 60% do salário do homem. Para as mulheres que possuem nível superior completo, o rendimento médio habitual foi de R$ 2.291,80 em janeiro de 2008; enquanto que para os homens esse valor foi de R$ 3.841,40. (Em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1099&id_pagina=1>. Acessado em: 20/11/2010).

FIGURA 3 ? Diferença entre salários de homens e mulheres nas seis regiões pesquisadas


Segundo Ana Carolina Querino, assistente técnica do UNIFEM a forma que se enxerga a mulher se dá pelo fato de antigas convenções sociais: "Pelas convenções, a mulher ocupa o espaço privado e o homem o espaço público, de provedor da casa" (Em:<http://brasilcomz.spaceblog.com.br/298343/Salario-das-mulheres-e-menor-em-todos-os-paises/>. Acessado em: 26/11/2010) por causa dessa visão social ainda predominante, a mulher tem o salário menor do que o dos homens, é considerada mais frágil e por isso esse conceito de provedora da casa, onde está em total segurança.

CONCLUSÃO

Como vimos na pesquisa, esse conceito vem se alterando ao longo dos tempos, hoje em dia homens também cuidam da casa e dos filhos, antigamente era um fato totalmente inaceitável, a entrada da mulher no mercado de trabalho também é um fato que corrobora com a mudança, através dos anos as mulheres vem mostrando suas capacidades, e em muitas se destacam mais do que os homens, atualmente as mulheres possuem um nível de estudo maior do que os homens, entretanto, seus salários são bem inferiores. A diferença ainda é existente e está longe de acabar, mas com a força de vontade de mostrar que são realmente capacitadas para realizar qualquer tarefa realizada por um homem, a diferença é reduzida cada dia mais.

BIBLIOGRAFIA

(Em:<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1099&id_pagina=1>. Acessado em: 20/11/2010).
(Em:< http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhoje.html>. Acessado em: 26/11/2010).
(Em:<http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/administracao-publica-mulheres-em-minoria-nos-cargos-de-topo/11099/>. Acessado em: 26/11/2010)
(Em:<http://brasilcomz.spaceblog.com.br/298343/Salario-das-mulheres-e-menor-em-todos-os-paises/>. Acessado em: 26/11/2010)