Mudança: escolha ou acaso?

Por Rafael Baltresca | 04/07/2017 | Crescimento

Não há dúvidas de que temos a capacidade de discernir sobre o certo e o errado, o que precisamos manter e o que precisamos mudar. É fácil decidir algo em pensamento quando conversamos com o espelho: "Gosto deste sorriso, gosto do corte de cabelo, gosto do seu jeito de falar, mas... esta barriguinha me incomoda. Vou dar um jeito em você, fofura!"

Pois bem, tomamos decisões o dia todo: "Vou entrar na academia, semana que vem dou um jeito nesse cigarro, vou dormir menos aos finais de semana e me permitirei relaxar e escrever mais sobre a vida."

Caro leitor, os exemplos acima são fictícios, apenas para pensarmos em um tema tão complexo. Fictícios exceto o último deles: o hábito de escrever.

Em minhas palestras motivacionais, adoro tratar sobre o tema MUDANÇA, mas, como dizem: a teoria, na prática, é outra!

Há uns 10 anos, escrever era minha paixão. Escrevia no pouso do avião, na espera do médico, do dentista. Qualquer situação era motivo para viajar na criatividade e deleitar-me com ideias debruçadas ao papel. Lembro-me de olhar para um desconhecido, imaginar como seria a sua vida e criar histórias, motivos e indagações para meus personagens inventados.

O tempo passou, minha vida mudou e o delicioso hábito de escrever desapareceu no ar *Puf!*, como os desconhecidos personagens que passavam por mim.

Depois de uma década, volto ao espelho e, enquanto você decide mudar seu hábito alimentar ou de se livrar da fumaça do cigarro, eu também decido: é hora de voltar a escrever.

Por que é tão difícil mudarmos um hábito? Por que a segurança da estabilidade é tão tentadora? O que nos faz - diariamente - insistir no que é seguro e habitual?

Em minhas palestras de motivação, conheci muita gente com hábitos limitantes, mas conscientes disso. Vejo que o difícil não é compreender nossas necessidades de mudanças, mas de nos livrarmos do que não faz bem. A solução, por sua vez, pode ser mais simples do que parece. 

Penso que o jeito é vislumbrar a mudança - por mais longe que ela pareça estar - e dar o primeiro passo. Que seja um passinho, mas que seja o primeiro! Fazer uma aula teste na academia, agendar uma consulta com um médico do pulmão ou abrir o notepad, brigar um pouco com o teclado e fazer as pazes com as palavras até que elas se tornem frases amigas.

Do primeiro passo, vêm outras ideias, outras ações e um pontinho luminoso se abre na direção da sonhada e nebulosa mudança. Que o seu primeiro passo seja hoje; assim como o meu!