MOTRICIDADE E PUBLICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A SEDUÇÃO PROPAGANDISTA EM MATERIAIS ESCOLARES

Por Gardênia Santana das Chagas | 03/01/2020 | Educação

O presente artigo visa apresentar a influência da publicidade infantil sobre o comportamento infantil, através da apelação comercial, através do uso de elementos do imaginário infantil em produtos escolares. Trata-se da análise sobre os aspectos estereótipos que podem ser decisivos ao que se tange aos processos de relacionamento e, consecutivamente, educacional de estudantes. O presente estudo apoia-se nas principais ideias de autores como Brehm (2015), Papini (2016), Souza (2015) e Meireles (2006), que trabalham em seus estudos aspectos que envolvem a sedução propagandista em produtos comerciais através de elementos do imaginário infantil refletidos no comportamento da criança em casa com seus pais e na escola com professores e colegas de classe, o que caracteriza um ponto negativo nos processos de sua educação pessoal e acadêmica. O estudo ainda abrange as interferências que o consumismo pode transmitir para o aprendiz em sua atual e futura vida social. Em nossa conclusão, abordaremos as principais reflexões sobre a construção e resolução da pesquisa.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a publicidade infantil televisiva tem alcançado patamar capaz de influenciar o desempenho motor do aprendiz, no que tange sua conduta meio aos processos de ensino-aprendizagem, o qual se encontra inserido. O foco desta situação destaca-se, inevitavelmente, a participação orientadora dos pais e/familiares que expõem tal criança à rede de consumo e que acabam se tornando “vítimas” de sua criação, como reflexo à exposição desordenada do capitalismo apelativo, ocorrendo a sedução propagandista, onde empresas fazem uso do imaginário infantil como, por exemplo, produtos escolares com desenhos famosos ou “do momento” com o intuito de que as crianças cobrem aos seus pais tais produtos em nome de sua “satisfação” e, consequentemente, “melhor desempenho escolar”. Muitas das vezes, tal situação volta-se para aqueles que não fazem parte desta rede de consumo padronizado, isto é, quando um dos colegas de classe não possui, por exemplo, uma mochila do “Ben 10”, da "Frozen" ou do "Homem-Aranha" este se torna alvo de deboches por parte da natureza menosprezadora humana de exaltar-se sobre aqueles que não possui “ferramentas” para competir com a popularidade dos que a detém, o que proporciona sensações como exclusão, bullying, constrangimentos e revolta de tal aprendiz desfavorecido. Tudo isto reflete, parcial ou completamente, no comportamento deste estudante em sala de aula, como também, em momentos de lazer com a família.

2. INFÂNCIA X PUBLICIDADE INFANTIL

Ao longo dos tempos, os conceitos de criança e infância foram redefinidos em prol da proteção e amparo de seres humanos em fase de desenvolvimento, sendo 3 toda e qualquer violação a estes, nesta fase, caracteriza-se como exploração de incapaz. Nesta linha de raciocínio, Brehm (2015) expressa: O que temos por conhecimento definitivo de infância nos dias atuais, não condiz totalmente com o que era entendido nos tempos antigos. "Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la” (ARIÈS, 1981, p. 50). Naquela época, segundo Postman (1999), crianças eram consideradas adultos em miniaturas e somente a partir do século XVI passou-se a reconhecer a infância, como uma fase na vida de um ser humano que merece atenção e cuidados diferenciados em relação à educação, saúde e sexualidade. O ensino obrigatório, por exemplo, segundo Priore (1999), foi regulamentado apenas no século XIX, em 1854, porém não era uma lei de abrangência total, tinha-se a diferença social entre escravos e nobres. (BREHM, 2015, p.03) Todavia, muitos ainda tentam à agressividade e exploração da infância através da exploração da mão de obra infantil, abuso sexual, desrespeito e violência física e moral. No entanto, uma das explorações à infância se apresenta à sociedade de forma passiva e atraente, a publicidade infantil, esta bem sucedida à custa dos desejos inconscientes de crianças que associam seus programas televisivos, por exemplo, aos produtos comerciais como bolsas, vestimentas, dentre outros utensílios de sue uso cotidiano. [...]

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