MOTIVOS, AVANÇOS E EXPECTATIVAS DE ESTUDAR NO PROEJA: UM ESTUDO COM OS ALUNOS DA 8ª SÉRIE DO PROGRAMA.

Por Ana Paula Silva | 10/12/2010 | Educação

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo teve como objetivo entender quais os motivos que levaram os alunos a ingressarem nos estudos no Programa de Educação para Jovens e Adultos (Proeja) seus avanços e suas expectativas de continuar estudando. O desejo de estudar esta temática surgiu da realidade a qual estou inserida, pois estou estudando no terceiro ano do Programa. Durante esses três anos de curso, onde surgiram vários problemas que muitas vezes foram motivos para desistir, mas, ao mesmo tempo os problemas foram sendo superados, ficando apenas inquietações que levam a questionar quais são motivos e avanços de estudar o PROEJA? A partir deste questionamento organizei um questionário com perguntas fechadas e abertas, para a 8ª série do Programa visando coletar dado que explicitasse os motivos, avanços e as expectativas que levaram os alunos a estudar no PROEJA.
Portanto, as reflexões apresentadas neste trabalho tratam de mostrar o Programa de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) como expressão de uma educação que visa atender às necessidades e as dificuldades daqueles que não puderam e não podem ingressar em um programa educacional convencional.



2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

"A pratica não pode ater-se a leitura descontextualizada do mundo, ao contrario, vincula o homem nessa busca consciente de ser, estar e agir no mundo, num processo que se faz único e dinâmico, e apropriar-se da prática dando sentido a teoria, na prática, e ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo."
(FREIRE 1983, p.40)


2.1 A Educação de Jovens e Adultos: Um Breve Histórico

Por meio da Portaria nº 2.080, em 13 de junho de 2005, o Ministério da Educação estabeleceu, na esfera dos Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), das Escolas Técnicas Federais, das Escolas Agrotécnicas Federais (EAF) e das Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais (ETV) as diretrizes para a oferta de cursos de educação profissional integrada com o ensino médio na modalidade de educação de jovens e adultos.
Assim, no dia 24 de junho do mesmo ano, foi promulgado o Decreto nº 5.478, que instituía, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Este Decreto foi revogado, em 13 de julho de 2006, pelo Decreto nº 5.840 que, entre outras mudanças, alterou o nome para Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos ? Proeja.
No entanto, a implantação do programa trazia consigo diversos desafios políticos e pedagógicos. Como construir um currículo integrado considerando as especificidades desse público tão diverso; quais os instrumentos para reconhecimento dos saberes adquiridos em espaços não-formais de aprendizagem; como articular as diferentes políticas sociais e qual o papel da escola pública são algumas das questões trazidas pelo Proeja.
A referida proposta concebeu a educação enquanto um processo social amplo, compreendendo que a aquisição do saber somente se traduz em ação educativa quando se torna instrumento capaz de auxiliar o homem a atuar concretamente na sociedade, de modo crítico e criativo. O ponto de partida é a prática social, o cotidiano do aluno trabalhador, considerando-se suas necessidades e interesses, suas experiências, os aspectos cognitivos da aprendizagem do adulto e a relação conteúdo x forma, como nos ensina Freire:
É preciso que a educação esteja ? em seus conteúdos, em seus programas e em seus métodos, adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história. (FREIRE, p.1983). Como o objetivo é possibilitar a inclusão educacional e social de jovens e adultos, visando a conquista da cidadania e a melhoria da qualidade de vida. Essa iniciativa contribui, com certeza, para a redução da desigualdade social.
Nessa perspectiva, pode-se afirmar que o espaço escolar é o lugar onde a sociedade materializa suas aspirações e desejos quanto ao que ela quer para si mesma. Dessa forma, o currículo deve atender às funções de escola em termos de educação/instrução e ensino e a contextualiza num momento histórico e na conjuntura política em que se apresenta, além de caracterizar a sua modalidade e o seu nível de atuação. O currículo deverá estar inserido nas várias instâncias organizadoras de uma determinada sociedade e, através dele, pode-se ter acesso ao conhecimento escolar levando-se em conta, o seu contexto e a cultura da sociedade em questão. O diálogo estabelecido entre ambos (conhecimento e realidade) deve ser constante, e ininterrupto, produzindo continuamente transformações e realimentando o processo dialético.
De acordo com Santomé, (1998, p. 62) é no meio de uma reorganização do conhecimento, característico de nosso século, que adquire força, a proposta de educação interdisciplinar - "surge ligada à finalidade de corrigir possíveis erros e a esterilidade acarretada por uma ciência excessivamente compartimentada e sem comunicação interdisciplinar. [...]". Tal interdisciplinaridade não deve ser constituída apenas pela superposição de matérias ou disciplinas. Para que ela possa ser efetiva, deve ser o resultado de uma ação dialógica não apenas entre os saberes das disciplinas, mas levando-se em conta toda a bagagem referencial existente nos indivíduos, como nos ensina Freire, (1985): "Se nós entendemos que ensinar não é uma experiência de dar conhecimento aos outros nem de demonstrar conhecimento sobre isto ou aquilo, mas de trocar com os estudantes para que eles se apoderem do conhecimento que é de todos, para mim, esta é uma tarefa permanente em toda a história da humanidade".
O desafio proposto por Freire era conceber a alfabetização de adultos para além da aquisição e produção de conhecimentos cognitivos, mesmo sendo estes necessários e imprescindíveis. O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos inspiraram os principais programas de alfabetização e educação popular que se realizaram no país no início dos anos 60. Esses programas foram empreendidos por intelectuais, estudantes e católicos engajados numa ação política junto aos grupos populares.
A alfabetização e a educação de adultos deveriam partir sempre de um exame crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus problemas e das possibilidades de superá-los. "Uma educação que lhe propiciasse a reflexão sobre seu próprio poder de refletir e que tivesse sua instrumentalidade, por isso mesmo, no desenvolvimento desse poder, na explicitação de suas potencialidades, de que decorreria sua capacidade de opção". (FREIRE, 1985, p.59). Em outras palavras, uma educação que "tratasse de ajudar o homem brasileiro em sua emersão e o inserisse criticamente no seu processo histórico. Educação que por isso mesmo libertasse pela conscientização". (FREIRE, 1986, p.66).
Além da dimensão social e política, os ideais pedagógicos que se difundiam tinham um forte componente ético, implicando um profundo comprometimento do educador com os educando. Os analfabetos deveriam ser reconhecidos como homens e mulheres produtivos, que possuíam uma cultura. Dessa perspectiva, Paulo Freire criticou a chamada educação bancária, que considerava o analfabeto rejeitado e ignorante, uma espécie de gaveta vazia onde o educador deveria depositar conhecimento. No dizer de Freire (2002, p.67):
A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres "vazios" a quem o mundo "encha" de conteúdos; não pode basear-se numa consciência especializada, mecanicistamente compartimentada, mas nos homens como "corpos conscientes" e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo.
Tomando o educando como sujeito de sua aprendizagem, Freire propunha uma ação educativa que não negasse sua cultura, mas que fosse transformando através do diálogo. Portanto, tornar popular a educação pública não significa relativamente criar programas paralelos, supletivos de alfabetização das camadas populares, particularmente de jovens e adultos que se encontram fora da faixa etária escolarizável-concepção desde muito prevalecente entre muitos autores e profissionais que discutem a educação brasileira. Ao contrário, significa universalizá-la e democratizá-la em seus diferentes níveis e em suas diferentes dimensões, tornando-a de fato acessível às camadas populares, promovendo, pela via do conhecimento e da cidadania, as condições de inteligibilidade necessárias à transformação social e a emancipação humana, o fim último da ação político-pedagógica.
Na sociedade contemporânea, a educação é condição indispensável para que o sujeito exerça a sua cidadania. Ela possibilita ao indivíduo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extra-escolar e na própria vida, possibilitar um nível técnico e profissional mais qualificado.

"[...] a fonte de maior valor na educação de adulto é a experiência do aprendiz. Se educação é vida, vida é educação. Aprendizagem consiste na substituição da experiência e conhecimento da pessoa. A psicologia nos ensina que, ainda que aprendam o que fazemos, a genuína educação manterá o fazer e o pensar juntos [...] A experiência é o livro vivo do aprendiz adulto." (LINDMAN, 1926; 9-10)

Considerando a própria realidade dos alunos, o educador conseguirá promover a motivação necessária à aprendizagem, despertando neles interesses e entusiasmos, abrindo-lhes um maior campo para atingir o conhecimento. O jovem e o adulto querem ver a aplicação imediata do que estão aprendendo e, ao mesmo tempo, precisam ser estimulados para resgatarem a sua auto-estima, pois sua "ignorância" lhes trará ansiedade, angústia e "complexo de inferioridade".


3. MATERIAIS E MÉTODOS


A pesquisa foi realizada na Escola Dr. José Rodrigues Fontes na cidade de Cáceres-MT, no ano de 2008, e contaram com 23 sujeitos que são alunos da 8ª série do programa. Para a coleta de dados Foi organizado um questionário com perguntas fechadas/abertas visando coletar dados que explicitasse os motivos que levaram os alunos a estudar no PROEJA, os avanços e as expectativas de estudar no Programa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Tecendo algumas considerações

Nessa rápida reflexão sobre a EJA como viés da EP, podemos dizer que a educação ocupa lugar central na construção da cidadania, sendo que a prática da EP ao longo do tempo tem contribuído de forma significativa para a extensão da educação formal para todos e, responsável, portanto, para a formação social, política e profissional, sobretudo de jovens e de adultos.
Não podemos esquecer também, que as numerosas experiências de EP receberam e recebem toda a influência do pensamento freireano, pois suas idéias serviram e servem de alimento para os educadores, sejam populares ou não, mas que buscaram e buscam não desvincular a sua prática educativa e, a partir dela, refletir sobre seu mundo em busca de maior consciência dos problemas e de solução para eles.
As lutas pela ampliação das oportunidades educacionais, e de alguns direitos negados, como saúde, moradia, saneamento básico, emprego e outros, empreendidos pelos movimentos sociais populares, têm sido essenciais, no sentido da construção de uma sociedade mais humana e mais justa. Infelizmente, ainda vivemos um momento de ampliação das desigualdades sociais e do processo de exclusão social no país, que atinge cada vez mais os setores menos privilegiados da sociedade, implicando em dificuldades por esses setores em relação ao acesso ao processo de escolarização e à permanência com sucesso no mesmo.
São milhões de jovens e adultos, que apesar de todos os esforços que vêm se efetivando nas várias esferas, sejam governamentais ou não, continuam à margem da escola ou, dentro dela, sem aprender, ou ainda, aprendendo, mas não sabendo o que fazer com o que aprenderam em seu processo de escolarização, por terem sido obrigados a estudar conteúdos sem significação para suas vidas.
Assim, ainda é mais do que necessário uma concepção popular de educação, comprometida com a construção de uma sociedade vinculada aos interesses e a emancipação das classes populares.

4.2 Organização e análise dos dados

Para coleta dos dados foi organizado um questionário com seis perguntas sendo elas relacionadas à: idade, sexo, profissão, motivo de estudar no Programa, se houve alguma mudança com a retomada nos estudos e se pretende continuar estudando.

PROFISSÃO Nº DE SUJEITOS
Empregada doméstica 02
Do lar 03
Babá 02
Estudante 09
Vendedora 01
Ajudante de pedreiro 02
Gari 01
Administrador de Fazenda 01
Artesã 01
Motorista 01
Quadro 1 - A profissão dos alunos

O PROEJA e um Programa que visa proporcionar um estudo diferenciado para alunos muitas vezes a maioria já estão no mercado de trabalho. No entanto, o que vemos no quadro 1 e que, dos 23 alunos apenas 14 tem uma profissão e nove são apenas estudante.
Outro fato que a pesquisa nos revelou e que: 12 sujeitos tem uma faixa etária entre15 a 25 anos, 05 sujeitos com uma faixa etária entre 25 a 35, 05 na faixa etária entre 35 a 45 e 1 sujeito na faixa etária entre 45 a 55. Em relação ao gênero, dos 23 sujeitos 11 são do sexo masculino e 12 são do sexo feminino. Podemos ver nesses dados que tanto os homens quanto as mulheres estão buscando os estudos na mesma proporção.
Quanto ao questionamento sobre qual os motivos que levaram os sujeitos a retomar os estudos, veremos as respostas no quadro 2.



MOTIVOS Nº DE SUJEITOS
1. Por Incentivo do Governo Federal 01
2. Por Desejo 06
3. Por Necessidade 16
Quadro 2 ? Motivos que levaram os sujeitos retomarem seus estudos

O questionamento referente às respostas do quadro 2 foram organizadas em três motivos e dos seis sujeitos que responderam por necessidade, dois acrescentaram que a profissão que estão atuando exige mais estudos.
Apesar de o Governo trabalhar com projetos de incentivo a Educação de Jovens e Adultos, apenas um sujeito escolheu a resposta 1.
Para analisar se aluno após a retomada de seus estudos conseguiram visualizar alguma mudança ou contribuição em sua vida, foram organizadas três respostas, demonstradas no gráfico 1.




Gráfico 1 ? Mudanças após o retorno aos estudos.

Ao analisarmos as respostas do gráfico 1, podemos afirmar que 54% dos sujeitos afirmam que os estudos contribuem na sua vida profissional, e o mais interessante e que, de certa forma, os estudos também desenvolveu o gosto pela leitura de 38% dos entrevistados e somente 8% disseram que os estudos ajudou nos afazeres cotidianos.
Foi questionado se eles pretendiam continuar seus estudos, e dos casos que dissessem que sim, qual curso pretendia fazer? Dos 23 sujeitos, 22 disseram que vão continuar seus estudos. Para a escolha do curso foi feita uma pergunta aberta que gerou diversas respostas diferente que estão organizadas no quadro 3 e no gráfico 2.






CURSO QUE PRETENDE FAZER Nº DE SUJEITOS
Matemática 01
Biologia 03
Administração 01
Gastronomia 01
Medicina 01
Educação Física 01
Engenharia Civil 01
Veterinária 01
Direito 01
Cursos Técnicos 07
Não Responderam 03
Estão com Dúvida 02
Quadro 3 ? Cursos escolhidos pelos alunos
Gráfico 2 ? Nível de curso escolhido

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo que vimos a partir dos dados, os alunos do PROEJA têm expectativas de chegarem ao curso superior, ou seja, querem avançar, sonham com um futuro melhor. Estudar no PROEJA foi a oportunidade que tiveram para dar continuidade em seus estudos, embora somente 1 sujeito afirmou que estuda por causa do incentivo do Governo. No entanto, o PROEJA é uma possibilidade de atingirem seus propósitos, mesmo que os objetivos sejam diferentes, pois 54% dos participantes desta pesquisa afirmaram que os estudos contribuem na sua vida profissional, e, 38% afirmaram que ao retomarem seus estudos desenvolveram o gosto pela leitura.

6. REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1963.

________, Vivendo e Aprendendo. IDAC em Educação Popular. São Paulo: Brasiliense, 1985.

________,Pedagogia da Esperança. Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

________,Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

________,Pedagogia dos Sonhos Possíveis. FREIRE, M. (Org.), São Paulo: UNESP Editora, 2001.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9394/96, Brasília, 1997.

LINDEMAN, E. C. The Meaning Of Adult Education. New Oork, New Republic, 1926.

SANTOMÉ, J. Gimeno. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.


7. OBRAS CONSULTADAS

BARCELOS, Valdo. Formação de Professores para Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

GADOTTI, Moacir. Para chegar lá juntos e em tempo: caminhos e significados da educação popular em diferentes contextos. 21 Reunião Anual da ANPED. Caxambu, 1998.

GONSALVES, Elisa Pereira. Educação popular: entre a modernidade e a pós-modernidade. In: COSTA, Marisa Worraber (Org.). Educação Popular Hoje. São Paulo: Loyola, 1998.

JEZINE, Edineide. Universidade e saber popular: o sonho possível. João Pessoa: UFPB/ PPGE/Editora Universitária, 2003.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Educação e Letramento. São Paulo: UNESP, 2004. (Coleção Paradidáticos; Série Educação).

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e Adultos como Sujeitos de Conhecimento e Aprendizagem. In: RIBEIRO, Vera Masagão (Org). Educação de Jovens e Adultos: novos leitores, novas leituras. Campinas, Sp: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil ? ALB; São Paulo: Ação Educativa 2001. (Coleção Leituras no Brasil).

SOUZA, João Francisco de. Educação Popular para o terceiro milênio: desafios e perspectivas. In: COSTA, Marisa Worraber (Org.). Educação popular hoje. São Paulo: Loyola, 1998.

WANDERLEY, Luiz Eduardo. Educar para transformar: educação popular, igreja católica e política no Movimento de Educação de Base. Petrópolis: vozes, 1984.