Motivação Pessoal e Empresarial: Dor ou Prazer qual o motiva ?
Por Adriano Dos Reis | 02/10/2009 | CrescimentoDor ou Prazer as duas forças que movimenta o mundo via seus usuários.
do livro Desperte o Gigante interior - Antony H.
mais informações com libanori@institutolotus.com.br
AQUILO A QUE VOCÊ ASSOCIA DOR E PRAZER MOLDA O SEU DESTINO
Uma decisão que fez uma diferença tremenda na qualidade da minha vida foi que ainda bem moço comecei a associar um prazer incrível ao ato de aprender. Percebi que descobrir idéias e estratégias que pudessem me ajudar a moldar o comportamento humano e a emoção podia me dar virtualmente tudo o que eu desejava. Podia me tirar da dor e me dar prazer. Aprender a descobrir os segredos que estão por trás de nossas ações podia me ajudar a ser mais saudável, a me sentir melhor fisicamente, a me relacionar mais profundamente com as pessoas com quem me importava. Aprender me proporcionava algo que eu podia dar, a oportunidade de contribuir com algo de valor para ajudar as pessoas à minha volta. Oferecia-me uma sensação de alegria e realização. Ao mesmo tempo, descobri uma forma de prazer ainda mais poderosa, conseguida partilhando o que eu aprendera de forma apaixonada. Quando comecei a ver que aquilo que eu era capaz de compartilhar ajudava as pessoas a melhorarem a qualidade de suas vidas, descobri o grau máximo de prazer! E o meu objetivo de vida começou a evoluir.
Quais são algumas das experiências de dor e prazer que moldaram sua vida? Se você associou dor ou prazer às drogas, por exemplo, isso certamente afetou o seu destino. Da mesma forma, as emoções que você aprendeu a associar a cigarros ou álcool, relacionamentos, ou até mesmo aos conceitos de dar ou confiar.
Se você é um médico, não é verdade que a decisão de seguir uma carreira médica, tomada há tantos anos, foi motivada pela sua convicção de que se tornar um médico o faria sentir-se bem? Todo médico que conheci associa um imenso prazer a ajudar as pessoas: fazer cessar a dor, curar doenças, salvar vidas. Com freqüência o orgulho de ser um respeitado membro da sociedade foi uma motivação adicional. Músicos dedicaram-se à sua arte porque poucas coisas podiam lhe dar o mesmo grau de
prazer. E os presidentes de poderosas organizações aprenderam a associar prazer à tomada de decisões importantes, com grande potencial de construir algo único, e de contribuir para a vida das pessoas de um modo duradouro.
Pense nas associações de limitação de dor e de prazer de John Belushi, Freddie Prinze, Jimi Hendrix, Elvis Presley, Janis Joplin e Jim Morrison. A associação que fizeram das drogas a uma saída, um pico rápido ou um modo de fugir à dor, transformando-a em prazer temporário, provocou a queda de todos eles. Pagaram o maior dos preços por não dirigirem suas próprias mentes e emoções. Pense no exemplo que deram para milhões de fãs. Nunca aprendi a consumir drogas ou álcool. É por isso que sou tão brilhante assim? Não, é porque tive muita sorte. Uma das razões pelas quais nunca bebi álcool é que, quando criança, havia duas pessoas em minha família que agiam tão detestavelmente quando bêbadas que passei a associar uma extrema dor à ingestão de qualquer bebida alcoólica. Uma imagem especialmente intensa que tenho na memória é a da melhor amiga de minha mãe. Era extremamente obesa, pesando uns cento e cinqüenta quilos, e bebia constantemente. Sempre que bebia, queria me abraçar, e me babava todo. Até hoje o cheiro de álcool no hábito de qualquer pessoa me nauseia.
Cerveja, contudo, foi uma outra história. Quando eu tinha onze ou doze anos, nem sequer considerava uma bebida alcoólica. Assim, meu pai bebia cerveja e não ficava irritante ou nojento. Na verdade, ele parecia até um pouco mais divertido depois de umas cervejas.
Além disso, eu associava prazer a beber cerveja, porque queria ser igual ao meu pai. Beber cerveja me faria realmente igual a meu pai? Não, mas freqüentemente criamos associações falsas em nossos sistemas nervosos (neuro-associaçôes) quanto ao que criará dor ou prazer em nossas vidas.
Um dia pedi a mamãe uma “cervejinha”. Ela começou afirmando que não me faria bem. Mas tentar me convencer disso, quando eu já estava decidido, quando as observações que fazia de meu pai a contradiziam tão claramente, não ia adiantar. Não acreditamos no que escutamos; ao contrário, temos certeza de que nossas percepções são precisas — e naquele tempo eu tinha certeza de que beber cerveja seria o próximo passo do meu crescimento pessoal. Finalmente minha mãe percebeu que, com certeza, eu ia beber mesmo em algum outro lugar, se não me desse uma experiência que jamais esquecesse. Em algum nível, ela deve ter sabido que era preciso mudar o que eu associava à cerveja. E assim ela me disse: “Tudo bem, você quer beber cerveja e ser como papai? Então realmente tem que tomar cerveja como seu pai.”
Perguntei o que queria dizer com aquilo, e ela me respondeu que eu tinha que beber uma embalagem de seis cervejas, se queria ser como meu pai. “Não tem problema”, falei. Ela disse: “Você vai ter que beber tudo aqui mesmo.” Quando tomei o primeiro gole, o gosto foi horrível, nada do que eu tinha antecipado. Claro que não ia admitir isso, porque meu orgulho estava em jogo. Assim, tomei mais uns goles. Depois da primeira cerveja, eu disse: “Agora não agüento mais, mamãe.” Ela disse: “Não, aqui está outra”, e abriu outra latinha. Depois da terceira ou quarta lata, comecei a me sentir enjoado. Tenho certeza de que você é capaz de adivinhar o que aconteceu a seguir: vomitei tudo por cima de mim mesmo e da mesa da cozinha. Foi nojento, assim também como foi ter que limpar a mesa! Imediatamente passei a associar o cheiro da cerveja a vômito e sentimentos horríveis. Não tinha mais uma associação intelectual sobre beber cerveja. Tinha agora uma associação emocional em meu sistema nervoso, uma
neuroassociação ao nível visceral — e que era claramente capaz de guiar minhas decisões futuras. Como resultado, nunca mais pus na boca um gole de cerveja!
Nossas associações com dor e prazer são capazes de produzir um efeito seqüencial em nossas vidas? Pode apostar que sim. Esta neuroassociação negativa da cerveja afetou muitas das decisões que tomei em minha vida. Influenciou nas amizades que fiz na escola.
Determinou como aprender a obter prazer. Não usei álcool: usei o aprendizado, usei o riso, usei o esporte. Aprendi também que ajudar os outros produzia uma sensação maravilhosa, de modo que me tornei o cara da escola a quem todo mundo com problemas procurava, e resolver os problemas dos outros fazia com que eles e eu mesmo nos sentíssemos melhor. Algumas coisas não mudaram através dos anos!
Nunca usei drogas por causa de uma experiência similar; quando estava no terceiro ou quarto ano, alguns policiais foram à minha escola, e mostraram alguns filmes sobre as conseqüências de envolvimento com drogas. Vi gente sendo assassinada, desmaiando, morrendo de overdose, e se jogando de janelas. Como rapazinho, associei drogas a feiúra e morte, de modo que nunca cheguei a experimentá-las.
Minha boa sorte foi que a polícia me ajudou a formar neuroassociações dolorosas até mesmo para a idéia de usar drogas. Assim sendo, nunca cheguei a considerar a possibilidade.
O que podemos aprender com isso? Simplesmente o seguinte: se associamos uma dor maciça a qualquer padrão emocional ou comportamento, evitaremos ceder a esse padrão de qualquer maneira.
Precisamos usar essa compreensão para aproveitar a fora do prazer e da dor a fiam de modificar virtualmente qualquer coisa em nossas vidas, de um padrão de procrastinação ao uso de drogas. Como fazemos isso?
Digamos, por exemplo, que você queira conservar seus filhos longe das drogas. A hora mais oportuna é antes que as experimentem, e que alguém lhes ensine a falsa associação drogas-prazer.
Minha mulher Becky e eu decidimos que o modo mais vigoroso de assegurar que nossos filhos jamais usem drogas seria fazer com que estabelecessem uma ligação das drogas à dor maciça. Sabíamos que a menos que ensinássemos o que são verdadeiramente as drogas, alguma outra pessoa poderia tentar convencê-los de que as drogas são um meio útil de fugir à dor.
Para realizar essa tarefa, chamei um velho amigo, o ComandanteJohn Rondon, do Exército da Salvação. Há anos que venho apoiando John no South Bronx e Brooklyn, ajudando os sem-teto a promoverem mudanças em suas vidas, mudarem suas convicções limitadoras, e desenvolverem habilidades na vida. Becky e eu muito nos orgulhamos das pessoas que usaram o que lhe ensinamos para saírem das ruas e aumentarem a qualidade de suas vidas. Sempre aproveitei minhas visitas a esses lugares como uma oportunidade de dar algo em troco, para me lembrar como sou afortunado. Faz com que eu aprecie ainda mais a vida que tenho o privilégio de levar, além de me proporcionar uma perspectiva e manter o equilíbrio de minha vida.
Expliquei meus objetivos ao Comandante John, que providencioupara levar meus filhos numa excursão que jamais esqueceriam, e lhes ofereceria uma experiência clara do que as drogas fazem com o espírito humano. Começou por uma visita a um cortiço em ruínas, infestado de ratos. No instante em que entramos, meus filhos foram envolvidos pelo mau cheiro dos andares encharcados de urina, a visão de viciados tomando picos, indiferentes a quem pudesse estar observando, prostitutas crianças se oferecendo a quem passava e o choro de crianças abandonadas. Uma devastação mental, emocional e física foi o que meus filhos aprenderam a associar com as drogas. Embora todos fossem expostos às drogas muitas vezes desde então, nunca pensaram em consumi-las. Aquelas poderosas neuroassociações moldaram seus destinos de forma significativa.