MOTIVAÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS...

Por Fernando dos Santos | 08/03/2017 | Educação

THE GRENDAL COLLEGE AND UNIVERSITY

  PROGRAMA DE MESTRADO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS

                                      DA EDUCAÇÃO

 

 

FERNANDO DOS SANTOS

 

 

MOTIVAÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA

ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

 

 

 

Artigo Científico apresentado como requisito parcial do Programa Mestrado Internacional em Ciências da Educação, pela The Grendal College and University.

 

 

 

 

São José dos Campos – SP

2017


_________________________________________Artigo Científico Original do Curso de Mestrado Internacional em Ciências da Educação.

 

MOTIVAÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Fernando dos Santos[1]

 

RESUMO: O presente artigo trata da motivação das aulas de educação física para alunos dos anos finais do ensino fundamental e traz contribuições em termos de reconhecimento da Educação Física como prática de aquisição de competências significativas para a saúde, bem como para os aspectos social, psicológico, cognitivo e físico. Para uma compreensão melhor da questão da motivação, parte-se de pesquisa bibliográfica, em que se buscam subsídios teóricos e complementa-se com pesquisa de campo, por meio de questionário e posterior articulação entre teoria e prática. Como considerações finais se aponta o reconhecimento da motivação dos alunos mediante uma prática que leva em consideração a diversidade de atividades físicas, a adequação dos espaços e recursos, o comprometimento do professor e a integração e contextualização dos conteúdos.

 

Palavras chaves: Estratégias. Motivação. Desenvolvimento integral.

 

ABSTRACT: The present work deals with the Motivation in classes of Physical Education for students of final years of elementary education and brings contributions in terms of recognition of the Physical Education as practical of acquisition of significant abilities for the health, as well as for the social, psychological, cognitive and physical aspects. For a better understanding of the question of the motivation, it has been broken of bibliographical research for theoretical subsidies searching complemented with field research, by means of questionnaire and posterior articulation between theory and practice. As final considerations, the recognition of the motivation of the pupils resulting of the diversity of physical activities, the adequacy of the spaces and resources, the teacher’s commitment and the integration and contextualization of the contents.

 

Keywords: Strategies. Motivation. Integral development.

1 INTRODUÇÃO

 

O tema deste trabalho é Motivação das aulas de Educação Física para alunos dos anos finais do ensino fundamental e surgiu da inquietação pela busca de um ensino de qualidade.

A motivação dos estudantes nas aulas de Educação Física é um importante tema de pesquisa e traz contribuições em termos de reconhecimento da Educação Física como prática de aquisição de competências significativas para a saúde, bem como para os aspectos social, cognitivo, psicológico e físico.

O estudo a ser realizado torna-se, então, parte do seguinte questionamento: As habilidades esportivas, o tipo de esporte, a competência do professor e as características físicas do esporte influenciam bastante na motivação dos alunos?

Objetiva-se, assim, possibilitar aos professores conhecer os estudos sobre a motivação, de modo a refletirem sobre postura na maneira de conduzir as aulas, o conteúdo do programa e, principalmente, a introdução de novas atividades por meio de estratégias facilitadoras do estímulo dos alunos. 

A metodologia utilizada inclui pesquisa bibliográfica (histórico da educação física escolar e a questão da motivação nas aulas de Educação Física) e pesquisa de campo por meio de questionário a alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental que frequentam uma Escola Municipal de Ensino Fundamental.

O resultado deste trabalho está nas Considerações finais que procura destacar a importância de estratégias facilitadoras da motivação nas aulas de Educação Física, de modo que se tenha qualidade no Ensino Fundamental, anos finais. 

 

2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

 

Para compreender o processo de motivação dos alunos nas aulas de Educação Física, torna-se importante reconhecer a identidade da Educação Física ao longo dos anos, ou seja, porquê ela existe na escola. 

Até 1800, no Brasil, segundo Steinhilber (1996), os exercícios para o corpo  se constituíam de brincadeiras, lazer, diversão. Em 1810, a prática da Educação Física é aplicada na área militar, porém, sem fundamentação teórica e nem padronização das atividades e exercícios, que tinham a finalidade de  fortalecimento do corpo e da moral. Desconsiderou-se a relação das atividades físicas com o lúdico.

Conforme Moraes (2006), no Brasil Império (1822 – 1889), mais precisamente no ano de 1851, foi promulgada a Lei de n.º 630, que incluía a ginástica nos currículos da escola. Rui Barbosa impôs nesta lei a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias e secundárias, a ser praticada quatro vezes por semana, com aula de trinta minutos.

A finalidade não era lúdica e sim de formação para a obediência, saúde e cidadania (cumpridor dos deveres). Voltamos a salientar que não havia embasamento teórico e muito menos organização disciplinar. Na verdade, a Educação Física não se constituiu como disciplina e sim, apenas uma atividade complementar aplicada por um instrutor sem formação.

Quanto a isto, Martins (2000) parte da premissa de que a Educação Física só será uma disciplina motivadora se o próprio professor de Educação Física dominar os processos de motivação.  

Guimarães (2001) coloca que uma prática de atividades físicas direcionadas para os interesses do Estado, não vão além de uma formação para o controle social, implicando obrigação e pouco interesse por parte dos alunos. As aulas parecem apenas direcionadas às práticas esportivas, dando-se importância somente às suas técnicas. Sendo a criança um ser sociocultural, a autora afirma que aulas voltadas somente às técnicas fragmentam a formação global do aluno, deixando de lado valores universais como respeito mútuo, cooperação e afetividade, enfatizando valores de competitividade, individualismo, disciplina, entre outros.

Moraes (2006) coloca que no Brasil República (1889) é que houve a profissionalização da Educação Física. Porém, só depois de 1920 é que houve a criação do Curso Provisório de Educação Física, no Rio de Janeiro.

Em 1930 criou-se o Centro Militar de Educação Física. Em 1934, publicou-se o Regulamento de Educação Física e assumiu-se a importância do treinamento físico com fins militares.

A Educação Física avançou, de acordo com Silva (1999), com a criação da Divisão de Educação Física (DEF), em 1937. Essa Divisão, junto com a Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) sustentou o projeto de Educação Física no Brasil, na época do Estado Novo.

O Estado Novo assumiu-se como autoritário e em termos educacionais implementou uma pedagogia do afeto, do cuidado, ou seja, uma educação assistencialista. Deste modo, o modelo de Ensino Fundamental (primário) colocava o professor, a mãe, o médico, como elementos essenciais para a formação cidadã do aluno, que  era considerado um indivíduo carente de saberes importantes para a vida coletiva, os quais lhes seriam ensinados por meio de livro didático, orientações e práticas escolares. Assim, podemos pensar o aprender como o resultado do processo de transmissão do saber institucionalizado, de modo que não havia motivação para descobrir o conhecimento, para usar a imaginação, para a interação. 

Nesta época, as atividades, foram valorizadas nas suas competências lúdicas e de formação mais ampla do aluno? As práticas estimulavam a participação ativa de todos os alunos?

Guimarães (2001), auxiliando na busca de respostas às perguntas acima, lança outras questões: Os instrutores conduziam a aula ou deixavam que os alunos jogassem livremente? Brincadeiras mistas ou meninos separados das meninas? Exigiam a participação, ignoravam aqueles que não desejavam participar, ou incentivam a participação por meio de atividades prazerosas e lúdicas que permitissem a espontaneidade?

Certamente que a Educação Física estava a serviço da hegemonia do Estado e sua necessidade de transmitir valores de obediência, organização, cuidados com a saúde do corpo e da mente. Portanto, não havia motivação e sim obrigação.

Silva (1999) aponta que no período da Ditadura Militar (a partir de 1964), a Educação Física foi exaustivamente usada para reforçar a questão da moral, civismo e saúde, e o ensino privilegiou os esportes de alto rendimento (vôlei, basquete, futebol). Buscava-se a perfeição para que se atingisse a vitória.

Julgamos que o esporte de alto rendimento exige ultrapassagem de limites físicos, psicológicos e fisiológicos e se objetiva apenas formar campões, o que não é da natureza de todos os alunos. Há a tendência de formar para o individualismo e não para a solidariedade, cooperação. Quanto a isto se salienta que:

As propostas educacionais do Estado, nas décadas de 1960 e 1970, têm a ver com a tecnicização da educação em geral e da Educação Física escolar em particular, de modo a adequar-se ao modelo de desenvolvimento tecnicista fordista. O mesmo autor critica a caracterização da disciplina escolar Educação Física como atividade e não como campo de conhecimento e procura demonstrar o caráter marcadamente reprodutivista da Educação Física escolar brasileira. (CASTELLANI FILHO, 1988, p. 35).

Parece que na época da Ditadura procurou-se adaptar o homem à sociedade, educando-o e alienando-o da sua condição de sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da mesma, de modo que houve forte apelo à formação do caráter do aluno, valorizando a obediência, o respeito às normas e à hierarquia, apoiando-se na pedagogia reprodutivista. Assim, não se valorizou o professor como elemento mediador da construção de conhecimentos, e nem se estimulou os alunos para as práticas físicas como elemento de formação para a vida.

Martins (2000) afirma que uma formação para a vida exige reflexão sobre o papel do professor de Educação Física como facilitador do despertar  do aluno para uma maior participação numa prática esportiva continuada não só na escola, mas que, a partir da formação de um hábito, estenda-se para a sua vida além da escola.

Nos anos de 1980, a Educação Física brasileira vive uma crise existencial  à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais do governo deram origem aos “... patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras” (MORAES, 2006, p. 2).

Para Bracht (1992), na década de 1980, desenrolou-se um movimento de redefinição pedagógica da prática das atividades físicas na escola, para além do tecnicismo, privilegiando o desenvolvimento humano, nas suas várias dimensões: cognitiva, afetiva, social e biológica.

Na redefinição, se trabalharia com uma prática pedagógica articulada com temas corporais e de movimento, por meio de intervenção imediata, que trataria de conteúdos do contexto dos alunos.

Pode-se considerar que, na nova definição, a Educação Física interessa-se pelas explicações, compreensões e interpretações sobre as objetivações culturais do movimento humano fornecidas pela ciência, com o objetivo de fundamentar sua prática e fazer dela algo significativo para a educação integral do aluno, que está além da formação para o Estado e seus interesses imediatos.

Em termos de motivação julga-se que o professor de Educação Física como o profissional que se preocupa com a qualidade de vida dos alunos, pode utilizar atividades regulares e adequadas, cuja intencionalidade visa o bem estar, a saúde e o equilíbrio mental e social, no meio em que vivem e, também, assumir suas aulas como um espaço interativo, no qual as ações e brincadeiras permitam que os alunos tenham liberdade para se movimentar, criar, errar e reaprender conteúdos significativos para a sua vida.

Mattos e Neira (2005, p. 17) ampliam a compreensão sobre uma prática motivadora ao afirmarem que:

Queremos uma ação cognitiva, afetiva, social e claro, motora.   Queremos todos aqueles movimentos que eles trabalham inserindo-os em uma situação onde a criança se veja obrigada a pensar e planejar a sua movimentação, fugindo de um pegador, escalando uma montanha imaginária, queimando o amigo, enfim, vivendo cada movimento não só com os músculos, nervos e tendões, mas também e principalmente, como o “coração e a cabeça”.

Conforme Bracht (1992), a partir de 1990, a Educação Física assume-se com conteúdos informadores e formadores de competências globais, e finalmente regulamentada de fato e de direito uma profissão.

Assim, conforme o Portal da educação Física (2006, p. 1):

A Educação Física, como Ciência da Educação, forma, desenvolve, prepara e educa o aluno como um todo, isto é, um ser biológico, psicológico, físico, social e espiritual, desde a infância até a maturidade, para todos os problemas sociais, fornecendo-lhe poderes para ir de encontro a todas as necessidades de vida moderna e em constantes mudanças.

Cabe citarmos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996  e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), que consideram a formação do aluno em todas as suas dimensões.

A LDB (art. 32) aborda sobre a formação do aluno no Ensino Fundamental ao colocar que este terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Na verdade, a LDB/96 reforça o princípio do Artigo 205 da Constituição Federal, ou seja, o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, que significa o desenvolvimento em todas as suas dimensões, não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas o ser humano integral com suas dimensões motoras, afetivas e sociais.

Pleno significa o oposto da visão conteudista ou reducionista, que tem como foco apenas o desenvolvimento da habilidade cognitiva. Trata-se de ampliar a responsabilidade da educação para as habilidades sociais e psicológicas priorizando a afetividade, o equilíbrio e a convivência plural.  

Portanto, devemos entender como dever da escola o incentivo à cultura, às práticas esportivas, à convivência social e a preservação do meio ambiente, implicando uso de espaços como quadras esportivas, laboratórios, auditórios, bibliotecas, entre outros. Não podemos esquecer que uma formação integral exige professores qualificados e valorizados.

Darido e Rangel (2005), sobre a questão da Educação Física na escola, apontam os seguintes elementos para reflexão: o contexto da educação física na escola (para a formação da cidadania); cultura corporal de movimento (o movimento como facilitador da cognição,afetividade e socialização); os objetivos da educação física na escola (participação, valorização, conhecimento, respeito, interação, desempenho, compreensão, reflexão); aspectos legais da educação física e integração à proposta pedagógica na escola; os conteúdos da educação física na escola (saúde, sexualidade, meio ambiente, ética, cultura); novas formas de organização dos conteúdos (interdisciplinaridade, projetos); o ensino reflexivo como perspectiva metodológica; avaliação em educação física na escola; conhecimento sobre o corpo; jogos e brincadeiras; esporte; dança; ginástica; lutas; capoeira.

Por meio deste capítulo mostramos que a Educação Física busca a sua identidade como construtora de conhecimentos, deixando para traz uma prática reprodutivista e a serviço do Estado. No capítulo seguinte aprofundamos a questão da motivação das aulas de Educação Física.

 

3 MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CARACTERIZAÇÃO DAS AULAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Vemos sempre a preocupação de colocar os exercícios físicos como treinamento somente, mas a Educação Física é muito mais, pois tem a ver com o corpo, a mente, as relações interpessoais, a preocupação com a saúde e com a alegria, pois se formos pensar, embora tenhamos sido crianças há muitos anos ou não, guardamos conosco as lembranças de nossas brincadeiras infantis.

O brincar é natural e necessário ao desenvolvimento das crianças, e deve ser estimulado por toda a vida. Na verdade, podemos dizer que Educação Física também é brincar, jogar, pois as aulas não devem ser consideradas pelo aluno como obrigação somente ou uma tarefa escolar, o que pode levá-lo a não se motivar.  

Silveira (2006) aponta que um dos motivos para que não haja motivação por parte dos alunos nas aulas de Educação Física é o fato de o próprio professor ser resistente a uma educação construtivista, já que a forma tradicional é mais fácil e não exige muito pensar. É deixar os alunos exercitarem e pronto. Deste modo, sem considerar os saberes dos alunos para planejar as aulas, usa-se apenas exercícios de aptidão física, de modo que se contribui somente para a participação passiva do aluno no que ele considera uma tarefa da escola e não uma oportunidade de aprender a saber, fazer, conviver e ser, de modo divertido.

Para Oliveira (1998), a prática cotidiana tradicional do professor de Educação Física mostra uma insuficiência na busca de uma formação integral do aluno na medida em que se dá importância maior para o fenômeno esportivo e não se reconhece a enorme riqueza de aprendizagem que as manifestações corporais podem trazer.

Para provar isto, podemos ver no dia-a-dia das aulas de Educação Física, em que a presença é mínima, há um esvaziamento das aulas, há falta de interesse dos alunos, que dão pouco sentido às aulas, que se caracterizam muito mais como um passatempo do que um momento de aprender. Aliado a isto tem a questão da falta de formação continuada do professor, falta de interesse do docente, falta de recursos físicos e materiais.

Prado Junior e Antunes (2006) apontam exemplos de ações que não auxiliam na motivação do aluno e mostram o pouco valor dado à disciplina de Educação Física, pela própria escola: a) perda de nota pela não cooperação, punição ao invés de satisfação; b) diminuição da aula prática para terminar atividades em sala de aula; c) exploração da competição ao invés da cooperação; d) não execução de aula por causa de trabalhos acumulados; e) aula não programada e uso de brincadeira livre misturando idades; f) atraso do professor; g) aulas de Educação Física acontecem como prêmio ou deixam de acontecer como castigo; h) não há aula e sim recreação; i) não interferência do professor na definição de regras o que causa tumultos; j) término da aula antes do previsto; l) aula de Educação Física substituída para avaliação de outro componente curricular; m) aula adiada por atraso em outro componente e sem marcação de reposição; n) substituição da aula de Educação Física por causa de atividade extra-escolar; o) aproveitar a presença de alunos e dar aula sem planejamento e previsão; p) uso de centro comunitário para aulas não planejadas; q) não realização da aula de Educação Física porque o professor esqueceu material; r) canto na aula de Educação Física.

O mais relevante nestas ações é o desperdício dos recursos que a Educação Física disponibiliza para a formação das crianças, adolescentes e jovens em todos os aspectos (físico, social, afetivo, cultural e cognitivo).

É importante colocar, segundo Steinhilber (1996) e Oliveira (1998), que o professor precisa incentivar a participação dos alunos. Para isto, deve-se levar em consideração: a) o conhecimento da própria escola, pois muitos professores não examinam as normas internas, por exemplo, aceitar comprovantes de academias, clubes e escolinhas para suprir as aulas de Educação Física ou trocar aulas práticas por trabalhos teóricos. Assim, o professor precisa participar da formulação do regimento interno e, se for o caso, solicitar alterações para que os alunos se interessem mais pela disciplina; b) o conhecimento da comunidade, seus valores, a alimentação dos alunos (o que comem), se são magros ou obesos, a disposição para exercícios, se os pais gostam ou não que seus filhos se sujem na escola, fiquem suados, se são separados e c) o conhecimento dos alunos e seus desejos, suas características culturais, suas atividades preferidas. Por exemplo, o futebol é um esporte que, por estar altamente enraizado na cultura brasileira, por si só já é motivador (lembrando-se que o professor deve ter cuidado para não tornar sua aula apenas uma hora do futebol).  Crianças entre 7 e 10 anos preferem jogos de diversão e os adolescentes gostam de atividades desportivas.

Steinhilber (1996) oferece algumas sugestões que aumentam as chances de motivação dos alunos nas aulas de educação Física. Entre elas: a) ser num local apropriado, limpo, espaçoso, preferencialmente que a natureza estivesse por perto; b) ser atrativa, motivante, interessante, sociabilizadora, cativante, saudável, organizada, com um ambiente harmônico; c) estar composta com dança, recreação e jogos, que enfocasse a ludicidade; d) estar repleta de coisas que, muitas vezes, o aluno não tem em casa e sente muita falta: alegria, espírito crítico, oportunidade de falar, afeto, educação, conforto, segurança, paz, diálogo, disciplina, respeito mútuo, paz; e) ter competição para que o aluno possa aprender a perder e ganhar, descobrir seus limites e testar sua força de vontade, que ele possa se descobrir mais; f) permitir ao aluno aprender com ele mesmo, com o professor e seus colegas, que despertem sua curiosidade e criatividade; g) não deixar o aluno se sentir discriminado e que tenha no professor alguém que possa confiar, que fique contente com seus progressos, alguém amigo; h) ser um lugar onde o aluno seja elogiado sempre que faça ou tente fazer as coisas certas; i) ser cheia de novidades, de desafios, de conhecimentos científicos e teóricos ligadas à prática que o aluno está realizando; j) ter ensinamentos úteis para a vida do aluno; l) ser agradável, desafiadora, prazerosa, divertida e que permita ao aluno, crescer como Ser Humano.

Considerando os PCN (BRASIL, 1998), a Educação Física na escola tem como objetivos, entre outros: contribuir para a formação da criança e do jovem enquanto cidadão crítico, participante e transformador de sua realidade; desenvolver competências e habilidades psico-motoras, sócio-afetivas e cognitivas; ampliar o universo cultural dos alunos, de modo que eles possam ser mais cooperativos, tolerantes, criativos; promover a integração do programa com as comunidades locais e a escola; oportunizar a formação profissional em áreas sociais, de educação e de saúde; conscientizar da importância da prática da atividade física e hábitos de higiene para a manutenção e melhora da saúde e conseqüente qualidade de vida.

Segundo Grun (2007, p. 1), na fase dos anos finais do ensino fundamental:

Esses jovens estão no início da adolescência, uma época de transição entre a infância e a idade adulta em que existem mudanças significativas em quase todos os aspectos e em que a imaturidade emocional é constante. O adolescente deseja se sobressair naquilo que se julga melhor e se esquiva daquilo que não domina, apresenta rápidas alterações de humor e passa por um período de negativismo, especialmente com os pais, existindo muitos confrontos quanto aos limites por estes impostos. Nessa fase também, ele assimila uma enorme quantidade de experiências físicas, sociais e intelectuais, ficando em estado de desequilíbrio até incorporar todas as mudanças. Cabe ao professor de Educação Física aproveitar todas essas características e experiências dos alunos para estimulá-los a desenvolver habilidades que não vão adquirir fora da escola.

 

Para isso, as aulas devem ser prazerosas, informativas e contextualizadas, abordando conteúdos em forma de jogos, exercícios, atividades rítmicas, danças, lutas, ginásticas e brincadeiras.

Considerando a LDB/96 (BRASIL, 1996), a partir da a partir dos anos finais da educação física deve-se abranger atividades que contribuam para o aprimoramento e aproveitamento integrados de todas as potencialidades físicas, morais e psíquicas do indivíduo.

A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade e que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da Educação Física.

Para Steinhilber (1996), a Educação Física deve estar contemplada na Proposta Pedagógica da Unidade escolar, no Plano de Gestão Escolar, e deve ser inserido, anualmente, no Plano da Disciplina, que deve levar em consideração os meios disponíveis e as peculiaridades dos educandos, para uma prática eficaz. O plano de disciplina é de responsabilidade dos professores da matéria o plano de gestão escolar cabe ao Diretor, juntamente com todos os professores da unidade escolar.

Em termos práticos, ainda segundo Steinhilber (1996), para buscar aumentar o interesse dos alunos de 8º e 9º ano pelas aulas de Educação Física, os professores devem desenvolver temas e atividades que re relacionem com a melhoria das capacidades físicas dos alunos e ajudem no seu desenvolvimento pessoal, mostrando, assim, a importância da disciplina nestas séries do Ensino Fundamental.

Guimarães (2001) argumenta que se deve utilizar os pressupostos teóricos sobre práticas esportivas para criar situações que possam desenvolver nos alunos conceitos fundamentais como respeito, companheirismo, amizade, fraternidade, além de competências físicas específicas, tais como: força, velocidade, resistência aeróbia e anaeróbia, entre outras.

O professor de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental, como profissional que se preocupa com a qualidade de vida dos alunos, pode utilizar atividades regulares, equilibradas, adequadas, cuja intencionalidade visa o bem estar, a saúde e o equilíbrio mental e social dos alunos, no meio em que vivem e, também, assumir suas aulas como um grande espaço interativo, onde as ações e brincadeiras permitam que os alunos tenham liberdade para se movimentar, criar, errar e reaprender (GUIMARÃES, 2001).

Assim, se estará, portanto, respeitando o desenvolvimento motor delas, e contribuindo para o desenvolvimento dos esportes coletivos, que ocupam um lugar de destaque no cenário desportivo de nosso país e, em particular, no âmbito do desporto escolar, como meio de desenvolvimento integral. (GUIMARÃES, 2001).

Considerando o período dos anos finais do ensino fundamental, o desenvolvimento se caracteriza fundamentalmente pelo refinamento e diversificação na combinação das habilidades motoras básicas da criança, em padrões seqüenciais cada vez mais complexos. Esta progressão normal no desenvolvimento motor deve ser acompanhada de vivencias cognitivas, afetivas e sociais, de modo que o desenvolvimento do aluno seja completo.

 

4 PESQUISA DE CAMPO

 

Primeiramente, o pesquisador esteve na escola solicitando permissão para realizar a pesquisa. Explicou para a Direção, a Coordenação e o Professor de Educação Física, o que se pretendia, os objetivos e de que forma a pesquisa seria realizada. Apresentou-se o questionário que foi lido e aprovado. Houve, então, permissão para entrar em duas classes: 8º e 9º ano para desenvolver o trabalho. 

A pesquisa foi realizada por meio de questionário (anexo 1), do qual constavam perguntas de ordem pessoal como idade e sexo e perguntas de ordem específica sobre o assunto investigado. O questionário incluía perguntas de múltipla escolha com posterior justificativa do motivo da escolha.

O questionário foi aplicado na própria sala de aula e foi respondido individualmente. Os alunos foram informados do motivo de estarmos ali e da nossa intenção ao aplicar o questionário. Foi pedido que lessem e respondessem as perguntas com a maior sinceridade possível. Alguns alunos tiveram dúvidas e o pesquisador sanou-as conforme foram surgindo, mas de modo geral os alunos não tiveram problemas ao ler e responder às questões.

Com os questionários respondidos em mãos, fez-se a leitura, análise e interpretação dos dados, montando gráficos e fazendo comparações dos resultados com a teoria apresentada no início deste trabalho e inferindo comentários.

Os dados foram quantificados em termos de porcentagem em relação a opções diferentes dos alunos nas respostas. As respostas relativas às justificativas da escolha da opção, aqui apresentadas, não são palavras textuais dos alunos, pois muitos deram respostas parecidas. Elaborou-se um apanhado geral do que os alunos citaram como justificativa em cada questão e apresentamos por ordem de maior freqüência. Na primeira questão relacionada ao sexo e idade dos alunos fizemos o gráfico levando em consideração os alunos pelo seu sexo. Nas demais questões, considerando somente o total geral de alunos pesquisados.

 

4.1 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

 

Dados Gerais

Gráfico 1 –  Sexo e quantidade de alunos pesquisados.

 

A maioria absoluta dos alunos está na faixa de idade própria para os anos 8º e 9º (13-14 anos), havendo (29 = 48%) do sexo feminino contra (30 = 52%) do sexo masculino. Há equilíbrio da quantidade de alunos e alunas, o que provavelmente não afeta os resultados da pesquisa, ou seja, eles não são tendenciosos, em termos de opções, pois segundo os pressupostos teóricos, há diferenças culturais quanto às práticas de esportes e exercícios físicos entre o sexo feminino e masculino. Na verdade, ainda há preconceitos sobre as mulheres e sua capacidade de se dar bem em esportes ou outras atividades culturalmente exercidas por homens.

Knijnik (2006), em sua pesquisa sobre esporte e cultura brasileira, enfocando as relações sociais de gênero numa sociedade em que existe uma comparação 'natural' da mulher com o homem, leva a uma tomada de consciência sobre espaços esportivos e preconceito sexista, como por exemplo, no futebol.

Dados Específicos

Com relação ao gosto pelas aulas de Educação Física.

Gráfico 2 – Gosto pelas aulas de Educação Física.

 

A maioria dos entrevistados, ou seja, 74,5%, respondeu que gostam de participar das aulas de Educação Física. Os que gostam mais ou menos somam 17,6%. Os que não gostam somam 7,9%.

Justificativa:

Sim: disciplina valiosa, ajuda no condicionamento físico e a tornar cidadão; gosta de esportes; faz bem à saúde; gosta de jogar bola e se sente bem na escola, estar com os amigos; para não ficar na rua; exercita o corpo.

Não: sempre os professores dão futebol e vôlei; sempre a mesma coisa; quero aprender esportes novos; só tem meninas.

Mais ou menos: porque cansa; depende do jogo.

As respostas dos alunos (gostam das aulas de Educação Física) vão ao encontro dos pressupostos teóricos apresentados, em que se aborda a Educação Física e suas funções, ou seja, a prática de exercícios por prazer, como ampliação de conhecimentos, como meio de aprender a se cuidar, viver coletivamente, conhecer os outros, desenvolver estratégias, entre outros.

Por outro lado, as respostas de 24,5% dos entrevistados também mostram o lado cruel da prática de Educação Física, em que ela causa tédio, cansa, não atende a preferências, não acrescenta mais conhecimento. Porém, segundo a teoria, boas estratégias de aulas motivadoras podem reverter esta situação.

 

Quanto à modalidade preferida de esporte.

MODALIDADE

MENINOS

MENINAS

Futebol

24

9

Vôlei

18

16

Ciclismo

7

11

Basquete

16

14

Taco

2

0

Peteca

2

0

Capoeira

3

0

Musculação

2

2

Queimada

1

4

Natação

3

2

Hipismo

3

0

Motocross

1

0

Corrida

1

0

Dança

1

14

Pingue-Pongue

2

0

Handebol

 

21

Tabela 1 – As maiores preferências dos meninos e meninas.

 

Podemos verificar que o futebol é a preferência dos meninos, enquanto o Handebol é a preferência das meninas.

Quanto ao Vôlei, Ciclismo e Basquete; estes esportes obtiveram boa preferência dos alunos e alunas, o que mostra uma tendência a esportes valorizados internacionalmente. 

O futebol é uma questão cultural do brasileiro, já o basquete, Handebol e o vôlei são influências do esporte americano e do valor competitivo em termos de profissionalização.

No caso das meninas, muitas delas deram preferência para a dança, enquanto os meninos, só um mostrou esta preferência.

Os meninos apresentaram preferências por modalidades não escolhidas pelas meninas, tais como: Taco, Peteca, Hipismo, Motocross e Pingue-Pongue.

A queimada, uma brincadeira que vem sendo reproduzida por muitas gerações, ainda se mantém viva na prática dos meninos e meninas, mesmo que com uma preferência mínima. Na verdade, podemos observar que os jogos e brincadeiras de rua estão sendo cada vez menos praticados pelas crianças e adolescentes, o que mostra a desvalorização das tradições, seja por causa da urbanização, aumento de veículos, influencias culturais estrangeiras, e outros fatores. O resgate de jogos e brincadeiras pode acontecer no espaço escolar, de modo que os meninos e meninas experimentem práticas populares.

Levando em conta o resultado, podemos concluir que a escola pode oferecer a maioria dos esportes da preferência dos alunos e as modalidades mais difíceis podem ser trabalhadas em termos de competição entre escolas, por exemplo, utilizando espaços públicos ou até privados, dependendo de negociações e parcerias.

Com relação às horas gastas por semana com exercícios físicos.

 

Gráfico 3 – Horas semanais dedicadas aos exercícios físicos.

 

45% dos alunos responderam que fazem exercícios mais de 2 horas por semana, o que indica uma preocupação com a forma física e a saúde, mostrada pelos argumentos dos alunos: “movimentamos o corpo”; “prevenção de doenças”; “práticas adequadas de exercícios”; “conhecimento do corpo humano e alimentação”; “serve para diminuição do estresse”; “professor avalia superficialmente a capacidade física”; “melhora condição e constituição física”;  “correção de postura e melhor respiração”.

Os que dedicam de 1 a 2 horas por semana somam 41%. Alguns alunos porém dedicam somente até 1 hora por semana aos exercícios físicos e há os que não dedicam nenhum tempo são poucos. Estes somam 14%, que não é uma quantidade significativa. 

Levando em consideração, que pesquisas mostram que a rotina dos alunos e a presença da TV, jogos eletrônicos no seu ambiente levam a pouca prática de exercícios físicos, os meninos e meninas da pesquisa estão se mantendo ativos fisicamente. A escola pode ampliar o contato com a Educação Física, de modo que os alunos ampliem suas horas de prática de exercícios físicos. Este contato pode ser prazeroso e significativo, se as estratégias foram variadas e estimulantes.

 

Quanto ao que costumam fazer nas horas vagas.

A tabela a seguir mostra as atividades comuns aos alunos e alunas entrevistados, quando eles estão em casa, na rua, na casa de colegas, entre outros.

É importante verificar a variedade de atividades nas quais os alunos e alunas se envolvem, dependendo de suas preferências, modo de vida, classe social, influência dos pais, da mídia, entre outros.

 

ATIVIDADE

MENINAS

MENINOS

Assistir TV

28 (55%)

20 (39%)

Praticar esportes

12 (24%)

15 (29%)

Ler livros, revistas

13 (25%)

5 (10%)

Ouvir música

19 (37%)

16 (31%)

Sair com amigos

22 (43%)

13 (25%)

Ir ao cinema

4 (8%)

2 (4%)

Ir ao shopping

4 (8%)

3 (6%)

Jogar games

8 (16%)

17 (29%)

Navegar na Internet

14 (30%)

8 (16%)

             Tabela 2 – O que costuma fazer nas horas vagas.

 

 Nesta questão os alunos puderam escolher mais de uma opção. O total de opções assinaladas foi de 223. A grande parte dos estudantes escolheu como opção: assistir TV, seguidas de  ouvir música e sair com amigos.

Jogar games e navegar na Internet não são práticas muito usadas e ir ao Shopping  ou ao cinema estão entre as atividades menos escolhidas.

A pratica de esporte e leitura de livros é pouco vivenciada, mas, por outro lado, ainda são mais praticadas do que  o contato com jogos eletrônicos e computadores.

Pode-se ver que o mundo atual oferece uma grande diversidade de atividades aos jovens e a influência da mídia é muito grande. Observamos que a amizade com outras pessoas da mesma faixa etária é constante na vida dos jovens, pois eles saem juntos normalmente.

Cabe à escola mostrar ao aluno que ele pode fazer um pouco da cada coisa e que o equilíbrio é a chave do sucesso.

 

Com relação à forma de participação nas aulas de Educação Física.

Gráfico 4 – Participação nas aulas de Educação Física.

A grande maioria (40) dos alunos respondeu participar das aulas por prazer. Alguns optaram pelo não sabe e não pratica (5). 14 alunos responderam que participam por obrigação.

Segundo os pressupostos teóricos, é normal aprender por prazer, pois o ato prazeroso faz parte do ser humano, que gosta de se sentir bem, de fazer coisas que trazem conhecimentos, bem estar. A prática de esportes é um ato social, um ato de interação, um ato cidadão e uma necessidade e termos de hábitos saudáveis.

Esta pesquisa mostrou que os alunos estão muito motivados para a prática de exercícios e esportes, pois têm prazer por estas  atividades.

Na escola, portanto, as atividades esportivas devem partir da concepção de que produz prazer, que amplia conhecimentos, habilidades e atitudes importantes para a prática social e para o desenvolvimento físico, cognitivo, social e afetivo.

A pesquisa coloca que a prática da Educação Física na escola deve estar levando em consideração a realidade dos alunos, seus potenciais, suas dificuldades, seus interesses, de modo a permitir que eles avancem  mediante estratégias estimulantes, motivadoras e significativas para a sua formação integral.

 

Quanto aos recursos da escola para a prática de Educação Física.

 

Gráfico 5 – Recursos oferecidos pela escola para a prática de Educação Física.

 

A grande maioria dos alunos, ou seja, 88,5%, considera que existem recursos adequados para as aulas de Educação Física. Somente alguns alunos,11,4% consideram que faltam recursos ou não responderam.

As respostas são coerentes com a teoria mostrada na pesquisa bibliográfica, o que reforça a importância da variedade de opções e recursos nas aulas de Educação Física, de modo que se possam atender preferências, trabalhar conteúdos diversos, proporcionar mais motivação e permitir que os alunos adquiram mais habilidades, conhecimentos e atitudes importantes para a sua formação.

Ainda conforme a teoria, muitas vezes há recursos adequados, porém, existe o desperdício dos recursos que a Educação Física disponibiliza para a formação das crianças, adolescentes e jovens em todos os aspectos (físico, social, afetivo, cultural e cognitivo).

Cabe, portanto, ao professor e aos dirigentes da escola zelar pelos recursos e sua utilização, de modo a possibilitar um processo de ensino e aprendizagem eficaz.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho  permite uma visão contextualizada da Educação Física escolar e a questão da motivação para a prática de exercícios, desde a sua introdução na escola pública.

Observa-se que por muito tempo a Educação Física foi assumida como uma complementação curricular com intencionalidade de moldar um cidadão ordeiro, saudável e obediente, o que não exigia um embasamento multidisciplinar.

Esta limitação dos objetivos das práticas físicas na escola pública assume-se como causa maior da falta de motivação dos alunos, intensificada pela falta de recursos, pouca diversidade de atividades, pouca valorização da Educação Física como disciplina, entre outros.

No entanto, os pressupostos teóricos apontam para estratégias facilitadoras da motivação dos alunos pelos exercícios físicos e práticas de esporte na escola, de modo que a Educação Física atinja seus objetivos: desenvolvimentos físico, cognitivo, afetivo e social.

A pesquisa aplicada na escola e que buscou verificar o nível de motivação dos alunos de 8º e 9º ano do Ensino Fundamental nas aulas de Educação Física vai ao encontro dos pressupostos teóricos e permitiu o reconhecimento da motivação dos alunos mediante uma prática que leva em consideração a diversidade de atividades físicas, a adequação dos espaços e recursos, o comprometimento do professor e a integração e contextualização dos conteúdos.

Enfim, existem soluções para os motivos que interferem negativamente na motivação dos alunos de 8º e 9º anodo Ensino Fundamental, nas aulas de Educação Física, ou seja, é preciso otimizar situações positivas e minimizar as situações negativas.

 

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[1]Mestrando da UniGrendal.