Morte aos que mataram ?!

Por Gabriel Paulino Alexandre | 03/08/2015 | Crônicas

Brasil, país do futebol, do carnaval e da criminalidade. Sim, da criminalidade. Bem, isso não é surpresa pra ninguém, mas quais ações estão sendo tomadas para diminuí-la? Muito se discute sobre a implantação da pena de morte em nosso país; uns são a favor, outros contra. Apesar de todas as opiniões, a grande pergunta é: vale a pena massacrar os direitos humanos por uma “solução” quase que instantânea?

     Levando em consideração a sociedade doentia em que vivemos e a forma como somos tratados por ela (como meros números em uma estatística), a posição a favor da pena de morte é válida, afinal os criminosos não pensam em “ser humanos” ao assassinar alguém, então por que devemos agir com humanidade? O que muitos não se dão conta é que esse tipo de ação não significa progresso, e sim regresso.

     A pena de morte não é eficiente em um país em que boa parte das coisas são regidas pela grande máquina da corrupção. A sentença de morte seria influenciada por essa máquina; em alguns casos “selecionados”, o julgamento não seria justo. Como se não bastasse, a segregação e o preconceito também agiriam na distorção da sentença, de acordo com as características socioeconômicas do réu.

     Sob esta perspectiva, podemos ver que nosso país não está preparado para tal. Além de tudo isso, deve-se levar em consideração que a sociedade não pode continuar do jeito que está. Medidas devem ser tomadas para que nossa população, nossos representantes, por fim, nosso sistema como um todo, deve se tornar mais humano. Estamos lidando com pessoas que, mesmo agindo de forma detestável, continuam sendo seres humanos, que por sua vez precisam de ajuda, de tratamento. Não precisamos nos nivelar a eles, mas temos que mostrar o caminho certo. Isso pode ser feito se, em primeiro lugar, o sistema educacional passar por uma reforma, seguida por uma reforma um nosso sistema penal. Nossas penitenciárias formam criminosos piores do que entraram.

     O caminho pode estar na implantação de tratamento psicológico nas prisões, além de ocupar os detentos com trabalho. É uma medida em longo prazo, mas possível de ser implantada.

     Portanto, na teoria, a pena de morte pode ter alguma validade, mas não nos esqueçamos de que estamos lidando com seres humanos. Tirar a vida de alguém, mesmo sendo um assassino ou estuprador, é negar-lhes o direito de mudar, de receber tratamento. Cabe ao governo oferecer oportunidades em vez de silenciar vidas.