MORRO DE SÃO PAULO.

Por Jeorge Luiz Cardozo | 29/01/2010 | Poesias

 

                                             MORRO DE SÃO PAULO

 

 

                                                                                          Jeorge Cardozo

 

 

 

 

 

   E o Morro fica iluminado sob o farol, mas tudo é idêntico à natureza, pois a natureza voa muito longe, e as planícies ficam esmaecidas.

 

Sim, a ilha é um paraíso imenso, com um enorme prazer de alegria carregando-lhes nos bronzeados rostos das pessoas que ali visitam e brotando-lhe o sexo que suspiram.

 

 Porque tudo é natureza - ah? Como se sentem sabendo que é tudo é natureza?

 

 Nada seria igual, natureza, nudez, sexo, silêncio, prazer.

 

Porém, tudo é real, nada é abstrato; amor, música, água, sexo, suor, pássaros nas dunas.

 

E ao mesmo tempo é fascinante; é a natureza aberta fraternidade inclinando tudo num unânime prazer.

 

   Prazer das águas em beijar a areia, e o prazer de ambas se sentem mais longe, longe quanto ao sol toma relevo no bronze das musas generalizadas.

 

 E sentia o prazer da noite, em volta daquele paraíso gigante, eflúvio da humana reflexão.

 

  Desejava mergulhar, nadar, transar, por aquela torrente de água, sentir o sexo ardentemente. Em cada ser, em cada vida, entre as árvores, barracas, água e nos largos lençóis.

 

   Mas a natureza é uma propriedade inefável: e nem poderia ser diferente, como nas flores, no pouco mel que às vezes cai.

 

   A natureza não tem dono, nem os prazeres adormecidos; porque a natureza os absorve, ama, lava, limpa, brilha, descansa, distante, poderosa, útil.

 

 

                           

 

                                                        Março

                                                         2009