Momento exato
Por Adriana de Barros Silva | 19/10/2011 | ContosMOMENTO EXATO
Em um lar simplório constando dois cômodos no quarto apertado uma TV e uma prateleira com alguns livros uns novos, outros velhos, infantis e algumas revistas.
A televisão recém comprada moderna faz um discurso pomposo de um jovem pretensioso aos livros especialmente aos mais velhos e ao ancião.
_Como é bom ser novinha e moderna, a família da casa me alisa, me liga assim que acordam sou a preferida, sem mim ninguém vive sou amada idolatrada a preferência nacional, minhas irmãs estão espalhadas por toda parte do mundo, seja na casa de um pobre operário, de um padre ou de um cruel assassino; não importa as divergências religiosas, esportistas e sociais. Todos me amam.
Buuu! Buuu! Gritam todos os livros em coro enquanto em silencio permanece os velhos livros e o ancião um livro de capa vermelha de paginas amareladas.
A TV continua... Seus despeitados como não tem nada a dizer vaiam; você meu velho já esquecido todo amassado seu fim está próximo não é mais novidade.
Cof. Cof. Tosse secamente o ancião da prateleira e nada diz.
Ela continua triunfante:
_A poeira os consome ninguém os procura os mantém para enfeitar o ambiente.
A família chega e liga a TV em um programa qualquer e assim passam os dias, ela sempre o mesmo dialogo e os jovens com as mesmas vaias até que um livro de historia infantil se manifesta.
_A Mimi sempre me abre e nunca me deixa de lado.
_Ah! Ah! Ah! Dispara uma risada grotesca. A menina o pega amassa rabisca como um papel qualquer não lhe dá a mínima e só começar um desenho divertido onde as imagens se movimentam que você é descartado sem remorso.
O silêncio é profundo e o jovem livro suspira tristemente.
Como e o costume aos domingos a família se prepara para assistir a TV, mas a luz elétrica é cortada.
A TV assustada reclama:
_Mas o que aconteceu? Por que a imagem não aparece?
O ancião que sempre se manteve quieto exclama:
_Minha cara você só funciona se houver luz elétrica sem ela você não tem utilidade.
A eloqüente televisão e ouve silêncio.
_Sim sou velho, mas não inútil e ultrapassado, pois, existo sem a tecnologia, contudo a tecnologia não existiria sem mim; a comunicação oral e o inicio de tudo a escrita e o registro de tudo que foi criado e visto pelo homem. Jovem amiga você logo perde a utilidade sem a luz elétrica eu a partir do momento que fui escrito fico a disposição de um sábio leitor.
Ao terminar há uma algazarra de todos os livros e o ancião sente-se alforriado.
A família a luz de velas cada membro escolhe um livro para ler, a menina o seu favorito de historia infantil, a mãe o ancião amassado de tanto ser manuseado.