MISTÉRIOS DA TRINDADE
Por marcelo guimaraes da silva | 13/08/2016 | FilosofiaÀ GLORIA DO G.’.A.’.D.’.U.’.
A.’.R.’.L.’.S.’. ESTRELA DO NORTE – N°04
RUY GUILHERME BARBOZA FERREIRA
MISTÉRIOS DA TRINDADE
CASTANHAL-PA
2016
1. Introdução
A história confirma que desde os tempos mais antigos, o homem sempre se utilizou do emprego dos números em todos os monumentos conhecidos, que se repetiam ao longo das eras a ponto de não poderem mais ser confundidos como coincidências. Um exemplo clássico do uso dos números pelos antigos se faz presente na construção das pirâmides do Egito, nas quais as formas, posições e dimensões obedeciam a regras precisas que revelavam correlação com o astral, ou esotérico, assim como cálculos longitudinais e de massa.
Todos os povos antigos se valiam destes números para aproximar suas religiões e cultos ao material, pois acreditavam que este estava sempre ligado ao espiritual, transformando e atribuindo a cada número um significado oculto. “Enquanto matéria for necessária à forma e à dimensão, enquanto o mundo for uma soma de dimensões, existirá o número, e cada coisa terá seu número do mesmo modo que forma e dimensões” (REAA, Ritual de aprendiz), valendo-se disso, é possível afirmar que alguns destes números ostentam maior importância e significado, sendo considerados sagrados, representando as Leis da natureza.
Quando iniciado, o Maçom vê-se cercado de símbolos de profundos e variados significados, o pavimento mosaico, as pedras bruta e cúbica, os signos zodiacais, estão dentre os muitos que se fazem presentes no templo. No entanto, a repetição de um símbolo, ou melhor, de um numeral, recebe notório destaque, o 3 (três). Este número pode ser observado, na idade do Aprendiz Maçom, nos passos da sua marcha, nas batidas (Portões e malhetes), entre outros, e sua incidência não mora no acaso, afinal, é ensinado no Ritual de Aprendiz, REAA, ser o 3 (três) primordial para o grau, sendo de extraordinária importância o estudo e entendimento do numeral e suas propriedades.
Também pode ser observado a existência do ternário no oriente do templo, representado pelo delta sagrado, conferindo ao “TRÊS” conceito de “Vida” e existência do Divino (IÔD-HÉ-VAU-HÉ). Este conceito resulta do grau de perfeição que o numeral traduz, sendo o primeiro número completo da escala numérica, assim como o triangulo se faz a primeira completa das formas, por serem, ambos, verdadeiros, definidos e perfeitos.
Simplificando, o aprendiz, para elevar-se, deve compreender a trindade, definindo-se em unidade, encontrar a verdade afim de suprimir sua dualidade e, por fim, encontrar-se perfeito na trindade trindade.
2. UNIDADE E DUALIDADE
Jorge Adoum () sintetiza oque deve apreender o Aprendiz Maçom, nas palavras de um poeta, em “sentir fundo”, “pensar alto” e “falar claro”, dominando respectivamente a gramática, a lógica e a retórica. “Durante os três anos deve aprender a sentir a Unidade, a Dualidade, e a Trindade” (ADOUM, Jorge, ).
O autor também leciona sobre a necessidade que tem o aspirante a elevar e chegar no grau de companheiro, de aprender os três primeiros números da escala numérica, e saber relaciona-los com os respectivos significados. Na sétima instrução do ritual do grau de aprendiz é ensinado que para se atingir a perfeição, deve-se condensar “UM” (unidade primitiva) e “DOIS” (unidade antagônica) em “TRÊS” (unidade completa).
- ENTENDENDO A UNIDADE
É-nos mostrado no ritual, na sétima instrução do grau de aprendiz (REAA) que, o principio dos números, o “UM”, só pode existir externamente pelos outros números. Representa o todo, e dele se deu origem aos demais números, fazendo da Unidade o princípio de todas as coisas. “Antes do Princípio existia o ZERO; no Princípio existiu o UM” (ADOUM, Jorge, 2015, p.174). É o número do absoluto, do EU, a personalidade individual do ser humano, da Gênese, do Reino de Deus em nós.
Jorge Adoum (2015, p.175) nos revela que a Unidade não pode ser aprendida, afinal, como acima dito, esta não se manifesta externamente, dependendo da diversidade proporcionada pelos outros números para poder ser sentida através de quatro caminhos. O pensamento concentrado; a devoção; a sabedoria; a ação.
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