MIOCARDITES
Por TANHA SCHMIDT | 19/02/2009 | SaúdeMIOCARDITES
Introdução
Miocardite é uma inflamação do miocárdio com etiologia múltipla: viral, bacteriana, protozoários, drogas, doenças autoimunes. A principal causa é a viral.
MIOCARDITE VIRAL
Etiologia
Os seguintes vírus podem causar miocardite:
- Coxsackie tipo A e B;
- Adenovirus – tipos 2 e 5;
- Citomegalovírus;
- Echovirus;
- Epstein-Barr;
- Hepatite C;
- Herpes vírus;
- HIV;
- Influenza e parainfluenza;
- Sarampo;
- Caxumba – associada à fibroelastose endocárdica;
- Parvovírus B19;
- Poliovírus;
- Varicela;
- Rubéola.
Os vírus mais comuns como etiologia da miocardite viral são os Coxsackievirus B, tipos 3 e 4 e Adenovírus, tipos 2 e 5.
Epidemiologia
Freqüência
Doença rara, com incidência variando de 1 a 4 %, dependendo da etiologia. Está relacionada às condições socioeconômicas da população, incluindo condições de higiene, aglomeração, vacinação e disponibilidade de serviço médico.
Raça
Não há predileção por raça.
Sexo
Não há predileção por sexo.
Idade
RN, lactentes e imunocomprometidos têm maior suscetibilidade à miocardite.
Morbidade/mortalidade
A taxa de mortalidade é mais alta entre RN do que em crianças maiores, quando a etiologia é o coxasckievirus.
A recuperação completa ocorre em 50% dos pacientes; outros desenvolverão miocardite crônica e/ou cardiomiopatia dilatada.
Fisiopatologia
A lesão do músculo e a inflamação intersticial resultam em diminuição da função miocardica com dilatação cardíaca e aumento da pressão final diastólica. Com a progressão da lesão aumentam o volume diastólico do ventrículo esquerdo, átrio esquerdo, veias pulmonares e pressão da artéria pulmonar, resultando em edema de pulmão e insuficiência cardíaca congestiva. Sem tratamento este quadro pode levar ao óbito.
Quadro clínico
Antecedentes
- Sintomas gastrintestinais;
- Anorexia;
- Sinais e sintomas de resfriado;
- Taquipnéia.
Sintomas iniciais
- Irritabilidade;
- Episódios intermitentes de palidez;
- Febre – ou hipotermia;
- Taquipnéia;
- Anorexia.
Crianças maiores além desses sintomas referem falta de energia e mal estar.
A apresentação da miocardite pode variar desde formas leves, com poucos ou nenhum sintoma até formas graves, com insuficiência cardíaca e morte.
Insuficiência cardíaca – forma mais comum. Necessita tratamento de suporte imediato e, mesmo assim, pode descompensar rapidamente resultando em óbito.
Dor torácica – rara em crianças pequenas, mas pode ser o quadro inicial em crianças maiores e adolescentes. Causada por isquemia miocardica ou pericardite.
Arritmia – pode ser de qualquer tipo, sendo a taquicardia sinusal típica, com uma freqüência desproporcional ao grau baixo de febre. Outros tipos são distúrbios de condução atrioventricular e taquicardia juncional, esta de difícil controle.
Cardiomiopatia dilatada.
Quadro de acordo com a idade
Neonatos
- Irritabilidade;
- Esforço respiratório;
- Sonolência, hipotonia e convulsões – se há comprometimento do sistema nervoso central;
- Hipertermia ou hipotermia;
- Oligúria;
- Elevação de enzimas hepáticas, uréia e creatinina – por dano viral direto e/ou baixo débito cardíaco.
Lactentes
- Parada de desenvolvimento;
- Anorexia;
- Taquipnéia;
- Taquicardia;
- Sibilos;
- Sudorese durante a ingestão de alimento;
- Falência múltipla de órgãos – por lesão viral direta ou baixo débito cardíaco;
- Comprometimento de sistema nervoso central.
Adolescentes
Quadro semelhante a crianças, mas com presença mais destacada de:
- Diminuição de tolerância aos exercícios;
- Mal estar;
- Perda de energia;
- Dor torácica;
- Febre baixa;
- Arritmia;
- Tosse.
Baixo débito cardíaco e falência de órgãos podem ocorrer.
Exame físico
- Débito cardíaco diminuído – taquicardia, pulso fraco, extremidades frias, enchimento capilar lento, palidez e pele mosqueada;
- Ausculta cardíaca – bulhas abafadas, principalmente em presença de pericardite. Podem ser ouvidos S3 e murmúrio causado pela regurgitação de válvula atrioventricular;
- Hepatomegalia – em crianças pequenas;
- Roncos – em crianças maiores;
- Ingurgitação jugular;
- Edema de membros inferiores.
Laboratório
-Hemograma – anemia, linfocitose e neutropenia.
- Hemocultura – importante para eliminar etiologia bacteriana.
- VHS e proteína C reativa – marcadores não específicos, geralmente estão aumentados. Valores normais não descartam o diagnóstico de miocardite, principalmente em presença de insuficiência cardíaca congestiva, que diminui a VHS.
- Culturas de vírus – swab nasofaríngeo e retal podem identificar a etiologia.
- Títulos virais – aumento de 4 vezes de IgM específico para determinado vírus, na fase de convalescença em relação à fase aguda evidencia a infecção.
- Hibridização em situ – identifica o RNA viral no músculo cardíaco; apresenta alta incidência de falso negativo.
- Reação da polimerase em cadeia – PCR – identifica o genoma viral em células do miocárdio. É um teste rápido e sensível.
- Creatininakinase – MB – é um marcador de lesão miocardica e está elevado mais frequentemente quando a elevação do segmento ST está presente.
- Desidrogenase lática - está elevada em miocardite idiopática.
- Troponina I – indica lesão miocardica, mas não é específico de miocardite.
Imagem
RX de tórax
- Edema de pulmão;
- Cardiomegalia - que pode ser a apresentação inicial da doença.
Ecocardiograma - é o melhor exame para avaliação da função miocardica.
- Hipocinese global;
- Aumento do ventrículo esquerdo na sístole e fim da diástole;
- Disfunção do ventrículo esquerdo – diminuição da fração de ejeção sistólica;
- Alterações de movimento de parede segmentares;
- Derrame pericárdico.
Cintilografia do miocárdio
- Citrato de Gálio 67 – mostra processo inflamatório crônico; é um teste sensível, mas de baixa especificidade e valor preditivo;
- Anticorpo antimiosina marcado com Índio 111 – mostra necrose miocardica. Apresenta alta incidência de falso positivo, mas quando negativo afasta a necessidade de biópsia;
- Tomografia por emissão de fóton único com metoxiisobutil isonitrila marcada com tecnécio 99m – avalia a severidade da isquemia miocardica com resultados comparáveis ao dos marcadores enzimáticos de dano celular;
- Ressonância magnética com Gadolínio – localiza áreas com fibrose e indica o local de biópsia.
Eletrocardiograma – as alterações do ECG podem, em alguns pacientes com comprometimento cardíaco leve, serem os únicos achados sugestivos de miocardite.
- QRS de baixa voltagem – quadro clássico;
- Quadro de pseudo infarto com onda Q patológica;
- Onda T achatada ou invertida – associada à onda Q pequena ou ausente em V5 e V6;
- Hipertrofia ventricular esquerda;
- Prolongamento do segmento PR e do intervalo QT;
- Taquicardia sinusal – achado mais comum;
- Contrações ventriculares prematuras;
- Taquicardia juncional – pode piorar a insuficiência cardíaca congestiva;
- Bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus – pode estar presente, necessitando de marca passo;
- Taquicardia ventricular – pode ser a apresentação inicial.
Biópsia miocardica
É o método padrão para diagnóstico de miocardite e classificação do estágio da doença. Há controvérsia sobre sua realização pela alta incidência de falso negativo e porque, mesmo com a biópsia positiva não há terapia específica. Pode apresentar riscos para o paciente instável, na fase aguda.
O achado típico de miocardite aguda é o infiltrado intersticial, difuso ou focal, de células mononucleares, linfócitos, células plasmáticas e eosinófilos, mais acentuado quando a doença é causada por enterovírus.
Na fase de cura ou na miocardite crônica, os miócitos são substituídos por fibroblastos.
Tratamento
Cuidados gerais
- Repouso – na fase aguda;
- Dieta com baixo teor de sal – em caso de insuficiência cardíaca;
- Oxigênio – se for necessário para manter nível arterial normal.
Se houver sinais de esforço respiratório e insuficiência cardíaca congestiva, mesmo leves, o paciente deverá ser internado.
Insuficiência cardíaca congestiva
- Digoxina – para manter função cardíaca adequada. Dose de 0,35µg /kg, 2x/dia, EV, em 24 horas; para manutenção usa-se digoxina oral, na dose de 7 a 10 µg/kg/dia, dividida em 2 doses. Deve-se ter cuidado com o seu uso devido à hipersensibilidade do miocárdio presente durante a miocardite. Evitar a digitalização rápida, manter o nível de K e de creatinina, para evitar a intoxicação digitálica.
- Diuréticos – para diminuir a pré-carga e eliminar o excesso de volume; deve-se ter cuidado com a eliminação de fluidos para que não haja queda do débito cardíaco e choque; utiliza-se furosemida.
- Inotrópicos – para manter o débito cardíaco em caso de falha com as medidas anteriores; os mais usados são: dopamina, dobutamina, inamrinona (denominada anteriormente como amrinona) e milrinona;
- Redução da pós-carga – é a conduta mais importante na miocardite, desde que não haja hipotensão, porque diminui a sobrecarga do miocárdio comprometido permitindo melhor recuperação. São usados, EV, nitroprussiato, inamrinona e milrinona e, quando o paciente estiver estável, substitui-se por inibidores da enzima conversora de angiotensina, por via oral;
- Antiarrítmicos – xilocaína para arritmias ventriculares sem hipotensão; caso contrário o tratamento é feito com cardioversão.As arritmias supraventriculares são tratadas com adenosina.
O uso de marca-passo é raro, porque a freqüência de bloqueio A-V é baixa.
Importante é que todo paciente com arritmias, mesmo quando estáveis, devem ser tratados em UTI, pelo risco de descompensação de surgimento rápido.
Imunossupressores
Há controvérsia sobre o seu uso. Estudo que utilizou 3 grupos de pacientes com as seguintes condutas: prednisona/azatioprina, prednisona/ciclosporina e tratamento convencional não mostrou diferença na evolução. Outro trabalho mostrou melhora quando estes agentes são usados.
Gamaglobulina EV na fase aguda associa-se com melhora na função ventricular e maior taxa de sobrevivência.
ECMO
Em casos fulminantes, para a recuperação ventricular e, em certos casos, para aguardar o transplante cardíaco.
Novas terapias como agentes anti-virais estão em estudo.
MIOCARDITE NÃO VIRAL
A miocardite é causada principalmente por vírus, sendo o mais comum o Coxsackie B; mas várias outras etiologias podem ser encontradas, como: infecções bacterianas, parasitárias, fúngicas. Também pode ser manifestação de hipersensibilidade ou causada por reações ao uso de determinadas drogas.
Fisiopatologia
É a mesma descrita para a miocardite viral.
Epidemiologia
Não é comum em crianças. Pode ter uma incidência maior, porque é uma doença subdiagnosticada.
Em alguns pacientes o diagnóstico é feito através de biópsia endomiocardica indicada para a pesquisa de arritmias ou disfunção ventricular inexplicadas.
Morbidade / Mortalidade
Taxa de mortalidade alta, 20 a 30%, na fase aguda,
Entre os sobreviventes, também é alta a ocorrência de cardiomiopatia dilatada que necessita de medicação crônica ou transplante.
Etiologia
vRickettsia – Rickettsia ricketsii, Rickettsia tsutsugamushi.
vInfecções bacterianas
- Klebsiella species;
-Leptospira species;
- Salmonella species;
- Brucella species;
- Legionella pneumophila;
- Meningococus;
- Clostridium;
- Streptococcus;
- Pneumococcus;
- Staphylococcus;
- M. tuberculosis;
- Sífilis;
- Tétano.
vInfecções por protozoários
-Doença de Chagas;
-Toxoplasmose;
-Amebíase.
vInfecções por parasitas
- Larva migrans visceral – Toxocara canis;
- Esquistossomíase;
- Cisticercose.
vInfecções fúngicas
- Actinomicose;
- Coccidioidomicose;
- Histoplasmose;
- Candidíase.
vEtiologia tóxica
- Veneno de escorpião.
vDrogas
- Ciclosfofamida;
- Fenilbutazona;
- Acetazolamida;
- Anfotericina B;
- Indometacina;
- Tetraciclina;
- Isoniazida;
- Metildopa;
- Fenitoína;
- Penicilina;
- Sulfonamida.
vHipersensibilidade/Doenças autoimunes
- Artrite reumatóide;
- Febre reumática;
- Colite ulcerativa;
- Lupus eritematoso sistêmico;
- Doença de Kawasaki;
- Dermatomiosite.
vOutras
- Sarcoidose;
- Escleroderma;
- Miocardite de células gigantes;
- Miocardite peripartum;
- Miocardite idiopática.
Quadro clínico
O quadro inicial varia em função do agente etiológico, idade e imunocompetência, sendo mais grave, independente da origem, em recém-nascidos. Muitos pacientes são assintomáticos, enquanto outros apresentam um quadro fulminante, rapidamente progressivo e fatal.
Em RN os sintomas são:
- Letargia;
- Sucção débil;
- Cianose;
- Esforço respiratório;
- Taquipnéia;
- Taquicardia;
- Vômitos.
Em lactentes e crianças maiores:
- Febre baixa;
- Irritabilidade;
- Sintomas respiratórios leves;
- Dor abdominal.
Exame físico
Além do quadro acima, com a progressão da doença, notamos:
- Diminuição do débito cardíaco;
- Palidez;
- Extremidades frias;
- Pulso filiforme;
- Taquicardia que pode evoluir para ritmo de galope.
Em presença de insuficiência cardíaca:
- Sopro de regurgitação mitral;
- Sopro holossistólico – melhor ouvido na ponta;
- Roncos e estertores pulmonares;
O quadro pode evoluir para parada cardíaca.
Causas mais comuns de miocardite não viral
- Doença de Chagas
Infecção aguda causada pelo Trypanossoma cruzi que pode resultar em insuficiência cardíaca crônica e morte.
A biópsia endomiocardica mostra o agente causador e infiltrado de neutrófilos, linfócitos, macrófagos e eosinófilos.
- Miocardite de células gigantes
É o tipo de miocardite causada por sífilis, artrite reumatóide, febre reumática, infecções fúngicas, parasitárias e uso de drogas, como a fenilbutazona.
Estão presentes células gigantes, provavelmente de origem histiocitária, com ou sem granulomas.
- Lupus eritematoso gigante
A principal lesão cardíaca encontrada no lupus é a pericardite, mas a miocardite pode ocorrer. São encontradas lesões fibrinóides no tecido conjuntivo acompanhadas de reação inflamatória que também podem acometer as válvulas, principalmente mitral e aórtica, causando endocardite.
O tratamento é feito com corticóides.
- Doença de Kawasaki
Doença de provável origem autoimune, apresenta miocardite na fase aguda, independente de comprometimento coronário; geralmente evolui para a cura. Em alguns casos a miocardite pode ser difusa e grave, levando à insuficiência cardíaca e óbito.
- Dermatomiosite
Doença, provavelmente de origem autoimune, caracterizada por inflamação de músculos estriados e pele.
Acometimento cardíaco tem sido relatado como perda das estriações, fragmentação e vascularização das fibras musculares e edema intersticial.
Clinicamente apresenta taquicardia alterações de condução; insuficiência cardíaca é rara.
A terapia é feita com prednisona.
Em crianças o prognóstico é bom, com recuperação completa e retirada do corticóide em 1 a 2 anos.
Exames
- Ecocardiografia – fundamental para o diagnóstico. Mostra função ventricular diminuída com dilatação de uma ou várias câmaras cardíacas. É útil para eliminar outras patologias, como pericardite e cardiopatias congênitas.
- Eletrocardiograma – mostra taquicardia sinusal, desproporcional ao grau de febre e arritmias, incluindo mudanças no segmento ST-T.
- Biópsia miocárdica – os achados histológicos variam de acordo com a etiologia.
Como citado em relação à miocardite viral, neste caso também há controvérsia na realização deste exame. A miocardite pode ser focal e o material colhido não corresponder à área atingida, portanto, o resultado negativo não exclui o diagnóstico de miocardite. Em pacientes instáveis, na fase aguda, a realização da biópsia pode trazer riscos. E, finalmente, o resultado da biópsia pode não ser significativo para a conduta terapêutica.
Tratamento
Suporte – dirigido para a insuficiência cardíaca:
- Repouso – no leito, na fase aguda;
- Dieta – sem sal, com adequada ingestão de calorias;
- Restrição de fluidos e diuréticos – para redução da pré-carga;
- Digoxina e inotrópicos – para aumentar a contratilidade;
- Vasodilatadores – para redução da pós-carga;
- Anti-arrítmicos;
- Ventilação mecânica;
- Anticoagulantes;
- Correção dos distúrbios metabólicos.
Específico
Dirigido para os agentes identificados como causadores da miocardite.
Terapia imunossupressiva – usada em caso de doenças autoimunes.
Cirurgia – em caso de insuficiência cardíaca crônica que não responde à terapia convencional. Inclui a redução de volume do ventrículo esquerdo (cirurgia de Battista) e o transplante cardíaco.
Referências:
1)Rodriguez – Cruz E. Myocarditis Viral. eMedicine >Pediatrics: Cardiac Disease and Critical Care Medicine> Cardiology. http://www.emedicine.com. Acesso em 06/06/2008.
2)Berger S. Myocarditis, Nonviral. eMedicine> Pediatrics: Cardiac Disease and Critical Care Medicine> Cardiology. http:// www.emedicine.com. Acesso em 06/06/2008.
3)Bernstein D. Doenças do Miocárdio e do Pericárdio. In: Behrman ER, Kliegman MR, Jenson BH, editores; tradução de Varga SRV, Gomes N, Lins SE et al. Nelson, Tratado de Pediatria. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.1677-1678.
4)Carvalho CA, Silva CMC, Moisés AV. Infecções Cardíacas: Pericardites, Miocardites, Endocardite infecciosa. Farhat KC, Carvalho RFHL, Succi MCR, editores. Infectologia Pediátrica. São Paulo: Atheneu; 2007. p.127-142.
RESUMIDO POR TANHA ALMEIDA SCHMIDT – E-MAIL: tanha.almeida@terra.com.br