Minha visão de Governança de TI - Parte 1
Por Marcelo Rodrigues Silva | 19/10/2016 | TecnologiaDesde os tempos da expansão marítima, e das grandes navegações, o homem se via desafia a estabelecer objetivos e planos, metas e rotinas, para garantir a continuidade de sua existência. Isso nos traz aos dias atuais, onde a competitividade e evolução tecnologia nos desafiam todos os dias, a dar o melhor a cada instante, somos obrigados a organizar nossas ações, para obter o melhor desempenho possível.
Como área de TI, devemos então modificar a mentalidade de apenas pensar na solução do problema, sem entender o porque, e dirigir nossa atenção ao que realmente importa : a empresa, a instituição, a área cliente.... Aquele que está na frente da batalha, lutando para garantir a continuidade, e que necessita de todo o apoio da retaguarda para vencer.
Não adianta mais a figura do analista de sistemas muito distante, aguardando apenas o pedido para iniciar a crítica e negativa, afinal, o conhecimento estava garantido nos anos de prática e acompanhamento das rotinas existentes, e não na visão da demanda, ou no que o mercado havia se transformado.
Passamos pela época, também, da chamada “baixa plataforma”, onde muitos analistas, entrando no conceito da agilidade da entrega, e de acordo com a facilidade das ferramentas, desenvolviam junto aos usuários, garantindo o entendimento e a entrega fácil e rápida. Isso gerou uma falsa expectativa, pois desde então, este tipo de cliente quer tudo isso, com qualidade, e com as melhores soluções (Portabilidade, crescimento, etc). Não é dada ao profissional de TI a chance de erro, quando tratamos da necessidade da empresa.
Isso se reflete diretamente na pressão exercida sobre os mesmos, para cumprimento de datas e resultados, visando atender a demandas que nem sempre são claras ou possuem escopo f fechado, mas necessárias e com prioridade já definida.
Nestes anos de experiência, uma das coisas que aprendi foi sobre governança... como alinhar as expectativas de negócio com as expectativas de TI. Como explicar e embarquar um analista novo, recém-saído da escola / faculdade / curso técnico, e obter dele um engajamento no que os outros chamam de burocracia ?
Temos ainda hoje, três tipos de profissionais, de acordo com a governança: Aqueles do contra, que não entendem e não querem saber de métodos e processos (Muitos se encaixam aqui, se escondendo atrás de visões toscas e errôneas de impacto em produtividade).
Como deverão ser realizados os investimentos em TI? Quais os projetos que deverão ser priorizados? Quais os métodos de priorização? Todos os processos são claros para os clientes, ou não? Se você já enfrentou algumas destas dúvidas, certamente você já passou pela ausência de governança clara e eficiente. Afinal, a forma de executar e realizar de TI deve sempre ser otimizada, processual e translúcida para todos que dela utilizam, desde os analistas de TI até o mais alto usuário (posto).
Desde que iniciei na área de TI, sempre ouvi o jargão de que o usuário não sabe o que quer, e que nós de TI somos os críticos e grandes conhecedores do processo, da gestão e do desenho de soluções. Só o tempo e a experiência em diversas companhias, com diversos líderes e chefes, me fizeram mudar essa visão. Temos, em ambos os lados, pessoas com visão crítica e estratégica, capacidade de gestão e liderança, e muitos, muitos, sem nenhuma noção ou bom senso, se achando sempre algo mais que todos.
Porém, em todos os casos, foram poucos aquelas que avaliaram missões e visões, se preocuparam em alinhar a estratégia de TI à de negócio, ou principalmente estava engajado às necessidades de seus clientes, internos e externos.
Faça uma análise crítica bem séria da postura que seus analistas de sistemas adotam, bem como das atividades que sua área de TI adota atualmente, e veja se suas ações (Sim, faça sua autocrítica), são baseadas apenas naquilo que você acha que é melhor, ou apenas nas suas decisões.
Já encontrei, nas minhas andanças (Que não foram poucas), várias redefinições do Cobit ® e do ITIL ® , disfarçados para atender os devaneios de determinado gestor, ou apenas para não aumentar o volume de trabalho da área, sempre seguindo uma falsa ideologia de que a empresa sairia ganhando.
Não, não deve e não pode ser assim !
As pessoas que trabalharem com governança tem de ter independência das gestões operacionais, visto todo o trabalho estratégico, e controles necessários para garantir o investimento realizado em TI. Somos uma área cara, cujo valor agregado às soluções entregues tem uma importância significante para o nosso cliente.