MINHA ALDEIA...
Por Francisco Antônio Saraiva de Farias | 07/04/2013 | PoesiasMINHA ALDEIA...
Mais linda que tu não há! Desafio!
Meu coração bate por ti, seguindo o compasso da tua ousadia.
“Fulge um astro na nossa Bandeira, que foi tinto no sangue de heróis”!
Por muitos anos tivestes rios como estradas,
A tua fonte primeira, a tua banheira-mãe emprestou-te o nome!
Seringueiras, castanheiras e samaúmas sem cumeeiras, foram a tua comissão de frente, teus cartões postais, até a chegada dos homens das máquinas mortíferas, que vos arrancaram do solo mãe, derramando a tua seiva, afugentando a vida abrigada em tuas copas!
Depois de agredirem a floresta que te serve de berço, descobriram que gado também gosta de sombra! E tentam consorciar!... Mas a seiva da tua mata nativa que se escondeu no coração da terra, está com medo!... E as sementes, entristecidas, demoram a brotar!...
Mas tu és terra de brava gente! Acreana! Brasileira! Hospitaleira!
Teu rio arroja na época de cheia, tentando se livrar do lixo e da poluição de esgotos in natura ingratamente nele despejados. Insiste, resiste, teima em não desaparecer!
À beira do barranco tem um banco rústico, aguardando as costumeiras visitas d’um homem sexagenário que, vestido de silêncio, fica horas e horas observando as águas do rio passar, banhando lembranças...
O barulho das crianças brincando na margem do rio, sorrindo novos sonhos... Não interrompe àquele vagar... Onde nada é velho... E até a morte, que tanto atormenta os corações, sente-se intimidada pela teimosia e delicadeza da vida.
Teu povo é altaneiro!
E um dos teus filhos, ativista universal, posto ser portador de espírito nômade, decidiu sai por aí fazendo propaganda de ti, nos rumos das ventas, a favor do vento, entrelaçando sonhos e emocionando platéias, sem jamais esquecer os caminhos da sua Aldeia.
Gosto de gente assim. Ta longe, mas ta perto! Nunca se apequena, se agiganta, cantando o amor pela sua terra, pela sua gente!
Eu, que também não aprecio posição estática, conformista!... Respondo assim quando alguém me pergunta d’onde sou: sou brasileiro, da terra de Chico Mendes!