Migração internacional e alimentação de refugiados

Por Bruna Fernandes | 25/11/2020 | Saúde

Crises e conflitos recentes em países africanos, Oriente Médio e Américas levaram à migração populacional forçada e reacenderam a preocupação com a segurança alimentar.

Este artigo tem como objetivo mapear na literatura científica as implicações da migração forçada na alimentação e nutrição de refugiados.

Em análise dos principais desafios enfrentados diante da migração forçada e as consequências na dieta dos envolvidos.

Da análise dos artigos resultantes, emergiram as seguintes categorias: Desigualdade Alimentar; Adaptação cultural e nutrição;

Doenças emergentes e estratégias para a promoção da saúde nutricional.

A insegurança alimentar é uma consequência marcante da migração internacional forçada e constitui um problema emergente de saúde pública global, uma vez que, concomitantemente com o aumento dos deslocamentos populacionais, também amplia a gama de doenças crônicas e nutricionais.

A alimentação é uma necessidade básica do ser humano e está incluída no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 19481.

A alimentação já era uma preocupação em 1798, com os postulados de Thomas Malthus quanto à suplantação do crescimento populacional em relação à capacidade de produção.

Porém, o rápido crescimento da produtividade agrícola global tem superado as expectativas e a produção é capaz de alimentar toda a população mundial. No entanto, fatores ainda contribuem para a vulnerabilidade das populações à fome e à insegurança alimentar.

Artigo de revisão, aponta que o padrão alimentar dos refugiados é variável entre os grupos e que as mudanças no comportamento alimentar pós-assentamento diferem de acordo com a idade e o nível socioeconômico. No entanto, aponta que os refugiados do Sul da Ásia são mais propensos a manter hábitos alimentares, de acordo com suas tradições.

O acesso à alimentação, necessidades em alimentação e nutrição, doenças relacionadas ao estado da alimentação, estratégias de enfrentamento, visando sintetizar as informações.

O presente estudo foi realizado por seis revisores independentes que participaram da seleção, análise e discussão dos artigos selecionados. A análise temática dos artigos selecionados resultou na síntese dos achados.

O conceito de Segurança Alimentar foi construído ao longo dos anos e, na sequência da Declaração da Cimeira Mundial da Alimentação de 2002, foi reafirmado com o tema,

“O respeito por todos os direitos humanos e liberdades fundamentais”.

No entanto, as dificuldades de medir o estado de segurança alimentar levaram ao desenvolvimento do conceito de estado de insegurança alimentar como “uma situação em que as pessoas não têm acesso a quantidades suficientes de alimentos seguros e nutritivos e, portanto, não os consomem. eles precisam crescer normalmente e levar uma vida ativa e saudável.

Bruna Fernandes Carvalho - Mariana Cabral Schveitzer - Márcia Vieira dos Santos.

 

  • 1

Nascimento AL, Andrade SLLS. Segurança alimentar e nutricional: pressupostos para uma nova cidadania. Cienc Cult 2010; 62(4):34-38.

  • 2

Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). World Food Summit: Rome Declaration on World Food Security and World Food Summit Plan Action 1996 Nov 13-17; Roma, Itália.

  • 3

Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Report of the World Food Summit five years after 2002 Jun 10-13; Roma, Itália.

  • 4

Agência da ONU para refugiados (ACNUR). Global trends: forced displacement in 2016 Genebra: UNHCR; 2017.

  • 5

Santos JES, Calsing RA, Silva VL. Refugiados no Brasil: estamos preparados para a proteção humanitária daquelas pessoas? NOMOS: Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC 2017; 37(2):187-214.

  • 6

Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Baldini Soares C, Khalil H, Parker D. Chapter 11: Scoping Reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editores. Joanna Briggs Institute Reviewer's Manual The Joanna Briggs Institute; 2017. 

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  • 7
  • Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol Serv Saúde 2015; 24(2):335-

 

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