MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: Formalização e Continuidade

Por Stephanie Caroline Regina Henrique | 08/03/2017 | Adm

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

ICEG – Instituto de Ciências Econômica Gerais

 

 

 

 

Evandro Messias Alves de Silva

Ludmyla de Fátima Espírito Santo Silva

Stephanie Caroline Regina Henrique

 

 

 

 

 

 

 

 

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL:

Formalização e Continuidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

2015

 

Evandro Messias Alves da Silva

Ludmyla de Fátima Espirito Santo Silva

Stephanie Caroline Regina Henrique

 

 

 

 

 

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL:

Formalização e Continuidade

 

 

 

 

 

 

Trabalho Interdisciplinar solicitado pela Pontíficia Universidade Católica de Minas Gerais, com  o objetivo de preparação para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Orientador : Amilson Carlos Zanetti

Coorientador: Marcelo José Caetano

Área de Atuação: Microempreendedor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

2015

Evandro Messias Alves da Silva

Ludmyla de Fátima Espirito Santo Silva

Stephanie Caroline Regina Henrique

 

 

 

 

 

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL:

Formalização e Continuidade

 

 

 

Trabalho apresentado às disciplinas de Ciências Sociais e as Organizações, Contabilidade Introdutória, Fundamentos de Administração, Introdução a Microeconomia e Metodologia do Trabalho Cientifico, da Graduação em Ciências Contábeis da Pontíficia Universidade Católica de Minas Gerais.

 

 

 
   

 

 

Amilson Carlos Zanetti – Orinetador PUC Minas

 

 
   

 

 

Marcelo José Caetano – Coorientador e Professor de Metodologia PUC Minas

 

 
   

 

 

Maria Beatriz Rocha Cardoso - Professora Microeconomia PUC Minas

 

 

 

 

Belo Horizonte

2015

AGRADECIMENTOS

 

Agradecemos а todos os professores por nós proporcionar о conhecimento.

 

 

RESUMO

Este trabalho deixará clara a importância da formalização para os microempreendedores individuais independente da discrepância de dar continuidade na empresa. O foco se dará à Formalização e Continuidade para os MEI’s, e será detalhado o método do que é preciso para se tornar um Microempreendedor Individual formalizado, e como os gestores devem agir dentro de situações que causam empecilho na continuidade do seguimento da empresa.

Por conseguinte, a formalização abre muitas portas para os microempreendedores e, com as muitas vantagens que se conquistam, a maior parte dos MEI’s conseguem da continuidade e se manter no mercado.

 

Palavras-Chaves: microempreendedor individual, continuidade, formalização, empreendedor.

 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT

This academic work clarify the importance of the formalization to the individual microentrepreneurs, independent of the discrepancy on the continuation in the company. The focus will be give formalization and continue to the Mei’s, and will be described the method they use for to become a formalization individual microentrepreneurs, and must behave as managers situations within cause hindrance in the continuation follow-up of the company.Before, the formalization opens doors of the microentrepreneurs and, with the advantages that gain, the most manage Mei’s keep give the continuation on the market. Keys-words: individual microentrepreneurs, continuation, formalization, entrepreneurs.  

 

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. 7

1.FORMALIZAÇÃO.. 9

1.1 Teoria da Burocracia de Max Weber 9

1.2 Processo de Formalização. 11

1.3 Impactos da Formalização. 12

1.4 Tributário. 13

1.5 Programas de melhoramento para os MEI 14

  1. CONTINUIDADE.. 15

2.1 Programas de auxílio governamental 15

2.2 Plano de Continuidade de Negócio. 16

2.3 Dificuldades na Concessão. 17

2.3.1 Recurso Produtivo. 17

2.3.2 Problemas Econômicos. 19

2.4  O Gestor 19

2.4.1 A Profissão de Administrador 21

Conclusão. 25

Referências. 27

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

O Trabalho Interdisciplinar sobre Microempreendedores Individuais teve como objetivo descrever como os MEI fazem para se formalizar e dar continuidade no mercado. Este trabalho foi realizado com o intuito de demonstrar de forma ampla, clara e objetiva os assuntos relacionados a formalização e continuidade desses empreendedores. Explorando os processos e os impactos da formalização para os MEI’s, e como conseguem dar a continuidade na empresa depois de tal formalização.

Abordando as dificuldades na concessão da continuidade depois da formalização e, assim proporcionar uma visão esclarecedora de como conseguir tal feito. Expondo como deve ser o posicionamento de gestores dentro de uma organização, para que a empresa se desenvolva.

 

 

1.FORMALIZAÇÃO

Para se tornar um microempreendedor individual é satisfatoriamente fácil pois, é bem acessível os sites que servem para fazer o cadastro e, ainda tem empresas que auxiliam o novo microempreendedor a dar uma guinada no novo ramo.

Há várias vantagens que o microempreendedor individual obterá com a formalização, independentemente do modelo de registro que irá adotar. Com a formalização, o MEI poderá vender ou prestar serviços, poderá acessar linhas de crédito com juros mais atraentes, além de evitar riscos e multas. Existem muitas outras possibilidades que poderão surgir a partir do momento em que sua empresa estiver devidamente registrada. Com isso, ela terá mais possibilidades de crescimento, de maneira planejada, contínua e segura.

 

1.1 Teoria da Burocracia de Max Weber

Segundo a Teoria da Burocracia de Max Weber, que foi um dos maiores pensadores sociais, a burocracia se entendia como um aparato técnico – administrativo, formado por profissionais especializados, selecionados segundo critérios racionais que se encarregavam de diversas tarefas importantes dentro do sistema. Assim, Weber construiu um tipo ideal, no qual as organizações são caracterizadas (padronizadas) por cargos formalmente bem definidos, com ordem hierárquica e responsabilidades determinadas. Para Weber essa seria uma organização eficiente por excelência, porém, para conseguir a eficiência precisa detalhar minuciosamente como deverão ser feitas e não devem ser esquecidas, pois com a sua negligencia poderá haver diversas disfunções no processo. Então burocracia é uma forma de organização que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, afim de garantir a máxima eficiência possível.

De acordo com o conceito popular, burocracia é visualizada como uma empresa, onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e eficientes, é levado também com um sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização, por isso muitos dão o nome de burocracia para as difusões que surgem no decorrer do processo.

Porém para Max Weber a burocracia é exatamente o contrário, é a organização eficiente por excelência e para conseguir esta eficiência, é necessário detalhar antecipadamente os detalhes dos afazeres.

Este modelo explica nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas:

  • Formalização: existem regras definidas e protegidas da alteração arbitrária ao serem formalizadas por escrito.

 

  • Divisão do trabalho: cada elemento do grupo tem uma função específica, de forma a evitar conflitos na atribuição de competências.

 

  • Hierarquia: o sistema está organizado em pirâmide, sendo as funções subalternas controladas pelas funções de chefia, de forma a permitir a coesão do funcionamento do sistema.

 

  • Impessoalidade: as pessoas, enquanto elementos da organização, limitam-se a cumprir as suas tarefas, podendo sempre serem substituídas por outras - o sistema, como está formalizado, funcionará tanto com uma pessoa como com outra.

 

  • Competência técnica e Meritocracia: a escolha dos funcionários e cargos depende exclusivamente do seu mérito e capacidades - havendo necessidade da existência de formas de avaliação objetivas.

 

  • Separação entre propriedade e administração: os burocratas limitam-se a administrar os meios de produção - não os possuem.

 

  • Profissionalização dos funcionários.

 

  • Completa previsibilidade do funcionamento: todos os funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível. (WEBER, 1979)

 

Disfunções da Burocracia:

 

  • Internalização das regras: Elas passam a de "meios para os fins", ou seja, às regras são dadas mais importância do que às metas.

 

  • Excesso de Formalismo e papelório: Torna os processos mais lentos.

 

  • Resistências às Mudanças.

 

  • Despersonalização: Os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam.

 

  • Categorização como base no processo decisórial: O que tem um cargo maior, toma decisões, independentemente do que conhece sobre o assunto.

 

  • conformidade as Rotinas: Traz muita dificuldade de inovação e crescimento.

 

  • Exibição de poderes de autoridade e pouca comunicação dentro da empresa.

 

  • Dificuldade com os clientes: o funcionário está voltado para o interior da organização, torna difícil realizar as necessidades dos clientes tendo que seguir as normas internas.

 

  • A Burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana. (WEBER, 1979)

 

O modelo burocrático de Weber entra um tanto em discrepância com conceito popular de burocracia, dado que, são várias informações e detalhes que são explicitas no decorrer do processo de ambas, porém no conceito popular pode se perceber lentidão, papelório excessivo, empecilhos, soluções demoradas e ineficiente. Já o modelo burocrático demonstra um sistema administrativo baseado na organização em serviços e na divisão de tarefas, que privilegia as funções hierárquicas.

 

 

1.2 Processo de Formalização

Á proporção que obtivemos uma evolução tecnológica as tarefas administrativas tiveram que se aperfeiçoar para acompanhá-la. Dessa forma, os sistemas cresceram exageradamente e, as grandes empresas passaram a produzir mais e sufocar as pequenas. Além disso, nas grandes empresas há uma necessidade crescente de cada vez mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do seu funcionamento, conforme a teoria de Weber.

O processo para a abertura de uma empresa ainda segue repleto de burocracia e exige muitos cuidados, pois para se iniciar um negócio o empreendedor é obrigado a fornecer uma relação de informações repetidas, em formulários disponibilizados nos sites de diferentes órgãos. Mas para os microempreendedores individuais essa burocracia é bem menor e vem diminuindo cada vez mais, mostrando que a Teoria da Burocracia de Weber, que é bastante agregada de informações e detalhes, não se encaixa na realidade dos microempreendedores individuais, pois para a formalização do MEI são necessários apenas alguns documentos obrigatórios  como o CNPJ, a inscrição na Junta Comercial, no INSS e o Alvará Provisório de Funcionamento que são obtidos imediatamente, gerando um documento único, que é o Certificado da Condição de Microempreendedor Individual - CCMEI.

Os registros necessários para os microempreendedores individuais são:

  • Junta Comercial – o nascimento: Como qualquer pessoa, uma pessoa jurídica também precisa nascer e ter uma certidão – isso será o registro da sua empresa na Junta Comercial. Para essa etapa, além de alguns documentos dos sócios da empresa, você precisa também do contrato social.
  • Receita Federal – CNPJ: O lugar onde a empresa consegue o aclamado CNPJ, com o qual a empresa define, perante ao governo federal, quais são suas atividades – ou seja, qual sua base para cálculo de impostos e fiscalização.
  • Secretaria Estadual da Fazenda – Inscrição Estadual:
  • Prefeitura – alvará e ISSQN: No âmbito municipal é onde você consegue seu alvará de funcionamento (em alguns casos não é necessário), o que te dá à luz verde para começar a funcionar. É legal lembrar também que é para a prefeitura que todo mês você paga ISSQN, aquele imposto que custa até 5% do valor das suas notas fiscais de serviço.

 

1.3 Impactos da Formalização

Nos últimos anos o Brasil vem atingindo uma marca de mais de 3,3 milhões de microempreendedores individuais formalizados. Segundo a pesquisa que o Sebrae realizou com os MEI,

Constatou que o nível de satisfação do microempreendedor individual com a formalização atingiu 93,9% dos pesquisados. Quanto aos principais motivos para a formalização, 78,5% indicaram aqueles aos benefícios que esta medida gera à empresa.

Ao analisar os principais impactos da formalização, a pesquisa constatou que para a maioria dos microempreendedores individuais (68,3%) essa decisão refletiu de forma positiva na ampliação das vendas.

Quando questionados se acreditam que ter um CNPJ permitiu melhores condições para comprar de seus fornecedores, 77,9% dos MEI afirmaram positivamente.

Outra constatação importante da pesquisa diz respeito às oportunidades de acesso a mercados que ainda podem ser aproveitadas pelos microempreendedores individuais. Apenas 21,7% dos pesquisados afirmaram que vendem com frequência para outras empresas e 28,3% vendem às vezes para outras empresas.

Dentre os diversos benefícios gerados pela formalização também está a possibilidade de vender para governos e prefeituras. No entanto, a pesquisa do Sebrae constatou que, embora os microempreendedores individuais sejam contemplados pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que dá preferência aos pequenos negócios em licitações, este tem sido um benefício pouco utilizado pelos MEI.

Entre os entrevistados, 88,5% afirmaram que nunca venderam produtos ou serviços para prefeituras ou governos. Este deve ser um ponto observado pelos microempreendedores individuais interessados em atingir novos mercados.

(UNIDADE DE ACESSO A MERCADOS E SERVIÇOS FINANCEIROS, 2013)

 

Ou seja, o impacto da formalização dos MEI na economia do país é bastante benévolo, uma vez que, a legalização desses trabalhadores surtirá como fator positivo e aumentará a arrecadação do país e fará girar a economia ainda mais.

 

1.4 Tributário

E como foi dito, o microempreendedor tem uma grande vantagem relação às empresas de maior porte, porque a burocracia é bem menor, já que existe esses procedimentos são bastante simplificados. Primeiramente, existe o Simples Nacional, regime que garante tratamento tributário diferenciado à microempresa individual. Após a formalização, serão cobrados do MEI apenas valores simbólicos para o Município (R$ 5,00 de Imposto sobre serviço de qualquer natura, ISS) e para o Estado (R$ 1,00 de Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação, ICMS). Já o INSS será reduzido a 5% do salário mínimo (R$ 36,20). Com isso, o MEI terá direito aos benefícios previdenciários. O vencimento dos impostos é até o dia 20 de cada mês.

 

1.5 Programas de melhoramento para os MEI

Também para facilitar os processos administrativos das microempresas, as obrigações previdenciárias e trabalhistas são simplificadas. Entre as vantagens da microempresa estão a dispensa da necessidade de comunicar férias coletivas ao Ministério do Trabalho e Emprego e a não necessidade de afixação de Quadro de Trabalho (não precisa da anotação do horário de entrada e saída).

E para melhorar ainda mais os microempreendedores, em fevereiro de 2015, o governo lançou o Programa Mais Simples Brasil e o Sistema de Baixa Íntegra de Empresas, com medidas para desburocratizar os antigos processos.

O Bem Mais Simples prevê medidas como redução da papelada necessária para abrir um negócio, unificação de cadastros, agrupamento de serviços públicos para os empreendedores em um só lugar. O Sistema Nacional de Baixa Integrada de Empresas permite aos donos de negócios fechar as empresas mais rapidamente, sem exigência de certidões negativas para concluir a baixa no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Com as mudanças, a expectativa é reduzir de 83 para até cinco dias, o tempo médio para abertura de uma empresa.

A redução da burocracia, além de simplificar e agilizar os processos internos, também reduz muito o custo para manter a empresa. Menos burocracia significa menos funcionários tendo que trabalhar para cumprir exigências do Estado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2. CONTINUIDADE

Apesar da facilidade para se tornar um microempreendedor individual, dar continuidade à empresa é algo extremamente difícil. Dados da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) demonstram que cerca de 19% das micro e pequenas empresas, em Minas Gerais, não conseguem completar 2 anos no mercado.Esses dados apresentam que, por algum motivo gestorial (planejamento, controle, execução, entre outros), boa parte das micro empresas não conseguem sobreviver e acabam fechando as portas.

Há vários estudos realizados sobre os motivos pelos quais as empresas não conseguem encadear as operações e fecham os negócios. Porém esses estudos não conseguem chegar a um motivo universal desse acontecimento. Devido ao fato de que pode haver inúmeros motivos para este acontecimento, desde mal planejamento do negócio até as crises econômicas e naturais.

 

2.1 Programas de auxílio governamental                             

O crescimento significativo dos números de novos microempreendedores individuais anualmente no Brasil demonstra o poder econômico desse tipo de negócio. Pensando em atrair mais empreendedores a esse ramo, a fim de reduzir a informalidade, e melhorar as condições de empresas já competitiva no mercado, o Governo Federal criou alguns programas voltados aos Mei’s.

  • Programa Crescer: oferece crédito de no máximo R$15.000, destinado a capital de giro ou investimento.
  • Juros Zero: é um empréstimo oferecido pelas instituições de microcrédito habilitadas pelo Badesc, para as regiões de Santa Catarina. Se o empréstimo for aprovado, e o Mei pagar todas as parcelas em dia, o Governo do Estado paga a última parcela.
  • SIMEI: é o sistema de recolhimento em valores fixos mensais dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional.
  • Bem Mais Simples: prevê medidas como redução da papelada para abrir um negócio, unificação de cadastros, agrupamento de serviços públicos para empreendedores em um só lugar.

Com todos esses programas, o Governo Federal busca facilitar a sucessão do negócio, diminuir a burocracia e dar mais confiança ao investidor de continuar no mercado. Fazendo assim um giro de capital no país, com mais empregos e mais crescimento econômico.

 

2.2 Plano de Continuidade de Negócio

Devido a uma competividade cada vez mais acirrada e a importância de manter a corporação, a gestão de contiguidade tem se tornado um diferencial na manutenção da empresa no mercado, sem prejuízos e de forma sustentável. A gestão certeira e eficiente de controlar riscos é um diferencial para a redução de custos e impactos negativos da operação da empresa.

Criar um planejamento, principalmente antes de se efetivar um negócio, gera muitos benefícios aos empreendedores, como o conhecimento do mercado e da viabilidade financeira; e o aumento nas chances de sobrevivência da empresa nos seus anos iniciais. Já no decorrer da trajetória do negócio, o planejamento demonstra o encaminhamento da empresa, se gera retorno financeiro ou prejuízo.

Para Dornelas (2008) os itens necessários em um plano de negócios são: capa, sumário, sumário executivo, análise estratégica, descrição da empresa, produtos/serviços, plano operacional, plano de recursos humanos, análise de mercado, estratégia de marketing, plano financeiro, anexos (currículo, fotos dos produtos, plantas da localização, catálogos, etc.). Ele acredita que a principal função do plano de negócios é como ferramenta de gestão, e para que este gerenciamento se torne eficaz, é importante que as informações contidas nele sejam divulgadas internamente à empresa de forma satisfatória.

A figura esquematiza a estrutura do modelo de Dornelas para pequenas empresas em geral.

Figura 1 – Estrutura de plano de negócios para pequenas empresas em geral

Fonte: Dornelas, 2008.

 

Em geral, os planos de negócios têm finalidade específicas de assegurar a concessão das operações do negócio, pois toda atividade está sujeita a interrupções. Ao desenvolver conjuntos de estratégias e planos de ações, cria-se mais chances da empresa se recuperar após uma crise, que são frequentes no ambiente econômico, podendo interromper a prosperidade da empresa.

 

2.3 Dificuldades na Concessão

 

2.3.1 Recurso Produtivo

Os recursos produtivos são elementos utilizados no processo da fabricação de mercadorias. Eles são essenciais para toda a esfera empresarial, sendo utilizada de várias formas e em diversos produtos. Os fatores de produção, como também são denominados, tem a classificação definida em quatro (4) grupos:

  • Os recursos naturais, tudo que a natureza produz;
  • O trabalho, que designa todo o esforço humano, seja ele físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços;
  • O capital, o conjunto de materiais fabricados pelo homem e utilizados no processo de produção de outros bens;
  • A capacidade empresarial, que organiza o desenvolvimento e a produção de todos os bens.

Algumas barreiras surgem perante empresas de microempreendedores individuais, e afetam a continuidade de seus negócios. Esses obstáculos impostos, são de origem econômica ou natural, tais como inflação, desvalorização da taxa de cambio e a desfavorização climática. Um problema eminente em toda gestão de uma empresa, é a crise de insumos produtivos, que pode afeta-la negativamente, gerando várias consequências para o corte de custo, que aborda a redução do quadro de funcionários e, no pior dos casos, o fechamento do negócio.

A atual crise de recursos naturais no país preocupa a estabilidade dos empreendedores. A água, uma das principais matérias-primas utilizada na produção de mercadorias, encontra-se em escassez no principal polo econômico brasileiro, o sudeste. A pouca precipitação do último ano concomitantemente com o uso irracional da água, levou a queda brusca dos reservatórios e em alguns casos, a seca parcial deles.

Já com o risco de racionamento em muitas cidades, os empreendedores se preocupam com outro desencadeamento da falta desse insumo produtivo, a energia elétrica. A maioria dos Mei´s obtêm o abastecimento energético oriundo das hidrelétricas, não possuindo outro meio de obtenção energético. Sem outra alternativa para substituir esses fatores de produção a curto prazo, as pequenas empresas não conseguem contornar esse problema, e transforma-lo em um novo modo de operacionar seu meio de produção.

Devido à escassez dos insumos, as contas de água e energia subiram rapidamente, descontrolado os custos contábeis, ou seja, os gastos efetivos da empresa, como no caso as contas à pagar. Desse modo, muitos Mei’s não estão conseguindo controlar suas dívidas, gerando instabilidade no mercado interno, com corte no custo de gastos, e no ambiente externo, com diminuição do poder aquisitivo dos consumidores. Tudo isso implica no aumento da inflação, e traz mais consequência ao mercado.

2.3.2 Problemas Econômicos

Há outros fatores que descontrolam o andamento de uma empresa, que estão relacionados com o mercado. Ao ter qualquer modificação no ambiente externo, a empresa sofre alterações, podendo ser positivas ou negativas.

A perda do poder aquisitivo da moeda resultante do persistente aumento do nível geral de preços é denominada inflação. Atualmente, esse fenômeno é universal, atingindo diversas esferas, como a econômica e social. A inflação provoca redução do poder aquisitivo dos segmentos da população que dependem de rendimentos fixos, com prazo legal de reajuste.

Outro empecilho econômico ligado à moeda é a Taxa de Câmbio, ou seja, o preço de uma moeda em termos de outra. Contudo, essa taxa no Brasil refere-se ao dólar norte-americano, sendo comparada para avaliar o valor do real em relação ao dólar. Em termos gerais, se o dólar estiver alto, eleva o custo do produto, desestabilizando o preço no mercado. Ou seja, ocorre um desequilíbrio de mercado, criando um grande estoque de mercadorias que não conseguem circular com facilidade, ou vice-versa.

A economia está em constante oscilação, e para enfrentar esses problemas que surgem e depois desaparecem, é preciso mais do que ter um excelente plano de negócios, ter excelente gestor faz a diferença, pois nada bastará ter um plano, sem alguém com habilidades e competências para enxergar acima da crise, e saber contorna-la.

 

2.4  O Gestor

A continuidade da empresa depende principalmente da forma como ela está sendo administrada. Uma administração eficaz considera sempre o que ocorre em torno da organização, analisando todos os eventos já ocorridos relevantes para ela e muitos outros fatores.

As decisões tomadas pelo administrador devem respeita as hipóteses que regem a empresa, essas são conhecidas como teoria do negócio, e devem ser constantemente analisadas para se encaixarem na realidade.

A teoria do negócio é dividida em três partes:

  1. Hipóteses a respeito do ambiente, ou seja, que diz respeito à sociedade, o mercado, a tecnologia e o cliente;
  2. Hipóteses a respeito da missão da organização;
  3. Hipóteses a respeito das aptidões necessárias para se realizar a missão da organização.

O administrador deve sempre está ciente que suas decisões causam bastante impacto em toda a organização, pois uma decisão precipitada pode causar sérios problemas à empresa, pois pode desmotivar os trabalhadores, utilizar recursos desnecessariamente, entre outros. Já o oposto, uma decisão planejada trará benefícios à empresa, porque utilizará os recursos de forma eficaz e eficiente, motivando os trabalhadores, maximizando o uso dos recursos, aumento a produtividade e muito mais.

Os executivos eficazes se preocupam com o que é importante, por isso suas decisões são tomadas após passar por uma sequência de etapas, que envolvem:

  1. Classificar o problema decidindo se ele é genérico, excepcional ou novo;
  2. Definir o problema, ou seja, o que está ocorrendo;
  3. Especificar as “condições limitadoras”;
  4. Decidir o que cumpre as especificações do problema;
  5. Embutir na decisão a ação para executá-la;
  6. Testar a validade e eficácia da decisão.

Após esse processo sistemático o executivo está apto para tomar a decisão mais eficaz para que se solucione o problema da melhor forma possível.

Além disso, é preciso que a organização tenha uma postura inovadora por meio de uma ideia de uma economia, tecnologia ou mercado diferente do que é hoje. Mesmo que a ideia comece pequena ela deve ter potencial e capacidade para produzir riquezas, ou seja, deve ser uma ideia empreendedora. E os dirigentes devem ter disposição para aceitar e investir recursos, principalmente, pessoas qualificadas para tornar essas ideias em realidade.

A inovação surge também por causa do espírito empreendedor sendo um esforço para mudar o potencial econômico e social do empreendimento, e ela deve ser simples e focalizada para que seja efetiva.

Também é necessário que a organização busque sempre métodos para adquirir conhecimento e para manter seus trabalhadores do conhecimento, se deseja da continuidade ao empreendimento.

Esses trabalhadores são de grande importância para a organização por trabalharem com a informação e desenvolverem e utilizar o conhecimento em seu trabalho.

Para manter a continuidade do negócio algumas empresas criam um Plano de Continuidade de Negócios – PCN, desenvolvendo conjuntos de estratégias e planos de ações para garantir que os serviços essências da organização sejam detectados e mantidos após a ocorrência de um desastre, até que a organização retorne a funcionar normalmente. Seu principal objetivo é formalizar as ações a serem tomadas em momentos de crise para que os processos importantes da empresa não sejam interrompidos.

Nesse plano estão detalhados os equipamentos, os funcionários, os fornecedores, os clientes, os documentos, que são de extrema importância para as atividades da organização, além de detalhar onde alugar equipamentos ou instalar um “escritório” provisório em caso de emergência.

Pode-se dizer então que para dar continuidade ao empreendimento à presença de um gestor eficaz, de trabalhadores capazes de produzir conhecimento e de inovar, e está preparado para imprevistos e crises são fatores importantes, mas não os únicos, para a organização.

 

 

2.4.1 A Profissão de Administrador

O livro “A profissão de Administrador” de Peter Drucker, traz uma coleção de estudos e práticas sobre como gerenciar uma empresa/negócio, as questões que mais afrontam os gerentes no momento da tomada de decisões, tendo em vista que a profissão de administrador tem se tornado cada vez mais complexa nos últimos anos, principalmente porque dentro das organizações os gerentes não estão conseguindo combinar as variáveis que existem no ambiente externo e interno para fortalecer o crescimento de mercado dessas empresas.

Drucker um dos maiores pensadores das práticas da administração da atualidade e do fenômeno dos efeitos da globalização na economia dentro das organizações, faz uma vigilância sobre a influência da demográfica nos países desenvolvidos em relação aos negócios para as duas próximas décadas e o problema da população em não está gerando bebês o suficiente para que no futuro consigamos adultos formados e prontos para o mercado de trabalho e faça a economia do país movimentar. O autor expressou o obsoletismo do conhecimento, revelando a rapidez com que acontecem as mudanças nos conceitos tornando o conhecimento de hoje a ignorância de amanhã. Certas causas que levam uma empresa ao declínio é seguir regras passadas que não se encaixam na realidade do mercado atual, então assim, surgindo novas técnicas gerenciais da teoria do negócio, para Drucker a decisão eficaz é o que faz um executivo tomar decisões estratégicas e comuns e, é importante que os executivos saibam  fazer as decisões certas sobre pessoas, já que no texto Drucker cita que um dos maiores problemas de um executivo é a decisão durável e com consequências tão difíceis de se desfazer, como, é o caso de cargos de confiança, quando um executivo decide colocar uma pessoa para exercer um esse tipo de cargo ele tem que ter a certeza que ela passa credibilidade tanto para ele quanto para a empresa. A empresa também deverá estar sempre disposta a inovação, a longo ou curto prazo, mas sempre inovando com a ajuda de um gerenciamento eficaz e fazendo as aplicações adequadas dos recursos a empresa certamente chegará ao sucesso.

Peter Drucker refere se também a importância de uma empresa está bem informada e ter um bom gerenciamento interligado as novas técnicas de processamento de dados, fazendo das organizações geradoras de recursos e não de custos, tendo em vista que elas devem ser administradas como algo duradouro, isto é, criadora de riqueza, mas para isso os executivos necessitam de ferramentas para a geração dessas informações e, essas informações são dados dotados de relevância e finalidade. O autor apresenta também conceitos que cercam as novas organizações, e traça um paralelo entre as empresas da década de 1950 e as atuais, apontando a diminuição na necessidade de funções gerenciais nestas organizações, priorizando o conhecimento para todos que estão envolvidos com a empresa para assim obter o sucesso. Drucker faz uma alerta, sobre a participação essencial da auto disciplina e com destaque maior na responsabilidade individual para relacionamentos e comunicação dentro de uma organização.

Drucker destaca o conhecimento como principal recurso para indivíduos e para a economia, afirma que os fatores tradicionais de produção dos economistas não irão desaparecer mais se tornarão algo secundário, a responsabilidade social também não será algo que impedirá da organização desempenhar tarefas e sua missão e visão principal, igualmente a instituições sem fins lucrativos que tem como principal motivação a reponsabilidade para realização de suas tarefas. Drucker nos demonstra conceitos sobre o novo desafio da necessidade de se elevar a produtividade do trabalho, do conhecimento e dos serviços nos países desenvolvidos, avisando que o aprendizado não pode parar e precisa sempre acompanhar os ganhos de produção, e que os trabalhadores do conhecimento aprendem mais quando ensinam.

O autor finaliza a obra definindo os conceitos de gerências e trabalho no mundo, realçando o conjunto de princípios essenciais que orientam um gerenciamento eficaz, afirmando que são os entendedores desses princípios que conseguem erguer empresas bem sucedidas, e estabelecem padrões e exemplo.

A obra de Peter Drucker é de fundamental importância para todos aqueles que querem seguir o caminho de gerência na nossa sociedade moderna, pois é de grande valia em termos de conceito e novas técnicas, nos auxiliando nas tomadas de decisões de forma geral. A obra possui uma linguagem de fácil entendimento e abre os pensamentos de quem está começando a trilhar uma futura carreira na função de gerência.

 

 

 

 

CONCLUSÃO

O trabalho interdisciplinar foi de suma importância para nós, pois com ele podemos estudar aprofundadamente o tema de Microempreendedor Individual (Formalização e Continuidade), e expandir ainda mais o nosso conhecimento.  E até então entender como funciona uma empresa internamente com as discrepâncias e vantagens que se consegue com a formalização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

DORNELAS, J. C. A..Empreendedorismo: transformando ideias em Negócios. 3.ed. Rio de Janeiro:Campus, 2008.

 

DRUCKER, Peter. A Profissão de Administrador, Editora Pioneira, São Paulo, 1998. Livro com 187 páginas, compilado em 18. Disponível em: . Acesso em 16/08/2010.

 

GONDIN, Abnor. MEIs vão se tornar a maior categoria empresarial do país. Brasília: DCI, 2015.Disponível em: Acessado em: 01/05/2015

 

LOURENÇO, Luana. EBC Agência Brasil. Governo lança programa para reduzir burocracia para pequenas e médias empresas. Brasília: 26 fev. 2015.Disponível em:. Acesso em 20 abr. 2015.

 

MATOSO, Filipe. G1 Economia. Governo lança programa para agilizar abertura e fechamento de empresas. Brasília: 26 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em 20 abr. 2015.

 

MENDONÇA, Heloísa, Pequenas empresas são as primeiras a sentirem o impacto da crise da água. São Paulo: EL PAÍS, 2015. Disponível em: . Acesso em: 16/04/2015

 

PORTAL BRASIL, [S.I.], Programas crescer oferece microcrédito. 2012 Disponível em:

crescer-oferece-microcredito%20-a-pequenos-empreendedores%20>Acessado em:05/05/2015

 

PORTAL TRIBUTÁRIO, Equipe. Portal Tributário. Microempreendedor Individual–MEI. [S.l]. Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2015.

 

PORTAL TRIBUTÁRIO, Equipe. Portal Tributário. MEI-Atenção para os impostos não abrangidos na alíquota unificada. [S.l]. Disponível em: < http://www.portaltributario.com.br/artigos/mei-impostos-nao-abrangidos.htm>. Acesso em: 28 abr. 2015.

 

SERVIÇOS FINANCEIROS, UNIDADE DE ACESSO A MERCADOS E. Mercado ao seu alcance. Para MEI, Formalização Impacta positivamente. [S.l]. 19 dez. 2013. Disponível em:. Acesso em: 28 abr. 2015.

 

Weber, Max. Sociologia. Cáp 3: A “objetividade” do conhecimento nas ciências sociais.São Paulo. Ed Atlas, 1979.