Meus Escritos
Por Saulo Barreto | 06/09/2009 | LiteraturaMeus escritos
* Saulo Barreto Lima Fernandes
Muitas das vezes já me deparei com artigos, que versavam a respeito da dignificante arte de escrever. Constatei que muitos escritores, além de traçarem o relevante papel da escrita para humanidade, de uma maneira em geral, divulgam também o porquê de sua escolha ao se dedicarem a esse tão sacrificante ofício.
Sabemos principalmente desde nossa infância, que escrever não é fácil, por algo num papel branco demanda paciência, neurônios, tempo e vida por parte de nós: que obrigatoriamente ou não, temos que dá uma de “operadores da escrita”.
Várias linhas são adotadas para tentar expressar os motivos que levam alguém a sacrificar incontáveis horas de sua vida pela escrita. Obviamente, o que posso afirmar, é que eles escrevem porque leem. Leio, logo escrevo! Suponho que muitos leem por obrigação, vaidade, conveniência ou até mesmo por amor. Sentimento esse, que só poderá existir, unicamente, a partir do momento que nos propomos a ler, antes mesmo de saber onde esse ato poderá nos levar, sem observar as devidas pretensões futuras.
Dizem que o cego por possuir essa deficiência, aguça seu tato e os outros sentidos justamente por ter que utilizá-los com maior freqüência. Não é muito diferente do meu caso, como um “analfamérico” convicto e uma negação na área de cálculos, tive que contrabalançar esse meu lado atrofiado de algum modo.
A única saída encontrada por mim para minimizar essa carência, seria então me dedicar incondicionalmente à área de Humanas, onde muita leitura é exigida. É nela onde as letras, ideias, teses e pensamentos fluem e estacionam facilmente em qualquer cabeça. História, política e leis são meus temas favoritos, isso sem contar as inúmeras línguas que posso aprender. Para unir o útil ao agradável, busquei no campo profissional seguir o sacerdócio do Direito (útil), nele a leitura (agradável) é condição indispensável, portanto, feito sob medida para mim.
Cada um costuma seguir sua linha preferida de leitura e produção. Ficção, romances, crônicas e contos, até para darem embasamento ao que escrevem. Há também, os que são adeptos de poema e/ou poesia. Sinceramente, ainda hoje não consegui decifrar o que quer passar uma poesia. Pra mim elas ainda soam como um conjunto de palavras desorganizadas e ideias desconexas quase sempre não alinhadas com pensamentos abstratos, o que me afastam do real entendimento proposto por elas. Mas concordo que elas possuem palavras decorativas que enriquecem nosso vocabulário, e também musicalidade que se assemelham até mesmo as mais belas canções.
Outra leitura que, por hora, ainda me é distante são as que tratam de auto-ajuda, nunca também tive o interesse de me aprofundar no assunto, já li máximas, aforismos e frases de efeito que, aliás, até gosto. Considerado um gênio do misticismo Paulo Coelho até usa um artifício que gosto muito, para entender a moral cotidiana, ele usa parábolas como artifício para melhor entendimento. Um doutor que usa a literatura e os livros como bulas de remédio para curar almas e mentes fragilizadas por causa de suas preocupações e atribulações cotidianas. Sendo que de forma preventiva servem ainda, como “guias de caminho”, onde procuram tratar de assuntos que versam sobre a manutenção da paz interior e da felicidade espiritual.
Já eu, propriamente dito, escrevo o que leio, reproduzo o que consumo. Como ainda sou jovem ávido por conhecimento, costumo me ater a textos informativos, jornalísticos e cognitivos. Tudo atinente a algo de que alguma forma me acrescente, tanto porque necessito como também gosto.
É fato, meus textos são meras reproduções do que leio, tento ser o mais direto possível, proponho acrescentar a quem me lê algo que lhe será útil em algum momento. Passar verdades, exclusividade de informação e coisas que descubro até mesmo por presunção e analogia, ajudá-las a torná-las menos ingênuas. Por mais que choque alguém, prefiro sempre dizer o que penso, o que acredito e o que descubro, o que nem sempre quer dizer que seja o correto.
Considero-me um leitor aventureiro, em se tratando de letras nada me escapa, convicto de que também na literatura não se deve segregar, a intolerância e o maniqueísmo literário só reduzirá nossas possibilidades de conhecer mais e mais e melhor.
A leitura, que num primeiro momento nos é imposto a contragosto, rapidamente, se torna uma atividade voluntária, prazerosa e viciante. Leio até aquilo que me soa estranho que não acredito, até para poder absorver um pouco de todas as ideologias existentes, e saber como elas influenciam a grande massa em seus atos, usos e costumes convencionados.
Ainda não tenho a audácia de me intitular como escritor, ainda não me é algo fácil, que flui naturalmente, talvez não tenha o tal dom. Porém minha vontade é mais forte o suficiente para que não me importe com ele, e ainda sim, continue escrevendo, mesmo que a curtos passos. Nem sei se faço o uso correto da gramática, o que por si só, já é uma enorme responsabilidade.
Porém, independentemente de qualquer coisa, tentarei alcançar o mais alto nível de leitura possível, dominar idiomas, textos complexos, teses prolixas e altos estudos na minha área. A ganância pelo conhecimento a qualquer custo, em excesso e sem moderação.
Até Deus procurou escrever, mesmo que por linhas tortas. É patrono do livro mais lido do mundo, através da Bíblia Sagrada, a cartilha universal que prega a doutrina cristã baseada na fé, retidão e paz pelos mais distantes rincões do mundo atingindo os mais diferentes povos.
Por fim, ser escritor é sem dúvida um dos mais nobres dos títulos, um passaporte para história e para imortalidade, onde tudo é fruto de muita disciplina, sacrifícios, espírito filantrópico e habitualidade. Porém, tudo isso seria em vão, se todos esses vetores, não fossem dirigidos em prol de uma única e boa causa: a contribuição. Muito mais que registrar a história e transpassar o que realmente tem valor para a posteridade, escrever é também o dever de fazer nossa parte, contribuir, através das letras, para um mundo melhor e mais sadio.