MEU PRESIDENTE MATUTO

Por solange Lins | 20/04/2010 | Crônicas

Isto não é uma declaração de amor. É um pedido de desculpa. Sabe presidente, eu não acreditei em você, não fiz nenhum esforço prá lhe conhecer melhor, não li nada a seu respeito, lhe desprezei por ser um matuto nordestino, por ser um bicho feio danado, cabeça chata, barbudo e de língua presa. Quando você aparecia na televisão, eu esnobe metida, intelectualizada, cheia de preconceitos... Mudava de canal.

No dia das eleições, votei em outro e nem me lembro mais quem, coisa de brasileiro desligado. Hoje, meu presidente matuto, eu gostaria de ter a oportunidade de votar nesse homem danado de valente, cheio de uma inteligência meio burra, quase inocente e de um sorriso daqueles menininhos traquinas do nordeste. Não vi o filme que fizeram sobre você, não quero lhe admirar por influência de ninguém, quero cultivar esse amor que nasceu dentro de um coração que se emociona quando falam de você. Sou uma escritora, palestrante, professora de pessoas letradas, mas gostaria de confessar, meu presidente matuto, que você é uma pessoa que me deixaria horas escutando esse bichinho danado de esperto que mexeu com as emoções do mundo.

Desculpa meu presidente, desculpa por ter perdido a oportunidade de um dia ter votado em alguém que verdadeiramente se tornou admirável para mim.

Não me importa se alguém lhe despreza ou fala mal de você. Se tantos que gostam dos meus artigos, se choquem com o que escrevi. Não importa, sei apenas que tive a coragem de dizer em vida, aquilo que as pessoas só sabem fazer quando morremos.

Obrigada meu presidente e desculpe por ter perdido a oportunidade de apostar em uma pessoa extraordinária como você.

Receba de mim, brasileira consciente a “MOÇÃO DE HONRA, COMO O MELHOR PRESIDENTE DO MUNDO”.