Metáforas Destinada ao Entendimento.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 07/09/2012 | PoesiasMetáfora destinada ao entendimento.
Escrevi um poema todo torto.
Agnóstico.
Esse poema não fala de nada.
Atípico.
Adoro escrever esse estilo de poesia.
É uma metáfora.
No fundo por ser idiossincrático.
Fala de tudo.
Contraditório.
Mas ninguém entende nada.
Nem mesmo o autor da poesia.
Cada termo é por si mesmo.
Indelével.
Às vezes lépido.
Mas é um poema.
Exuberântico.
Escrevo sem pensar se devo.
Agradar alguém.
Não tenho propósito nenhum.
Nem mesmo ao autor do poema.
Certa miríade da imaginação.
Nem sempre é fértil.
Não quero mnemonizar conceitos.
Alguns inexauríveis.
Outros mitigados a etimologia.
Sem ser cartesiano.
Ou empírico.
É apenas um poema.
Com certo conteúdo.
Mirífico.
Sem ser misantrópico.
Em parte talvez.
Obrigatoriamente.
Com uma morfologia dialética.
Aquela da terceira exclusão.
Relativamente.
Contrárias a Marx e a Hegel.
E não possivelmente aristotélico.
Quanto àquele que escreve.
Anteriormente.
Um mecanismo sintético a priori.
Lesto ao destino comum.
Da imaginação.
Nunca tinha pensado antes.
Com olhar mádido.
Ao pré-destino.
Ao grande significado de tudo isso.
Inexaurivelmente silenciei ao segredo.
A única coisa que não deveria dizer.
Existe de fato um grande sintoma.
Perfunctório.
Nem Einstein pode descobri-lo
Muito menos Darwin.
Nietzsche chegou muito perto.
Feuerbach tocou seus dedos.
Sob a sua dimensionalidade.
Algo tão profundo.
Que resto da minha vida.
Sentei numa pedra.
Próximo a uma fazenda.
Na serra da Moeda.
Na cidade de Itapagipe.
Olhando firmemente.
Para o infinito indefinido.
No silêncio.
Comecei a dizer.
É ele.
É ele.
É ele.
Inelidível.
A verdade tinha se revelado.
Talvez o último ato.
Itapagipe soube do segredo.
O resto mundo ainda espera.
Descortinar o silêncio.
Edjar Dias de Vasconcelos.