Mente, Cérebro E Cognição
Por Robson Stigar | 19/05/2008 | Filosofia
Mente, Cérebro e Cognição
Robson Stigar
A questão a ser trabalhada nesta resenha é "serão mente e corpo a mesma coisa", apenas uma coisaou coisas distintas. O assunto gera polemicas desde Platão quando este digamos inventou o mundo das idéias.
Segundo o texto sobre as teorias de Platão a afirmação é a seguinte "Ele propôs que nossos conteúdos mentais podem ser abstraídos e individualizados das mentes que os pensam. As idéias ou conteúdos mentais apenas ocorrem nas mentes, tendo uma realidade independente dessas. Os pensamentos podem ser abstraídos dos atos de pensa-los, formando um verdadeiro mundo das idéias.
A dualidade entre mente e corpo assim erasolenemente ignorada, o texto pergunta interessantemente se nosso pensamentos seriam parte do mundo das idéias ou quem sabe se nossos cérebros seriam apenas meios transmissores de tais pensamentos "transmissores de algum tipo de versão sensível desse mundo das idéias". Asindagações divergem muito a esse respeito, daquele tempo para ca muitos avanços aconteceram, por exemplo os monistas que procuraram assimilar o mental e o físico. Atualmente em relação a esse binômio o problema é: " se há uma relação entre esses dois tipos de series, que tipo de relação será essa? Como passamos de um conjunto de propriedades para outro, aparentemente tão distinto?(TEIXEIRA, Mente, Cérebro e Cognição, p20)".
A tarefa de distinguir ou diferenciar um e outro continua intrigante o texto tenta esclarecer dizendo que explicar como é possível o cérebro produzir fenômenos mentais subjetivos conscientes fazendo uso de categorias utilizadas para explicar o funcionamento do sistema nervoso físico.
A linguagem usual não consegue captar esse sistema. O texto afirma ainda que a relação entre ambos não poderia ser capturada por uma linguagem construída em terceira pessoa dificultando a correta conexão. Uma idéia expressa muito peculiar é a da pressuposição do agnóstico ou melhor dizendo encontrar a passagem entre o cerebral e o físico.
O dualista clássico rejeita todas as idéias anteriores ele só aceitaa "subjetividade econsciência como distintos e irredutíveis a qualquer tipo de base física", idéia e físico são coisas diferentes que se completam.
Creio que nossa discussão pode ser resumida basicamente assim: Monismo materialista e idealista, teorias da identidade reducionismo, materialismo não-reducionista, teorias de superveniência e funcionalismo. Dualismo de propriedades, dualismo de substâncias, cartesianismo e paralelismo tais assuntos estão intrinsecamente ligados pela dissolução do conceito de mente e materialismo eliminativo.
A contribuição de Descartes foi significativa para a nossa discussão, a primeira delas foi o argumento do sonho "minhas sensações, quando estou acordado, são tão vívidas como aquelas que tenho quando estou sonhando (TEIXEIRA, Mente, Cérebro e Cognição, p.31)", logo após o filosofo pergunta assim ocorrendo como poderia uma pessoa distinguir entre a vigília e o sonho ou ainda qual o meio para distinguirmos entrea realidade o fato e o sonho "abstrato" do inconsciente. O mundo das idéias "dos sonhos" o cérebro. A Segunda contribuição é mostrar como a dúvida introspectiva cria um paradoxo que conduz pelo menos a uma certeza. "A dúvida, levada ao extremo, devora sua própria cauda. Não posso duvida que duvido(...)".
Segundo Descartes a existência é derivada de um eu real, de uma substancia imaterial, um "ser" pensante. Concluindo com Descartes é importante lembrar que o corpo é muito diferente da alma.
A afirmação a seguir de Descartes fecha a nossa reflexão decartiana "a inescrutabilidade dos estados subjetivos e a teoria cartesiana da natureza dos autômatos. Esses dois corolários ajudar-nos-ão a compreender melhor a verdadeira dimensão do dualismo cartesiano e as dificuldades a serem enfrentadas na formulação de teorias interacionistas. A inescrutabilidade dos estados subjetivos é retomada pela filosofia da mente contemporânea sob o nome de teoria do acesso privilegiado ou acesso direto ao mental, uma teoria que aprofunda ainda mais a existência de propriedades incompatíveis entre o físico e o mental. A teoria cartesiana dos autômatos reforça o dualismo substancial, sustentando a impossibilidade de replicação mecânica das atividades mentais humanas(TEIXEIRA, Mente, Cérebro e Cognição, p.34)".
O Século XX e a Neurociência
A neurociência no século XX tentou e até certo ponto conseguiuavançar nas consepç~loes de Descartes. Em geral eles tem dedicado a responder se os "eventos mentais podem ser evidenciados com os fatos físicos "cerebral", porém não raro eles e demais especialistas de outras áreas vem desentendendo-se quanto as possíveis interpretações de muitos experimentos .
Dentre os fatos apresentados pela neurociência em sua maioria são desfavoráveis a hipótese da simetria levantado por Descartes.Simetria que origina s digamos identidade entre cérebro e mente mostram-nos que não existem dois centros independentes mas sim partes que uma vez divididas ou seccionada é capaz de exibir formas restritas de falta de consciência perceptiva.
O grande problema dessas experiências com secco~es nos cérebro é ainda o grande desconhecimento dessa região do corpo e a limitação das próprias experiências que não são claras quanto nossa interferência no cérebro.
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As Diversas Formas do Individualismo
Iniciamos com o que postula a existência de uma substancia mental e material, cuja as propriedades são muito diferentes entre si.
Aqui vamos genericamente abordar correntes diversas do dualismo. Uma das principais correntes postula a existência de uma substancia mental, esta totalmente independente e separada do mundo real, material.
A Segunda vertente é a do dualista de propriedades este trabalha com a idéia de que estados mentais são um atributo centrado em focos de porções da matéria da qual é composto o universo.
A grande questão levantada por esta corrente é a diferença existente entre o estado físico e mental. O dualismo em si é rejeitado pela filosofia da mente atual e pesquisas neurociêntificas.
Uma vertente nova denominada de materialismo eliminativo,em ternos gerais podeser definido como a mudança integral do chamado projeto reducionista, pois considerada este inadequado na tentativa de responder certas questões.
Outro ponto particular desta questão que a mim chama atenção é o levantado por Popper quer demonstrar é a chamada auto-anulação do radicalismo presente no materialismo pois o mesmo não sustenta seus próprios argumentos.
Outra questão abordada é "(...)o problema da intransponibilidade da perspectiva de primeira pessoa. (TEIXEIRA, Mente, Cérebro e Cognição, P.122)", ou seja a rejeição da neurociência a perspectiva subjetiva.
Funcionalismo
"Seu ponto de partida consiste de três pressuposições básicas: a) a realidade dos estados mentais (existe algo como um jogo de xadrez, com peças, regras e estratégias); b) a idéia de que os estados mentais não são redutíveis a estados físicos (o tabuleiro e as peças podem ser de madeira, de plástico ou de marfim- pouco importa-o que conta são as funções das peças, as regra-se de estratégias) e c) os estados mentais são definidos e caracterizados pelo papel funcional que ocupam no cainho entre o imput e o autput de um organismo ou sistema (as estratégias, no jogo de xadrez, e as jogadas boas ou más se definem no contexto do jogo). Esse papel funcional caracteriza-se seja pela interação de um estado mental com outros que estejam presentes no organismo ou sistema, seja pela interação com a produção de determinados comportamentos(TEIXEIRA, Mente, Cérebro e Cognição, P.124)". esses sistema dedica-se a explorar a compatibilidade entre o materialismo conhecido como não-reducionista e o dualista, excluindo da vertente principal o sistema dualista. O funcionalismo não é aceito em muitas correntes pois ele não considera a base cerebral e biológica que segundo muitos é a responsável pela mente, este é apenas um exemplo feito a esse sistema embora ele apresente relativas respostas a certas questões como por exemplo nos casos dos qualia ausentes e invertidos.
A teoria do sistema intencional é baseada nos fatos que podemos atribuir intenção, desejo, o autor do texto define como o padrão mínimo de racionalidade no comportamento. Hoje as pesquisas nas áreas de psicologia, neurociências, ciências cognitivas e filosofia da mente estão criando teorias, relaborando velhas para tentar entender a divisão entre corpo e mente, cérebro e pensamento. Teorias que remontam desde a filosofia clássica e que teve seu apce com o cartesianismo de que existe uma consciência independente, separada do mundo. Tais perguntas avençaram durante o tempo e com o advento de novas tecnologias, com o avanço da robótica, da inteligência artificial.
Talvez não seja aquio momento oportuno mas não posso deixar de entrar em velhas questões como a que reporta ao cérebro um acumulo de "eus", ou seja,quenossa mente abrigaria uma profusão de diferentes "eus", que disputam espaço entre si, que possuem inúmeras ações personalizadas agindo sem deixar que tomemos consciência de tais ações. Não vou mais entrar nesse mérito, porém vem dele a origem de mossa questão.
Como definir corretamente mente, cérebro, cognição, a mim ainda fica impreciso responder a essa pergunta e creio que para todos.