Menino da cidade
Por GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA | 28/12/2011 | PoesiasMENINO DA CIDADE
Belo Horizonte, 10-11-1977
O bom menino da cidade
Foi à festa,
Abraçou a Juliana
E começou a apertar.
Pensando estar
Lá na cidade, onde as moças
Lhe convidam pra dançar.
Compadre Pedro
Que era pai de Juliana,
Foi logo chegando perto
E gritando, não aceito!
Pois menino da cidade
Isso é casa de respeito.
Mas o menino era filho de doutor,
Foi pra roça tomar pinga,
Terminou fazendo briga
E na verdade apanhou.
Saiu correndo
Pela estrada de cascalho,
Fugindo apavorado,
Pois as moças lá do campo
Lhe chamaram de paspalho.
Compadre Júlio
Que era tio de Juliana,
Pegou logo no facão
E seguiu por entre as canas,
O tirado a bonitão.
Voltou dizendo
Que o filho do doutor,
Não passava de maricas.
Quando ele deu as caras
O menino se borrou.
Depois de tudo,
A sanfona começou
Sua alegre melodia,
E a festa só acabou
Quando começou o dia.