Memória de um anjo
Por Enazilde Machado Panagio | 16/01/2013 | PoesiasMemória de um anjo
Lagrimas de um delírio sem fim
Sou eu em discórdia
Mente e corpo.
Choro em soluço
O que fazer
Pensamentos vagueiam
Cansaço em desespero constante
Vejo alguém em minha direção
Aceno braços em declínios.
Paro e penso: será que digo o que estou
Sentindo?
Em vão, não olham!
Apenas eu, em delírio da minha idade.
Volto para casa entro ao banheiro e logo saiu...
Aos prantos não sei onde estou...
Olho minhas mãos!
Estão sujas!
Acabei de sair de onde?
Será que tomei banho?
E meu remédio! Não sei se tomei!
Todos na sala...
Parecem sentir o mesmo que eu!
Alguém ensaia um sorriso
Ao meu sofrer...
Não estou só...
Busco forças e digo em voz cansada
Sinto dores! Não sei se tomei o meu remédio filha querida!
Mãozinha! está na sua mão direita.
Vontade de lembrar o que é mão direita !
Abraço meu lencinho e uma lagrima em declínio
Sobre minhas vestes
Tão seca , pingo real
No tecido sem cor...
Qualquer momento será minha veste
Eterna.
Em fim adormeço
Na angustia
De não saber qual o meu quarto.
Vejo todos, mas ninguém me ver!
Suave vento de um céu azul
A rezar o meu sono
Mãos que elevo ao meu roto frio quase sem vida...
Olhar em declínio.
Livro de cabeceira
Lembranças profundas ali está a me consolar...
Pálpebras dilaceradas!
Leve sono chegou!
Deixei me levar
Pra onde não sei...
Poetisa: Enazilde Pinheiro Machado