MELHORIA DA EFICIÊNCIA DAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA...

Por Fabio Pereira Fernandes | 29/11/2016 | Engenharia

MELHORIA DA EFICIÊNCIA DAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA REDE DE MÉDIA TENSÃO (13.8kV) DE UM PARQUE FABRIL

RESUMO

As empresas a cada dia buscam aperfeiçoar suas técnicas de produção para melhorar seus produtos ou serviços e isto não poderia ser diferente no que diz respeito à forma de administrar seus recursos, sejam financeiros, tecnológicos ou humanos. Para que as empresas possam enfrentar o grande aumento da competitividade elas necessitam aumentar o índice de qualidade, sejam da produção, dos equipamentos ou mesmo de seus funcionários. O que garante uma melhora nesse índice são certamente as técnicas de manutenção que devem ser aplicadas para diminuir ou eliminar a possibilidade de ocorrerem erros. Nesse artigo utilizaremos a estatística descritiva para buscar formas de minimizar os desligamentos de energia elétrica na rede de média tensão dentro de um parque fabril através da manutenção preventiva.

1. INTRODUÇÃO

Utilizar a energia com responsabilidade, sem desperdício, constitui um novo parâmetro a ser considerado no exercício da cidadania. Os instrumentos de combate ao desperdício de energia estão alicerçados na mudança de hábitos da sociedade e na eficiência energética dos equipamentos. A eficiência energética, como instrumento de combate ao desperdício de energia, cada vez mais se aproxima das necessidades do cidadão brasileiro. É preciso que a tecnologia adequada à obtenção da eficiência seja conhecida pelos técnicos que estarão direta ou indiretamente ligados a este setor. Entre a produção da energia elétrica até o seu consumo final existe um longo caminho pelo qual a energia elétrica é transportada, o qual é composto pelas redes de transmissão e de distribuição. Entre as redes de transmissão e de distribuição existem, outra redes locais de energia elétrica com a função de distribuir a energia. As linhas de transmissão convergem para estações de distribuição, onde a tensão é rebaixada, usualmente para o nível de 13.8kV. Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de distribuição da concessionária ou a consumidores em tensão primária.

Ao conjunto das instalações e equipamentos que se prestam para a geração (conversão de uma dada forma de energia em energia elétrica) e transmissão de grandes blocos de energia dá-se o nome de Sistema Elétrico de Potência. Os consumidores de energia elétrica podem ser enquadrados em residencial, comercial, industrial e rural. Pagam por meio da conta recebida um valor correspondente à quantidade de energia elétrica consumida no mês, estabelecida em quilowatt-hora (kWh). Na empresa em estudo, a conexão da rede transmissão da concessionária com a subestação da empresa se dá com tensão de 138kV. As redes de distribuição operam com tensão elétrica de 13.8kV. Esta rede é conectada a um transformador onde a tensão é rebaixada para 380/220V e as cargas são alimentadas. 3 Durante alguns anos desenvolveu-se no parque fabril da empresa em estudo um programa de manutenção preventiva (PMP) a fim de planejar as intervenções preventivas, tornando desta forma a rede de média tensão confiável. Percebeu-se que quando ocorrem interrupções de fornecimento de energia elétrica, oriundas de falhas na rede de média tensão ocorre à necessidade de verificar junto ao programa de manutenção preventiva (PMP) da empresa em estudo as atividades e os componentes afetados, bem como a frequência com que ocorrem estas interrupções, programadas ou não, de forma a identificar se existe relação entre os registros do programa de manutenção preventiva e as falhas não programadas da rede de distribuição de energia elétrica nos parques fabris da empresa em estudo. A cada falta de energia elétrica, há dificuldade em restabelecer o fornecimento de energia elétrica em sinistros ocorridos na rede de média tensão da empresa em estudo. Conforme Santos (2001), existe a necessidade constante de aumento de competitividade através da redução de custos, aumento da qualidade e atendimento as necessidades dos clientes, desta forma o fornecimento de energia elétrica de forma ininterrupta é determinante para o alcance deste objetivo. Portanto, para uma empresa, que tenha na energia elétrica seu principal insumo na matriz energética, isto se torna ainda mais crítico, sendo necessário garantir o fornecimento de energia elétrica para seus processos sem interrupções, torna-se um grande desafio, sendo necessário avaliar as práticas adotadas atualmente, levantar prós e contras, e conforme o histórico de problemas serão propostas melhorias nos programas de manutenção preventiva dos equipamentos da empresa em estudo relacionados ao fornecimento de energia elétrica.

2. DESENVOLVIMENTO

A globalização e o aumento de competitividade de mercado, em função da abertura de novos negócios e da expansão de grandes empresas, em conjunto com o lançamento constante de novas tecnologias e pelo aumento das exigências dos clientes, obrigam que as empresas, de forma geral, reestruturem seu processo de garantia da qualidade no fornecimento de energia elétrica, aplicando ferramentas que auxiliem a obter maior confiabilidade e diminuam a possibilidade de erros e atrasos no sistema produtivo. Segundo Santos (2001), até meados da década de 60 era prática comum utilizar os equipamentos até os mesmos apresentarem sérios problemas de performance ou até mesmo quebrarem, o que conduzia as empresas a muitas falhas catastróficas, prática que foi substituída por manutenções nos equipamentos críticos em datas planejadas. Esse método foi chamado mais tarde de manutenção preventiva e é utilizado muitas vezes nos processos industriais, auxiliando na minimização de falhas graves. A empresa em estudo é do ramo metal mecânico e marcada por um crescimento acelerado de mercado e tamanho. Uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo atua também nas áreas de comando e proteção de motores, variação de velocidade, automação de processos industriais, geração e distribuição de energia e tintas e vernizes industriais. No país, o grupo tem sua sede e principais unidades industriais em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Suas demais fábricas estão espalhadas por vários estados brasileiros, sendo eles: Rio Grande do Sul, Santa 4 Catarina, São Paulo, Amazonas e Espírito Santo. No exterior, possui unidades fabris na Argentina, México, Estados Unidos, Áustria, Portugal, África do Sul, China e Índia. Produzindo inicialmente motores elétricos, começou a ampliar suas atividades a partir da década de 80, com a produção de componentes eletroeletrônicos, produtos para automação industrial, transformadores de força e distribuição, tintas líquidas e em pó e vernizes eletroisolantes. Cada vez mais a empresa está se consolidando não só como fabricante de motores, mas como fornecedor de sistemas elétricos industriais completos. Este crescimento físico impactou diretamente no crescimento no consumo de energia elétrica, com a aquisição de máquinas e equipamentos para suprir a necessidade e conquistar novos mercados. Segundo Campos (2004), o que hoje conhecemos por manutenção, só começou a ser conhecida dessa forma por volta do século XVI na Europa central, com o surgimento do relógio mecânico, quando apareceram os primeiros técnicos em montagem e assistência. Juntamente com a Revolução Industrial tornou-se ferramenta frequente, e com o desenvolver das duas Guerras Mundiais firmou-se como absoluta. No início do período de reconstrução pós-guerra, países como Inglaterra, Alemanha, Itália e Japão, consolidaram seu desempenho industrial com base na engenharia de manutenção. Com o crescimento da concorrência, os prazos de entrega dos produtos passaram a ser importantes para todas as empresas, a partir desse contexto surgiu à motivação para se prevenir contra as falhas de máquinas e equipamentos. Além disso, outra motivação para o avanço da manutenção foi a maior exigência por qualidade. Essas motivações deram origem a uma manutenção mais planejada. Segundo Campos (2004), até o início dos anos 2000, a gerência de nível médio e corporativo não valorizava o poder da operação da manutenção sobre a qualidade do produto, custos de produção e, mais importante, no lucro básico. A partir da década de 80 do século XX, a opinião era de que a manutenção era um mal necessário, ou que nada poderia ser feito para melhorar os custos de manutenção, porém as técnicas de gerenciamento e sistemas de manutenção que surgiram no século XXI estão mudando essa visão, buscando a redução nos custos da manutenção em relação ao faturamento.

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