Meios Digitais e Outras Tecnologias no Ensino Superior

Por Taíssa Bach | 28/09/2016 | Educação

Resumo

As mídias digitais e outras tecnologias estão cada vez mais incluídas nos meios educacionais.
O aprendizado por meio dessas ferramentas e o comportamento pelo qual gera um aumento de interatividade entre aluno e professor são o legado que essas ferramentas trazem para o mundo educacional. Dessa forma melhora o aprendizado, tornando o estudante capacitado para enfrentar o verdadeiro desafio, que é o mercado de trabalho. Por intermédio de uma pesquisa feita com homens e mulheres entre 30 a 45 anos, graduados e pós-graduados, podemos compreender, pelo ponto de vista deles como estudante, como as ferramentas tecnológicas fizeram diferença na vida deles enquanto graduandos e o quanto elas foram e ainda são importantes atualmente.

1 INTRODUÇÃO

Vivemos em uma era completamente tecnológica, e é inevitável o uso de meios também tecnológicos em nossa vida cotidiana. Todos nós utilizamos algum tipo de tecnologia digital pelo menos uma vez ao dia. Se voltarmos um pouco no tempo, iremos concluir que esses recursos foram introduzidos tão rapidamente em nossa vida que hoje não conseguiríamos nos imaginar vivendo sem eles. A cada momento, surgem novos avanços, e isso é inserido na sociedade de forma abrangente, o que nos faz adquirir mais conhecimentos para lidarmos com ela. Aumentando assim a necessidade de melhorarmos nosso desempenho como cidadãos, no ambiente escolar, na educação e principalmente na capacitação profissional para o mercado de trabalho.
No entanto, esse conhecimento é absorvido facilmente por pessoas de gerações tecnológicas, denominadas nativos digitais, compostas por indivíduos que nasceram na era digitalizada. Já os imigrantes digitais, formado por pessoas que tiveram que lidar com a tecnologia após o surgimento dela, precisam se dedicar um pouco mais para incorporar as novidades tecnológicas no seu cotidiano. Então, levando em consideração as características dessas duas gerações, iremos nos deparar com o cenário da nossa pesquisa, que procura entender como é o processo do uso tecnológico no ambiente acadêmico. Será nesse contexto que encontraremos professores, que pertencem ao grupo dos imigrantes digitais e, os alunos
1 Titulação. Instituição. E-mail: Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda. UNISINOS.
taissabachfreitas@gmail.com 2 Titulação. Instituição. E-mail: Mestra em Educação. mel_oliveira16@yahoo.com.br 2 que são os nativos digitais, ambos tentando manter um diálogo consistente na tentativa de ensinar e aprender.
Desse modo, percebemos que o ensino de modo geral tem se curvado às tecnologias, encarando-as como grandes auxiliares. Professores contemporâneos procuram se adaptar às mudanças para encontrar maneiras de tornar suas aulas lúdicas e interessantes, utilizando diversas ferramentas tecnológicas de ensino com intuito de aumentar o nível de aprendizado.
Com isso, esses professores que desafiam o método tradicional de ensino, mesmo que essas mudanças sejam historicamente difíceis para a educação. E é por meio da análise desse cenário que propomos discutir sobre as transições entre os métodos. O quão importantes e benéficas as ferramentas tecnológicas e digitais são quando usadas de forma correta no ambiente acadêmico.

2 O APRENDIZADO POR INTERMÉDIO DOS MEIOS DIGITAIS E TECNOLÓGICOS

Os métodos de ensino passaram por diversas mudanças nos últimos anos. A forma unilateral, em que o professor fala e o aluno escuta, já não é mais um método eficaz no ambiente acadêmico. Atualmente existem variadas metodologias utilizadas para estabelecer uma relação dinâmica entre alunos e professores. Segundo Bordenave e Pereira (2011), os educadores têm ciência das diferenças entre a educação bancária, que se caracteriza pelo fato de o professor ser considerado o dono e o transmissor do saber, reconhecendo a importância suprema dos conteúdos e da educação problematizadora, na qual o conteúdo programático não é a única fonte de estudo. Desta forma fortalece-se a existência do diálogo entre alunos e professores, arruinando, a partir do século XX com o formato em que o professor é o transmissor de conhecimento e o estudante, mero receptor. Com os avanços tecnológicos e o fácil acesso às informações, coube ao professor obter competências além do seu saber para a transmissão de conteúdo. Ele precisou saber promover a compreensão do conhecimento.
A partir do século XX, nossa sociedade teve mudanças significativas, o mundo passou a viver em redes, o aprendizado passou a ser coletivo ao invés de individual. Segundo Kenski (2003), as informações transmitidas por meio dessas tecnologias de comunicação apresentaram à sociedade novas maneiras de viver, de trabalhar e de se organizar.
Essas novas possibilidades tecnológicas não alteram apenas nossa vida cotidiana. De maneira generalizada, elas alteram todas nossas ações, as condições de pensar e de representar a realidade e, especificamente, no caso particular da educação, a maneira de trabalhar em atividades ligadas à educação escolar. (KENSKI, 2003, p.24).
Ainda pela opinião do autor, era tarefa exclusiva das escolas transmitir aprendizagem de informações, apresentando gradativamente os conhecimentos teóricos. Podemos afirmar que, naquela época para as instituições formais de ensino, o indivíduo que terminasse um determinado grau de escolarização podia se considerar possuidor de conhecimentos e informações suficientes para se iniciar em uma profissão. O fato de ir à escola representava que o espaço e o tempo de ensinar eram determinados. Isso, porém, não condiz com a atualidade, em que a tecnologia impõe transformações nos ritmos das tarefas de ensinar e aprender. "Não existe mais a possibilidade de considerar a pessoa totalmente formada, independente do grau de escolarização alcançado." (Kenski, 2003, p. 24.). Estamos em constante aprendizado devido à velocidade da exposição de informações que adquirimos com popularização tecnológica.

2.1 PROFESSOR E ALUNO CONTEMPORÂNEO

O aluno contemporâneo que tem fácil acesso às informações pertence a uma geração acostumada a agir em vez de assistir, transformando assim os métodos de assimilar as informações. Os alunos da geração atual são formados pelo que chamamos de "nativos digitais".
Eles passaram a vida inteira cercados utilizando computadores, videogames, reprodutores de músicas digitais, câmeras de vídeo, celulares, e todos os outros brinquedos e ferramentas digitais. [...] Jogos de computador, e-mail, internet, celulares e mensagens instantâneas são partes de suas vidas. (PRENSKY, 2001, p.1).
Esses estudantes já convivem naturalmente com essas ferramentas digitais e não há surpresa alguma vê-los dividirem a atenção entre suas tarefas diárias. Conforme Parnaíba e Gobbi (2010), tivemos uma geração que passou pelas características básicas da comunicação, como surgimento da escrita, a linguagem por meio da oralidade, das pesquisas em livros e de repente isso deixa de ser a única forma do saber e passamos a ter contato com respostas rápidas em alguns cliques na internet. Automaticamente abrimos as portas para novos suportes para a linguagem e comunicação, o que faz a nova geração de alunos, serem estudantes multidisciplinares. Eles estudam ouvindo músicas, assistindo a filmes e navegando na internet. Para alcançar esses alunos, então, é necessário uma exploração profunda utilizando ferramentas digitais, multimídias, imagens, sons, e vídeos.
Agora se de um lado temos, uma maioria formada por alunos contemporâneos (nativos digitais), por outro precisamos analisar os professores, e os métodos pelos quais foram preparados para atender esse público. Kenski (2003) reforça que a adoção das ferramentas digitais e tecnológicas envolve uma preocupação sobre questões estruturais no processo de ensino. "As novas tecnologias orientam para o uso de uma proposta diferente de ensino" (Kenski, 2003, p. 63), e isso é chave para que o processo de ensino seja bemsucedido.
É necessário que os educadores adotem posturas diferentes, as quais não estávamos acostumados a ver nas salas de aulas. Porém, "para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, o professor primeiro tem de mudar o jeito de dar aula", destaca Prensky (2010).
Não basta equipar uma sala de aula com instrumentos digitais e tecnológicos de última geração, isso não será garantia de qualidade de ensino e muito menos de sucesso na transmissão de aprendizagem.
Introduzir novas tecnologias na sala não melhora o aprendizado automaticamente, porque a tecnologia dá apoio à pedagogia, e não vice-versa. Infelizmente, a tecnologia não serve de apoio para a velha aula expositiva, a não ser da forma mais trivial, como passar fotos e filmes. Para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, os professores precisam primeiro mudar o jeito de dar aula. [...] uso o termo, "Pedagogia de Parceira" para definir esse novo método, no qual a responsabilidade pelo uso da tecnologia é do aluno - e não do professor.
(PRENSKY, 2010).
Além do mais, precisamos entender o papel de cada protagonista para desenvolvermos uma nova lógica. Kensky (2003) diz que é necessário considerar e definir qual método educacional é preciso desenvolver, qual tipo de aluno se deseja formar e com isso analisar as tecnologias disponíveis que melhor se adequam às propostas educacionais de 4 cada instituição. No caso da utilização da Internet nas instituições, uma ferramenta de cunho extremamente informativo, Cortella (2006) defende a ideia que só uma vez que a instituição passar autonomia e critérios é que ela conseguirá transformar a comunicação em conhecimento. Para ele o indivíduo é quem constrói o conhecimento e o papel da escola é lidar com a transformação de informação em saber. Uma vez que um indivíduo transmite uma quantidade considerável de informações, é necessário levar em consideração que elas são cumulativas e o conhecimento é seletivo. Sendo assim o próprio indivíduo precisa ter critérios sobre o que absorver, uma vez que cabe a cada indivíduo adquirir a capacidade de seleção.
Compartilhando dessa mesma opinião, Moran (2000) cita:

[...]

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