MEIO AMBIENTE, QUEM FAZ É A GENTE

Por Solange Melo | 09/02/2015 | Educação

MEIO AMBIENTE, QUEM FAZ É A GENTE

Solange dos Santos Melo[1]

Neide da Silva Vital de Barros[2]

RESUMO

A necessidade de preservarmos o meio ambiente está além dos debates sobre o desmatamento e o aquecimento global. É na escola, com ações diretivas que estabelecemos o verdadeiro contato com a natureza, através do próprio ambiente do educando, local este que é a sua realidade e também espaço para interagir com a natureza. Desse modo, o artigo tem como objetivo estimular valores, atitudes e comportamentos voltados a minimização de resíduos e a adoção de práticas ambientalmente corretas e adequadas, oportunizando a todos a percepção global e a realidade local em que estão inseridos, enfatizando a importância de se promover a conscientização, através do conhecimento adquirido em busca de uma transformação urgente no meio onde vive. O artigo traz ainda uma relato de experiência do projeto “Meio Ambiente” desenvolvido no Centro de Educação Infantil Eusébio Justino de Camargo em Nova Olímpia MT, contemplando as turmas de pré I e pré II, na faixa etária de 04 a 05 anos.

PALAVRAS CHAVE: Escola – Educação Ambiental – Qualidade de vida.

INTRODUÇÃO

A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99).

Segundo Tozoni-Reis (2007), existem várias abordagens na compreensão da educação ambiental, classificadas e denominadas em diferentes categorias e que resultam em diferentes práticas educativas ambientais, podendo ser sintetizadas em alguns grandes grupos: a educação ambiental como promotora das mudanças de comportamentos ambientalmente inadequados – de fundo disciplinatório e moralista -; a educação ambiental para a sensibilização ambiental – de fundo ingênuo e imobilista; a educação ambiental centrada na ação para a diminuição dos efeitos predatórios das relações dos sujeitos com a natureza – de caráter ativista e imediatista; a educação ambiental centrada na transmissão de conhecimentos técnico-científicos sobre os processos ambientais que teriam como consequência uma relação mais adequada com o ambiente – de caráter racionalista e instrumental; e a educação ambiental como um processo político de apropriação crítica e reflexiva de conhecimentos, atitudes, valores e comportamentos que tem como objetivo a construção de uma sociedade sustentável do ponto de vista ambiental e social - a educação ambiental transformadora e emancipatória. (TOZONI-REIS, 2007 p. 9)

Considerando o exposto, a Educação Ambiental é indispensável para promover a sensibilização das pessoas no que tange a busca por um ambiente equilibrado que permita a conservação da biodiversidade e a qualidade de vida.

O consumo intenso de produtos e serviços pela sociedade contemporânea vem ocasionando sérias transformações ao meio ambiente, requerendo da sociedade mudanças de hábitos para diminuir os fenômenos que ocasionam impactos ambientais. Estes impactos negativos refletem diretamente no ambiente alterando os recursos naturais.

Em todo o mundo, cada pessoa produz em média 1 kg de lixo por dia. No Brasil, a produção per capita de lixo varia de 450 a 700 gramas por habitante/dia nas cidades até 200 mil habitantes; de 800 gramas a 1,2 kg em cidades acima deste Mais de 228 mil toneladas diárias são coletadas no país, e uma parcela desse material é descartada em depósitos a céu aberto (GUSMÃO, 2002).

Neste contexto não cabe ao cidadão uma postura individualista e indiferente no que tange ao consumismo. A escola como uma instituição educativa, espaço de transformação deve estar comprometida com a formação de cidadãos conscientes, capazes de agir de utilizar o ambiente de forma responsável. Especificamente na Educação Infantil a intenção é de que o trabalho com a educação ambiental ocorra de forma integrada abrangendo as diversas áreas do conhecimento, sendo direcionado para ampliação das experiências.

O ambiente não é o espaço natural independente da ação social, mas o resultado de interações múltiplas e complexas, mutáveis e dinâmicas, limitadas em recortes espaço-temporais que permitem a construção do sentido de localidade, territorialidade, identidade, pertencimento e de contextualização para os sujeitos individuais e coletivos (LOUREIRO, 2004).

De acordo com Jacobi (2003), a Educação Ambiental traz para a sociedade a responsabilidade pela preservação do espaço, o que induz à aplicação de temas que possam auxiliar no desenvolvimento social e cultural.

Diante desta problemática envolvendo a Educação Ambiental, o Centro de Educação Infantil Eusébio Justino de Camargo do município de Nova Olímpia MT, desenvolveu o projeto “Meio Ambiente” com a proposta de trabalhar temas ambientais diversos, sempre com vistas a inclusão de valores significativos, pois não devemos esquecer que a Educação Ambiental tem por meta principal promover uma mudança interna de valores e atitudes no ser humano.

Educação Ambiental, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) é um tema que por ser transversal a escola tem o dever de propor ao educando e educadores a prática para transformar a sociedade em que vivemos com dignidade, sem medo de ter como resposta um futuro melhor. É preciso despertar a consciência da humanidade para garantir as gerações futuras no mínimo o capital natural dos dias atuais.

O principal objetivo de projeto foi estimular valores, atitudes e comportamentos voltados a minimização de resíduos e a adoção de práticas ambientalmente corretas e adequadas, oportunizando aos alunos do Centro de Educação Infantil Eusébio Justino de Camargo, a percepção global e a realidade local em que estão inseridos, enfatizando a importância de se promover a conscientização, através do conhecimento adquirido em busca de uma transformação urgente na questão ambiental.

 

AÇÕES DESENVOLVIDAS DURANTE O PROJETO

As oficinas e as atividades foram desenvolvidas de acordo com a realidade dos alunos, com o objetivo de enfocar diversas fontes de informações, permitindo que as crianças relacionem o que já sabem ou dominam com o novo conhecimento.

Trabalhamos a linguagem oral e escrita através de conversas dirigidas, leitura informal, interpretação oral, relatos nos quais a criança desenvolveram o pensamento e sua expressão bem como o aumento do repertório do vocabulário e seus conhecimentos sobre o tema abordado.

Trabalhamos também através de confecção de cartazes, desenhos, pinturas, colagem e modelagem, explorando as possibilidades de manuseio de diversas matérias, além de músicas relacionadas ao tema.

Utilizamos ainda, os jogos lúdicos, explorando gestos e possibilidades, podendo através do brincar expressar emoções, pensamentos e necessidades, confeccionamos brinquedos com sucatas, com objetivo de reaproveitamento do lixo.

Finalizamos o projeto que culminou numa exposição dos trabalhos desenvolvidos com os alunos no decorrer do projeto.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na escola podemos encontrar meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas, e suas consequências, tanto para consigo, para sua própria espécie, e para com os outros seres vivos do ambiente em geral. É fundamental que cada aluno desenvolva suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.

É importante ressaltar que os professores do Centro de Educação Infantil Eusébio Justino de Camargo sabem da importância da educação ambiental nos dias de hoje, pois existe uma preocupação em relação a preservação do meio ambiente.

 Enfim, é necessário aprofundar-se cada vez mais nos temas relacionados ao meio ambiente com iniciativas pedagógicas de envolvimento mútuo entre escola, sociedade e professores, e para que isso ocorra de forma ampla, é necessário que continuemos a desenvolver esses trabalhos, que objetivam a conscientização das pessoas para a preservação do meio em que vivemos.

 REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

Meio ambiente e saúde. Brasília: MEC/SEF/DPE/COEA, 3001. 34 P. MEC/BRASIL.

Parâmetros Curriculares nacionais – Temas Transversais. Brasilia, 1998.

BRASIL. Lei 9.795, de 27.04.1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política

Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências. DOU 28.04.1999. Disponível em:

<Http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 25 nov. 2014.

GUSMÃO, A.C. Sítio Ambiental. Disponível em: www.sitioambientalhp.cjb.net Acessado em 25 nov. de 2014.

___________. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9ª Ed. São Paulo: Gaia, 2004.

JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Ciência Ambiental, São Paulo, 2003, p. 17. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf> Acesso em: 25 nov. 2014.

LOUREIRO, C.F.B. Educação Ambiental e gestão participativa na explicitação e resolução de conflitos. Gestão em Ação, Salvador, v.7, n.1, jan/abr 2004

TOZONI-REIS, M. F. C. Contribuições para uma pedagogia crítica na educação

ambiental: reflexões teóricas. In: LOUREIRO. C. F. B. A questão ambiental no pensamento crítico: natureza, trabalho e educação. Rio de Janeiro: Quartet, 2007. (no prelo)



[1] Professora da rede pública de ensino, no município de Nova Olímpia MT.

sol_mel13@hotmail.com

[2] Professora da rede pública de ensino, no município de Nova Olímpia MT.

neidesilva_66@hotmail.com

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