Meio ambiente e globalização
Por GILSON MARCOS PAGES | 10/02/2012 | GeografiaMeio Ambiente e Globalização
Diante do mundo cada vez mais interligado pelos meios de comunicações são evidentes as mudanças ocorridas nas sociedades, tanto no campo social, econômico, político, cultural e ambiental. No decorrer dos tempos a progressiva elevação dos níveis de consumo, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países periféricos, vem exigindo a diversificação e a produção de bens em volume cada vez maior, e os problemas ambientais também aumentaram. Estas transformações contribuem cada vez mais para aumentar as agressões ao Meio Ambiente. Como a sociedade está sempre em processo de mudança de hábitos em momentos históricos distintos, ela estará sempre construindo o espaço e ao mesmo tempo, sendo construída por ele, em uma relação que muitas vezes não é harmoniosa, principalmente, em tempos em que o consumo esta aumentando e muitas necessidades são inventadas pelos grandes grupos hegemônicos, as grandes corporações capitalistas, a fim de que o mercado e os lucros cresçam cada vez mais, num processo em que a dinâmica natural do ambiente não consegue suportar, surgindo assim, os vários problemas ambientais da atualidade. A Globalização é um processo acentuado principalmente nas últimas décadas, representado pelo estágio mais avançado do sistema capitalista, pelas inovações tecnológicas, que tem surgido e se aperfeiçoado rapidamente diante dos nossos olhos, onde, um piscar, é o bastante para que tudo se atualize. Um outro fator impulsionador é a velocidade das transmissões das informações com o emprego constantes de técnicas sobre esse campo, atingindo milhões de pessoas instantaneamente, principalmente, através da internet, celular, Tv, rádio, sistemas via satélite, que atingem todo o planeta. Abertura de mercados ao comércio internacional, a migração de capitais, uniformização e expansão tecnológica, tudo isso, acelerado por uma frenética expansão dos meios de comunicação, parecem ser forças incontroláveis a mudar hábitos e conceitos, procedimentos e instituições. Nosso mundo aparenta estar cada vez menor, mais restrito, com todos os seus cantos explorados e expostos à curiosidade a ação humana. É a Globalização em seu sentido mais amplo, cujos reflexos se fazem sentir nos aspectos mais diversos de nossa vida. Os impactos da Globalização na economia e sobre o meio ambiente decorrem principalmente de seus efeitos sobre os sistemas produtivos e sobre os hábitos de consumo das populações. Alguns desses efeitos têm sido negativos e outros, positivos. As Vantagens refletem em elevada tecnologia, o que auxília o processo produtivo, novos produtos no mercado, novos serviços, melhorias educacionais, o que pode gerar mais emprego aos qualificados, acirramento da competividade, abertura comercial, os produtos podem ser vendidos nos diversos países atravessando a fronteira global. Em relação as desvantagens, intensificação dos impactos ambientais, diversos tipos de poluição, degradação ambiental, aumento do consumismo e consequentemente, o acúmulo de lixo. Exclusão social, digital, grandes desigualdades sociais aos que não tem acesso ao processo de (educação, qualificação, saúde, saneamento básico, moradia, transportes e outros). Cabe destacar que, com estes fatores tem aumentado a violência de forma generalizada. A tecnologia passa a ser benefíca ao mundo do crime organizado, como a utilização de forma inadequada (Facebook, e-mail, orkut, MSN), vem facilitando tráfico de armas, drogas, prostituição infantil a orrência de sequestros, estrupos e mortes, pois coloca facilmente em contato agressor e vítima. O aparato policial (instituição governo) apresenta-se de forma lenta no acompanhamento do processo, perdendo espaço para o crime organizado, que age de forma mais rápida. Está havendo claramente uma redistribuição das funções econômicas no mundo. Um mesmo produto final é feito com materiais, peças e componentes produzidos em várias partes do planeta. Produzem-se os componentes onde os custos são mais adequados. E os fatores que implicam os custos de produção incluem mão-de-obra barata, matérias-primas, incentivos fiscais, transportes e as exigências ambientais do país em que está instalada a fábrica. Essa tendência poderá mascarar o cumprimento de metas de redução da produção de gases decorrentes da queima de combustíveis fósseis, agravadores do efeito estufa e o aquecimento global, pois a diminuição das emissões nos países mais ricos poderá ser anulada com o seu crescimento nos países em processo de industrialização. Há uma clara tendência na economia mundial, de concentrar-se nos países mais desenvolvidos atividades mais ligadas ao desenvolvimento de tecnologias, à engenharia de produtos e à comercialização. Por outro lado, a atividade de produção, mesmo com níveis altos de automação, tenderá a concentrar-se nos países menos desenvolvidos, onde são mais baratos a mão-de-obra, matérias primas, menores custos com as exigências de proteção ao meio ambiente. A existência de um mercado de dimensões globais, com poder aquisitivo elevado e gostos sofisticados, é responsável por boa parte do avanço da devastação das florestas tropicais e equatoriais na Malásia, Indonésia, África e, mais recentemente, na América do Sul. A tradicional medicina chinesa, em cuja clientela se incluem ricos de todo o mundo, estimula a caça de exemplares remanescentes de tigres, rinocerontes e outros animais em vias de extinção. Mercados globalizados facilitam o trânsito dessas mercadorias, cujos altos preços estimulam populações tradicionais a cometerem, inocentemente, crimes contra a natureza. As medidas mais eficazes para evitar ou minimizar os efeitos devastadores dessas e de outras conseqüências da Globalização sobre o meio ambiente seria a adoção, por todos os países, de legislações ambientais com níveis equivalentes de exigências, o fortalecimento das instituições de meio ambiente, principalmente dos órgãos encarregados de implementar e manter o cumprimento das leis, é igualmente fundamental. Para isto, seriam necessárias, além de ações dos governos dos países em desenvolvimento, assistência econômica e técnica das nações mais ricas, alterar modos e hábitos de vida nos próximos anos, a fim de evitar uma catástrofe ecológica planetária.