Medo do Medo.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 15/11/2013 | Poesias

Eu tenho medo.

Muito medo.

Medo, medo.

Medo mesmo.

Como não teria.

Que ter medo.

 Eu tenho vergonha.

Vergonha.

Muita vergonha.

Vergonha.

Vergonha.

Vergonha.

Ao mesmo tempo tenho ódio.

De quem não soube ser criterioso.

Como pode ser desse modo.

Da forma que é.

Será que alguém sabe.

Do que estou falando.

Metáfora.

Metáfora.

Metáfora.

Metáforas e metáforas.

Isso aqui é circo.

Eu não sou bicho.

Sou gente.

Mas tenho medo.

De ser gente.

Preferia não estar aqui.

Não gosto de ideologia.

Detesto manipulação.

Aqui o que parece.

Ser certo é errado.

Tenho medo.

Muito medo.

O absurdo acontece.

O demagógico realiza-se.

Medo, muito medo.

Quem não tem medo.

Vivo assustado.

É perigoso, muito perigoso.

Estou falando algo.

Com outra significação.

 Medo da ilusão.

 Medo da inversão.

 Medo da convencionada.

Medo da lógica desleal.

 Medo de quem não é crítico.

 Medo de quem é ideologizado.

Medo do preconceito.

Medo deles.

Porque não são verdadeiros.

Alguns deles.

São horríveis.

São profissionais do engano.

Se pudesse fazer.

 Uma comparação.

Entre deus e o demônio.

O demônio estando certo.

Fico do lado dele.

 Mas a história.

Vai condenar os heróis.

E eles serão condecorados.

Na ilustração do entendimento.

Não na razão comum.

Por que eles?

Tão somente eles.

Tantos outros.

Mas eles terão que ser.

Pobres deles.

Mais um deles.

Apenas um.

Silenciou.

 Talvez o único que precisaria.

De toda essa parafernália.

É o preço.

O resultado.

Não existem outros sinais.

O mundo.

Esse mundo.

Especificamente esse.

Uma tragédia.

Medo, muito medo.

Mas quem não teria.

Que ter medo.

Mas eles não são.

Quem imagina que são.

Existem outros deles.

Os outros são o que são.

Mas a cegueira.

Mostra apenas eles.

Por esse motivo o meu medo.

Medo, medo, muito medo.

Vivo no medo.

Sinto apurado pelo medo.

Mas quem não teria que ter.

Medo. Muito medo.

De pensar na metáfora.

Que eles são.

Eles são conhecidos.

E escandalosos.

Edjar Dias de Vasconcelos.