Mata-me O Tempo
Por Alexandre Assis | 26/07/2008 | PoesiasMãe, não quero mais contemplar a luz no horizonte
O horizonte é infinito, o tempo é infinito
O tempo infinito que torna meu tempo finito
Vamos tentar parar os relógios do mundo
Só quero viver o presente e os prazeres que sinto
Mãe, será que somos combustível para o tempo?
Estou vivendo as oportunidades
Mas os ponteiros do relógio me matam a cada segundo
Posso ficar contigo hoje?
Tenho medo do que pode me oferecer o mundo
Mãe, tenho vivido de lembranças
Fico contente, pois o tempo não pode tirá-las de mim
O tempo também ensina
Talvez ele não seja tão ruim assim
Tempo que mata o tempo: a sina
Mãe, o tempo tem batido em minha porta
Estou com medo. Devo me entregar?
Ele tem tirado pessoas e coisas de mim
E não quero aceitar
Vamos açoitá-lo e mandá-lo para longe
Essa é a linguagem que ele entende: maltratar
Mãe, meu tempo está acabando
E ainda não disse nem fiz o que queria
Mas continuarei a brigar
Com os ponteiros do relógio
Mãe, obrigado pelo tempo a mim dedicado
E ao tempo, o ódio.