Marsilo Ficino.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 21/03/2013 | FilosofiaMarsilo Ficino.
A Filosofia Humanista foi uma volta ao pensamento de Platão, do mesmo modo uma reinterpretação do pensamento de Aristóteles. Averróis dos anos 1126- 1189 da nossa era elaborou um novo entendimento do filósofo em referência.
Aos poucos foi realizando a quase total separação da Filosofia e fé, o que ajudou muito na construção de uma razão independente, as primeiras sementes plantadas que desencadearia na formulação mais tarde da Filosofia Iluminista.
Em 1462 1525 na cidade de Pádua, um novo pensador Pietro Pompanazzi, desenvolveu uma doutrina filosófica naturalista.
Outros pensadores da mesma cidade continuaram com suas formulações, introduzindo no universo, uma compreensão estritamente determinista.
O que significa nesse momento do desenvolvimento da Filosofia, aos poucos tudo que acontecia na natureza não era mais entendido como intervenção divina.
Averróis recuperado, desenvolveu o chamado averroísmo paduano, o que foi de suma importância para aquele século em florescência, influenciando diversos intelectuais de Rabelais a Copérnico.
No entanto, o que é importante verificar a verdadeira filosofia humanista, impregnada pelo pensamento de Platão, solidificou-se com o grande pensador Marsilo Ficino pelos anos1433-1499.
Magnífico intelectual protegido por mecenas como Cosme e Lourenço, isso significa que a Igreja não podia pelo menos naquele momento histórico interferir nas suas elaborações filosóficas.
Ficino elaborou a Teologia Platônica, em que criou uma ontologia exegética para o neoplatonismo: cujo fundamento desenvolvia o seguinte princípio, Deus é o ser de que emanam todos os outros seres.
Hierarquiza-se segundo suas ordens de pureza, ao que define Deus. As almas e anjos são puras criaturas celestiais, imortais e perfeitas, que asseguram ao destino que compõe o universo incorruptível.
Em contraposição, a defesa do pensamento de Platão, em explicação ao mundo da nossa natureza fundamenta-se o universo material, composto por criaturas e idéias próximas de Deus.
Ele divide a realidade em duas perspectivas, terrestre e celeste, sendo que a primeira precisa de formas sensíveis para existir, a segunda realidade só existe em razão da primeira.
Os que são essas formas a não ser o próprio entendimento de Platão, nada mais são que traduções imperfeitas e corruptíveis dos arquétipos divinos. Platonismo.
A Marsilo Ficino realidade é composta de dois mundos, o primeiro mundo aplica se ao fundamento do Cristianismo, tarefa desenvolvida por Ficino.
Em resumo, no centro do cosmos, o homem definido com a alma imortal, no entanto imagem e semelhança de Deus, criatura do próprio Deus e privilegiada entre todas as demais criações. Ficino.
Embora sendo material, entretanto tem-se uma alma, a qual é responsável pela redenção do próprio homem, o que iria garantir a continuidade do homem depois da vida material.
A vocação humana para o conhecimento superava o mundo das aparências sensíveis, ou seja, a própria realidade material, cujo objetivo fundamental é atingir as ideias, que lhe permitiam alcançar Deus e compreende-lo.
Entretanto, o homem podia ser semelhante a Deus, se o mesmo permitisse, em primeiro lugar, depois de identificar com Deus, se Deus o desejasse pelo ato da criação, isso significa que o homem receberia as benesses divinas.
O homem era, com efeito, como Deus, um artista universal, privilegiado. O homem entendeu bem a ordem dos céus, a origem de tudo e de todos os aspectos, sua progressão continuada e o movimento de suas ações.
A ideia nova aqui, cujo autor buscou em Platão, que foi dado ao homem, por ser semelhante a Deus, ele possui o próprio gênio do criador e que, portanto, seria capaz de moldar grandes coisas em relação ao desenvolvimento humano.
A perspectiva dessa análise leva não apenas ao humanismo, mas também a Filosofia Renascentista.
O homem é, com efeito, o próprio Deus de todos os seres materiais que ele trata, modifica e transforma a capacidade humana para interferir ao mundo em desenvolvimento.
Foi uma grande acepção de mudança, para natureza do mundo e do homem, absolutamente importante na mudança da velha etimologia, quando ainda o platonismo não estava bem elaborado.
Exatamente essa epistemologia filosófica a princípio profundamente idealista, fundamentada na procura do divino, que definiu o pensamento dos humanistas italianos no fim do século XV e início do século XVI.
Por meio da mesma possibilitou a criação do fundamento de uma nova Filosofia que veria ser no século vindouro, a Filosofia Iluminista e que criaria as condições para superação do Antigo Regime.
Edjar Dias de Vasconcelos.